Quod volumus, facile credimus
Esta epígrafe latina é atribuída
a Cesar e usada também por Francis Bacon e aparece em um pequeno texto de reflexão
sobre os nossos limites, finalidades e extensão do conhecimento, a moralidade e a obra divina de John
Locke sobre o Entendimento datado de 8 de fevereiro de 1677.
...John Locke seleciona isso
porque observa o quanto é fácil crer naquilo que é apenas preferível...
E aqui mais uma vez este
admirável autor anda sobre ovos ao ter que distinguir com sutileza diferenças
de grandes implicações nos domínios da fé, do conhecimento e do poder.
Muitas considerações podem ser feitas aqui.
Minha primeira, é sobre o fato de
que muitas crenças são tributadas como verdade simplesmente por que são preferíveis
ao sujeito de crenças em relação às suas negações ou outras alternativas de composição
de ideias.
Em segundo lugar, deve se
refletir sobre a dissociação efetiva ai exposta entre crenças e a nossa
vontade.
Haveria ai subjacente então, pelo
menos para mim, uma distinção entre
crenças preferíveis e crenças não preferíveis, sendo as primeiras de mais fácil
assentimento e aceitação.
De que nossa vontade não torna as
crenças verdadeiras e que ela não é a instância devida, portanto, de decisão
sobre sua veracidade, maior ou menor probabilidade, dúvida ou certeza.
P..S. tive que corrigir, pois é "volumus" e não
"volemus" o indicador de nossa maior disposição, "vontade"
ou preferência acima. Portanto há apenas nisto um erro de grafia latina na, de
resto ótima, tradução dos Ensaios Políticos de John Locke, cito página 322, dos
Clássicos Cambridge de Filosofia Política. Organização Mark Goldie. Tradução
Eunice Ostrensky. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
A tradução poderia ser também: Quando queremos, é mais fácil
crer em algo.
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