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quarta-feira, 8 de julho de 2015

A TOMADA DE JERICÓ


Pensando hoje cedo em tudo que vi e ouvi ontem no Colóquio A Cognição e os Seus Riscos, um belo Seminário/Homenagem ao Paulo Faria, e rindo até agora da abrupta e repentina, mas bem pensada tirada do nosso grande mestre e amigo JCBT que, em meio a um ataque sistemático, incansável e persistente ao tema dos conceitos demonstrativos de McDowell, lembra-se de nos perguntar se sabemos - nós, sua audiência de cristãos novos - como foi que se sucedeu a tomada de Jericó pelos judeus, após vaguearem pelo deserto por longos 40 anos? Todo mundo se entre olhou sem resposta e alguns com aquele olhar já confessando sua incredulidade e outros com expressões ladinas no canto dos lábios e olhos brilhando - por conhecer parte do que viria - o fitaram aguardando seu decisivo esclarecimento, nesta pausa providencial entre páginas perdidas e passadas muito determinadas no ataque ao problema filosófico por hora deixado de lado. E eis que ele nos mira com segurança e sua fina auto ironia e diz: os judeus foram consultar o Senhor dos Exércitos e este lhes disse. Façam um cerco a Jericó e a cada dia marchem no entorno de suas muralhas e ao final de cada um dos seis dias do cerco toquem suas trombetas. E eis que no sétimo dia dêem seis voltas às muralhas e toquem, enfim, suas trombetas de novo. Pois ocorreu que ao final do sexto dia Jericó caiu. E, então, com aquele olhar jubiloso e de grande promessa, JCBT nos olha e diz: devo essa a Ortega y Gasset e continua sua exposição, voltando à carga pesada. Para alegria de todos... E segue então, como se nada houvesse se passado em seu ataque ao problema dos conceitos demonstrativos de McDowell.

P.S. Não há aparentemente uma gota de filosofia nesta história, porém muitas vezes o fazer filosofia consiste justamente num ataque continuo a uma grande cidadela de problemas para conquistá-la, seja com argumentos melhores e mais sólidos e, em alguns movimentos, mesmo é possível que vençamos por ter extenuado o adversário com sua persistência e repetitiva e resoluta decisão de fazer melhor.

"Francamente....", diria o Brizola, plagiando aqui JCBT em outro momento na mesma palestra de ontem, pois o Paulo, nosso mestre e amigo merece muito esta homenagem e que ela possa se repetir daqui a dez anos como bem disse o André Leclerc hoje a tarde, posto que se até agora foi excelente para nós, muito mais há de sair nos próximos tempos...


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