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domingo, 12 de julho de 2015

DA RESPONSABILIDADE CIVIL II



Na nossa sociedade as pessoas não tem o dever de participar de associação de bairro, sindicato, partido político, conselho escolar, conselho de saúde, diversos tipos de conselhos de controle social, conferências, trabalho voluntário, trabalho comunitário, etc. Elas são livres e descomprometidas e só tem compromissos quando punidas ou obrigadas por força da lei. Na nossa sociedade há uma visão muito ruim disso tudo, pois ou a pessoa que participa disso é um trouxa que trabalha de graça e perde seu tempo ou é um canalha e um malandro que tira vantagem disso. É uma forma cultural que promove certo individualismo infantil e imaturo sem compromisso algum com a coletividade e isso se expressa inclusive no trânsito, na deposição de lixo em lugar inadequado, na destruição e deterioração do patrimônio público e comum - entre em escolas, hospitais, postos de saúde, praças, ônibus, banheiros públicos para ver os reflexos disso no trato da coisa pública. Note também que curiosamente as duas únicas obrigações diretas e que marcadamente tiram algum tempo dos cidadãos são o serviço militar e o voto obrigatório e veja-se a grita, a revolta e o nível de responsabilidade e seriedade individual com isso. Sou favorável ao serviço civil obrigatório - e isso envolve desde atuação em quartel, em unidade de saúde, educação e outras - assim como sou favorável ao voto obrigatório por conta disto tudo também, pois para mim ninguém deveria ter o direito de viver em sociedade, dividir o bolo produzido em sociedade, se beneficiar dos bônus sociais, sem compromisso com esta sociedade. A lógica de mão única, de tirar vantagem em tudo, de procurar só receber sem dar nada em troca deveria ser abolida, pois este tipo de esperteza é um atraso do ponto de vista do que chamo Responsabilidade Civil.E não estou neglicenciando aqui as contribuições, impostos, taxas e todos os tipos de imposição por lei de obrigações, mas estou dizendo com isso que isso não basta e que uma sociedade como a nossa e que poderia ter, além de serviços públicos melhores uma conduta pública melhor precisa de muito mais participação e compromisso dos cidadãos para melhorar. Isso passa pelo voto consciente, passa pelo cuidado de si, cuidado de seus filhos, cuidados dos filhos dos outros e cuidado da cidade como processo de amadurecimento dos cidadãos. E penso que não adianta ficar reclamando do estados de coisas sem atuar sobre ele e que não é razoável nem racional ficar achando que há de haver alguma solução mágica, absoluta, definitiva e completa que não envolva a mudança real e o aumento real do compromisso e da responsabilidade de cada um. 

P.S.: Só para constar: acredito inclusive que esta é a única forma de se evitar o excesso de poder do estado e/ou do mercado em nossas vidas e se construir alternativas ao totalitarismo seja de estado (capitalismo liberal selvagem ou comunismo de partido único) seja de mercado (plutocracia).

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