Lembrei deste Governador hoje. Em
2018 ele terá 71 anos e provavelmente vai ser lembrado de novo, mas o tempo
passa, a vida anda e certas injustiças são irreparáveis. É uma espécie de sina
no RS, a impossibilidade de avançar e continuar avançando e pior que isso as
desculpas esfarrapadas e os interesses vergonhosos que promovem isso. Não
concordava com tudo na educação do Tarso, em especial o método da galera da
gestão com os professores, mas tinha muito bons olhos para todo o resto do seu
governo. E já disse hoje e repito vou sempre lembrar que os eleitores do
Sartori discutiam todas as razões possíveis para rejeitar o Tarso e nenhuma das
boas razões para aceitar a sua reeleição, mas que não discutiam nenhuma razão
para não arriscar no Sartori. Sem programa de governo e eleito no mais puro
"na hora a gente vê" e pior que isso ostentando péssimos argumentos e
defendendo os velhos interesses já conhecidos, veio o Sartori e me fez lembrar
da extrema racionalidade e da extrema honestidade do Tarso Genro. Sim você
poderia discordar dele, mas ele jamais renunciava a dar razões e em tentar ser
claro e preciso no que pensa, como vê o mundo e se posicionar no plano geral da
política. Alguns cidadãos ainda gostam de políticos simpatia porque ainda não
entenderam que uma das funções da política é sim educar o povo e obrigá-lo a
ser livre. Mas quem quer um povo livre para dizer não ao reajuste dos que estão
na camada superior da cadeia alimentar/salarial do estado? Quem quer um povo
livre da influência de um monopólio de comunicação? Quem quer um povo livre de
velhas raposas e uma alcateia inteira que se aloja no estado para aumentar suas
rendas e panos de tendas, aumentar seus negócios e ócios bem remunerados? Quem
quer um povo livre que aprenda a fazer a conta certa e que coíbe a sonegação de impostos e o vilipêndio
sistemático dos recursos públicos? Quem quer um povo livre que não lute contra
privatizações a preço de banana para os amigos? Quem quer um povo livre que
tenha juízo em suas escolhas políticas? Quem quer um povo livre que zele mais
pela lei do que por seus familiares e apaniguados e que impeça a natureza deste
estado de ser destruída? Quem quer um povo livre que exija programa político e
não sorrisos e abraços em período eleitoral e que não delegue a outros a sua
responsabilidade moral e política na hora de votar e decidir o que é realmente
bom para todos, justo com todos e que proteja os mais indefesos, mais fracos,
menos repletos de oportunidades da sanha exploradora e amesquinhada, pequena e
fútil de tentar sempre tirar vantagem em tudo, ser experto em detrimento do
certo, e ganhar mais de qualquer forma e a qualquer preço? Quem quer um povo
livre no Rio Grande do Sul? Obrigado Tarso Genro deste de qualquer forma uma
grande contribuição a este estado, mostrando que apesar de tudo ainda existe
uma outra opção a estes que ai estão atravancando o nosso caminho!
POLÍTICA, HISTÓRIA, FILOSOFIA, SOCIOLOGIA, DEMOCRACIA, DEMOGRAFIA, GEOGRAFIA, lITERATURA, POESIA E ARTE - TEXTOS PARA INFORMAR, DIVULGAR, LER E CRITICAR - Daniel Adams Boeira - 13 de junho de 2009 - daniel underline boeira arroba yahoo ponto com ponto br
sexta-feira, 31 de julho de 2015
O DESEMBARQUE ASSUMIDO DO GOVERNO MOA/PSDB
Não se deixem enganar de novo, porque isso saiu muito caro para o nosso povo e a nossa cidade. É só mais um SINAL da fase quatro do Pior Governo da História de São Leopoldo: A QUEDA. Do PSDB/PMDB/PP/PSB/DEM saem agora aqueles que não se sentem bem neste governo. Alguns saem como sombras na madrugada outros em praça pública à luz do sol e brandindo inocência como se fossem ser assim purificados. Junto deles tem aquele bando de ratos que já abandonaram o navio e aqueles que foram contratados a pouco para remar em águas ruins. Se elegeram aplicando um Estelionato Eleitoral, governam cometendo tantos erros e perversões que não cabem numa lista de 50 itens e agora na fase dos escândalos vemos a queda assumida. Certamente a s pessoas deveriam pensar mais de três vezes antes de apostar num fiador desta tragédia de novo. Em qualquer cidade com tradição política e história estes rapazes deveriam ficar num ostracismo de no mínimo 12 anos até se arvorarem de novo a dizer ou ousar dizer o que é bom ou o que é melhor para esta cidade. Não tem moleza para eles não. Estão destruindo São Leopoldo e muito me admira que ainda tentem manter cacife político para prosseguir errando e cometendo cada um ao seu modo, os mesmos erros e maldades. Me desculpe a dureza...mas olho para os produtos desta política e destes gênios da política e me vejo muito inconformado. Destruiram a cidade de tal modo que vai dar muito trabalho mesmo para chegar na média dos últimos 4 governos.
POR QUEM AS LÁGRIMAS CORREM OU COMO AS SARTORICES SÃO POSSÍVEIS?
E eu fico aqui imaginando com
muito respeito e consideração a cara de alguns dos meus colegas, ex-colegas e
conhecidos que agora vão virar rebeldes, radicais e inconformados. Vão esquecer
todas as suas simpatias e escolhas políticas e se jogar na queixa. Que
acreditavam em soluções mágicas, simpáticas e absolutas para os problemas da
sociedade e que votaram nele e que bancam de entendidos em política.
Sim o governador deles era um
candidato bonachão, engraçadinho, que só brincou com o piso num descuido, cujo
partido é o Rio Grande, ou pensa que é o Rio Grande, afinal está governando o
garboso estado pela quarta vez. Isso vai dar quase 40% da redemocratização
desde o fim dos governadores indicados pelo governo central na ditadura. Sim,
talvez alguns deles simpatizem com a ditadura se esquecendo disso também. Vou
lembrar bem que o Simon, o Britto, o Rigotto (que nem foi tão mau mesmo e que
talvez seja o motivo da arriscada no Sartori) e Sartori. Vou lembrar que eles
discutiam todas razões para rejeitar o Tarso e nenhuma das boas para aceitar,
mas que não discutiam nenhuma para não arriscar no Sartori. Sem programa de
governo e eleito no mais puro "na hora a gente vê".
E eu sei a saída deles...é dizer
que a Dilma tá pior e que o PT é o exclusivo culpado de tudo de ruim...tá
bom...eles estão sempre certos..E eu posso dizer que o buraco é bem mais
embaixo agora, com o consentimento silencioso deles e os que não concordarem
vou ficar vendo até o dia em que baixarão a cabeça, dobrarão seu orgulho e
arrogância e verão do que realmente se trata quando se fala em estado mínimo,
liberalismo e como a vida pode voltar a ser bem dura e difícil em uma sociedade
e um país como o Brasil.
Afinal, eles saberão sim, pois
tem longa dedicação à luta, longa dedicação ao tema da responsabilidade civil e
política e mesmo quando há todas as evidências de que estão errando, mesmo
quando se fazem de vítimas dos outros que eles mesmos elegeram, eles vão dar de
ombros e dizer que a política é que é ruim. Pois bem, eu não vou dizer mesmo
que a política ruim na democracia é a que você escolheu, mas vou lembrar que
esta é a democracia..se você não faz política (não discute, não estuda e não
leva a sério isso) sofre a política dos outros e agora aguentem..
Sabe que pela primeira vez na
minha vida penso uma coisa inacreditável aqui com meus botões - olha que cúmulo
isso - penso em não fazer greve, penso em não lutar e em ver como é que fica.
Penso em dizer que cansei, penso em dizer que tem que inventar formas mais
modernas de luta, que greve já era, penso em repetir aquela ladainha sobre as
férias, meu descanso, cuidar da minha vida em primeiro lugar, penso em dizer
que NÃO DEU. E passar a curtir e lamentar junto - deixando tudo gravado no
celular é claro - cada momento e cada dor, cada reclamação e resmungo, cada
queixa e cada muxoxo em silêncio e na hora H dizer NÃO VOU LUTAR, SOU CONTRA A
GREVE.
E ficar vendo e resistindo às
tentativas de me convencer do contrário e ver isso sair da boca daqueles que
por várias vezes me viram gastar horas e horas da minha vida, deixar de ver
minhas filhas e minha família, troteando o dia inteiro, além das então 40 horas
em Sala de Aula, e lutando com muitos
outros idealistas e abnegados, sonhadores e trouxas, por concursos, salários,
promoções, direitos.
Vou me lembrar de mim e de outros
nas visitas às escolas falando sozinho na sala dos professores, lembrar da
delicadeza e sensibilidade deles, do respeito e consideração deles que ficavam
voluntariamente atrapalhando as falas minhas e dos demais engajados. Vou
lembrar de um pé quebrado, de uma traição e vendetta, de uma kombi andando no
bairro paga pelo PMDB Vou lembrar da postura e da atitude de alguns que não
prestando atenção em nada, ficavam sempre boicotando as discussões sindicais e
sempre dizendo que certas coisas não são boas nem ótimas, dizendo que certas
coisas não fazem diferença.
Vou lembrar de todos aqueles que
se desfiliaram do CPERS e daqueles que nunca se filiaram. Vou lembrar das
recusas à representação sindical. Vou lembrar das pilhas de panfletos das
correntes sindicais intocados ou no fundo da lixeira da sala dos professores.
Vou lembrar das caminhadas em que eu olhava para o lado e só dava professores
de outras cidades, outras escolas e não aqueles que tanto esperavam da gente.
Lembro que na minha santa
ingenuidade de professor novato e estreante no sindicalismo eu usava de uma
figura super agressiva, mas que era real: as professoras bem casadas não
precisam fazer greve, afinal salário e trabalho de professor é só um
passatempo. Nada justifica esta grosseria. Imagina que motivo eu tinha para
tanto? Lutar sozinho? Indiferença? Era sim um exagero meu, confesso que não
ajudava em nada, mas eu aprendi muito com meus exageros, piis foi assim que eu
reagi quando vi com meus olhos os boicotes a greves, vi com meus olhos os
deboches e ouvi sempre aquele zum zum contra o CPERS, contra professores
fazerem política, contra sindicato, sindicalistas, sem terras, sem moradia e
todos os movimentos sociais Vi os mesmo
fazendo grandes críticas a CUT. E agora? Quem vai lutar?
Lembrando John Lennon, no Royal
Albert Hall, em frente a família real, vocês ai em cima não precisam aplaudir,
tudo bem, balancem suas jóias! Por fim, como isso foi possível? The Dream is
Over!
Desculpe o fel! Viva o
CPERS!!!!
PATRIMÔNIO HISTÓRICO, ESTÉTICA E GERAÇÕES: A FORMA LÓGICA DA BELEZA
Alguém já deve ter dito isto em
algum lugar, mas fiquei pensando hoje, enquanto pesquisava algumas imagens e me
lembrava das reações de pessoas de diversas gerações frente à imagens antigas
ou históricas, frente à exemplares e objetos culturais antigos ou primitivos, e
pensei como é incrível o potencial do patrimônio histórico de seu tema e de
seus objetos de aproximarem gerações. Os
mais velhos e muitos jovens são vistos em toda parte fazendo turismo cultural e
apreciando isso e em tudo quanto é tipo de foto, imagem, selfie ou conjunto
arquitetônico, em pleno convívio, alegria e se deleitando com prédios,
monumentos, estruturas estéticas e objetos.
Sei que não se deve subestimar,
porém, o desprezo de alguns por este tipo de coisa. Tenho visto isso bem mais
do que desejaria. A razoável facilidade com que os interesses econômicos e
materiais passam por cima do patrimônio histórico, suas leis - e aqui se
mascaram também interesses políticos e jurídicos que os representam. sei que
não devemos nem muito menos desprezar o fato de que algumas pessoas não estão
absolutamente interessadas e nem se sentem sensibilizadas com isto. Nem sempre
o ditame na destruição de um prédio antigo é a necessidade, muitas vezes é só a
vontade e a possibilidade de poder fazer que orientam esta ação. E estas
pessoas estão no nosso meio e de nós desdenham com ar jocoso e jubiloso. Temos
que lidar e compreender isto, fazendo frente e resistência a isto com nossa
inteligência, mas também com algumas descobertas e expressando percepções que
estas pessoas não tem, mas que poderiam assentir.
Porém, quando olho para cidades
brutalizadas, quando vejo violência e diversas formas de desumanização nas
cidades, nas praças, nos parques, ruas, alamedas eu sinto também uma intuição.
Esta intuição - que pode parecer bem pueril para alguns - me diz que certas
coisas parecem incompatíveis coma forma lógica da beleza. Creio que a beleza
tal como uma forma lógica não violenta imuniza contra a violência sim, ou seja,
que ao contrário do que muitos podem depreender de certos filmes, em um
ambiente estético, em um lugar onde a beleza é incrivelmente imponente, o que
faz nossa percepção e sensibilidade ficarem aguçadas ou serem despertadas, deve
ser pouco provável e subjetivamente censurado qualquer impulso perverso ou para
o mau.
O patrimônio histórico, assim
como uma arquitetura portadora de beleza deve mover nossa sensibilidade, assim
como uma cidade limpa, uma calçada em bom estado, uma pintura de fachada e a
redução da poluição visual devem tornar o homem e a mulher menos suscetíveis a
mercantilização da vida, aos ditames do útil e do descartável e, portanto, nos
fazer viver melhor entre jovens, adultos e idosos.
Vi uma foto de um seminário em
que um idoso - provavelmente um arquiteto - estava a relatar a jovens estudantes
determinada história de edificações. Via ali uma plêiade de jovens com brilhos
nos olhos e alegria compartilhando do mesmo prazer que o narrador comunicava.
Havia ali claramente uma sintonia de gerações;
Assim, como na semana passada,
após a reunião do Fórum Livre de Cultura, eu e minha filha subíamos a Rua
Grande e ela parou em frente a uma Fachada antiga preservada, cujo conjunto das
aberturas foi alterado e exclamou: que coisa bem feia isso ficou! Sem mais
seguimos andando e eu fiquei pensando que esta expressão de impacto, patética,
porque envolve uma sensação - pathos - passiva nossa e uma resposta a isto,
pode em outros jovens acusar outras reações. E eu sempre lembro que quem não
tem palavras, quem não pára para pensar, acaba simplesmente agindo ou reagindo
a um mundo que lhe impõe desprazer.
Obs.: a foto abaixo é de uma
imagem que está como quem não quer nada dentro do Hospital Centenário na ante
sala da clínica SIDI. Trata-se de um desenho a bico de pena que reproduz uma
imagem bem antiga da Casa do Imigrante. A mesma que desperta nossas preocupações
atuais com seu estado de conservação e que consta na Carta em Defesa da Cultura
e da História de São Leopoldo.
CECIL,THE LION
Eu me sinto impelido a dizer algo
sobre Cecil, o leão do Zimbabue..mas me bate uma tristeza, porque sei que a
morte dele é um símbolo deste mundo miserável, de pessoas miseráveis e de coisas
terríveis que vivemos, muitos achando normal e outros achando que é essa mesmo
a conta deste mundo. Nossa relação com a natureza, com os animais e com a vida
dos demais seres humanos está completamente amesquinhada, a coisa mais
importante é ter grana, ganhar grana e pagar a conta ou dar um bom calote.
Tirar vantagem, ter privilégios e ganhar dinheiro com quem paga por isso e
aceita isso. Era só um leão. com algumas fêmeas e muitos filhotes cujo destino
- se seguirem a ordem natural está selado. Mas não é só isso. Sinto que este
leão não é só isso....e fico muito triste de verdade...a morte, a cova e o fim
deste leão é um péssimo sinal...que nos sirva para frear algumas pontas e
alguns avanços imorais deste mundo...
quinta-feira, 30 de julho de 2015
PROFESSOR DE GEOGRAFIA
Na próxima encarnação quero ser
professor de geografia e ter bastante dinheiro para viajar...viajar e viajar na
batatinha tb...
E eu estou gozando de mim
mesmo...
Na real é só um exemplo - não
precisa interpretar ou buscar endereço para isso - ser professor de outra coisa
- já que o que sou não basta - rico - já que sou pobre e viajandão que é a
única coisa que eu acho sinceramente que não sou - talvez eu fosse mais feliz e
poderia falar mais besteiras á vontade....escolhi geografia pela relação mais
ampla com o mundo e portanto com a possibilidade teórica de conhecer ele
melhor,. já que né....tanta gente sabe mais de mim do que eu mesmo...CATZO!
E eu me auto ironizo o tempo
todo...porque em primeiro lugar devo desconfiar de mim mesmo e das crenças tão
atraentes que me vem à cachola...
Afinal lecionar geografia, já
leciono e não me sinto mesmo no direito de reclamar da vida. Em comparação com
a vida que já tive um dia.
Sobre viajar na batatinha eu até
acho legal - é tão mais fácil não ser sério de verdade, ser acrítico e dar
palpites sobre qualquer coisa sem compromisso...sem estudo, só por achar ou ter
a fortuita opinião...
MINHA MEMÓRIA
Desde muito tempo entendo que a
memória se constitui de experiências e conteúdos cuja significação e
afetividade andam entrelaçadas. A ciência ou, melhor, as neurociências tem
confirmado isso: que um conteúdo fica impresso na memória por uma espécie de
cola afetiva. Mas também tem apontado que a memória tem um sistema de partições
e gerenciamento que deixa disponível apenas o que está em uso, o resto vira
remoto.
Tenho muitas lembranças e suponho
que quem as tem também deva ficar se perguntando, não somente sendo perguntado
pelo outros ou distinguido - como é que consegue armazenar tanta informação.
Bem, eu descobri que uma forma de aliviar os arquivos da memória é escrever e
registrar, desde então tenho feito e adotado uma postura de memorialista, e
isso envolve diversas formas de narrativas desde uma reflexão sobre determinado
conhecimento, experiência e até mesmo sobre como e em que momento e de que
forma tal ideia, conceito, obra ou temática me chegou. Minha experiência de
vida tendeu – após certa distensão e abertura de um fluxo indomável de
escrituras - a ser transformada em palavras com muita facilidade. Durante um
tempo, em que me colocava a tentar explicar a causa disso, imaginava que
possuía uma memória prodigiosa, me ironizava referindo a mim mesmo como o
Enciclopédia, cheguei até mesmo a absorver a metáfora da esponja – no caso não
o Bob Esponja – mas sim que eu era uma esponja muito poderosa que absorvia e
armazenava tudo que lhe passasse pelos olhos. Na astrologia haveria até uma boa
explicação por ter nascido com a Lua em Peixes e portanto apreender com
excessiva sensibilidade tudo que haveria no meio em que eu vivia. Imagina minha
aflição quando alguns anos atrás passei a ouvir, ler e presenciar certos
expedientes de negação da memória, da história, do conhecimento que
sub-repticiamente passaram a ser esgrimidos como crítica ao modo como nossa
educação era realizada. Para mi foi difícil pois parecia estar sendo condenada
justamente a minha melhor habilidade e que era a base, hoje sei isso, da minha
expressividade e grande interlocução com o mundo, as pessoas os seres e as coisas.
A crítica à decoreba na educação sempre me caiu como uma bomba, porque
eu sabia que se tinha algo que eu possuía como fonte do meu pequeno, mas para
mim precioso capital cultural, era um conjunto muito vasto de informações úteis
e inúteis , pertinentes e impertinentes, acumuladas ao longo da infância,
juventude e anos acadêmicos. Isso passava por processos desde a capacidade de
decorar a estrutura inteira do que eu lia, até mesmo decorar roteiros de filmes
e textos de poemas que eu gostava. Confesso, porém, que poucas pessoas que me
conhecem viram eu me exibindo por conta disto, na verdade nunca dava muito
tempo para isso, porque minha memória em geral é mais usada, aplicada e não
apreciada, pois em geral o máximo que eu fazia era trazer uma informação
pontual ou elucidar um quesito de palavra cruzada aqui e ali, sem muita cerimônia
ou sem fazer muito mistério glorioso nisto. Claro que isso – esta habilidade de
associação, busca de informação, registros e informações disponíveis em certa
abundância também envolve certa tendência a completar as frases ou assoprar
palavras para alguém que esteja proferindo um discurso ou comentário e que, no
mais das vezes estanca e entrementes se
vê ali a falta daquela palavra específica, cuja lembrança, dicção ou mera
fonética parece ter sido esquecida que meu impulso socorre. Em certos momentos comecei, após aventuras e
certos prodígios de memória, a observar que o gosto, um sentido afetivo e de
prazer, eram a base de fixação da memória. O gosto pela informação e por
curiosidades, o prazer no uso da palavra e também a apreciação por etimologias,
verbetes, listas e etc, e o afeto associado a certas palavras, conceitos,
experiências e suas relações e evocações sentimentais acabavam fixando estas
expressões e que, inclusive, em virtude disto analogias, metáforas, ironias, tiradas
e determinadas imagens começaram a abundar e estar disponíveis para o meu uso.
Devido ao acervo disponível e a uma espécie de jogo com as palavras acabei
criando mais tiradas, notas, metáforas e analogias que são já habituais em mim.
Tendo a ser mais parcimonioso e a não proferir tudo que penso, nesta matéria,
para não ser ou parecer pedante e chato ou excessivamente gracioso com assuntos
sérios ou de difícil solução.
Em virtude disto também virei um acervo ambulante
de personagens de desenhos animados, colecionador de apelidos e de expressões
regionais, técnicas, eruditas e etc. para distrair e não cair na tentação de me
levar a sério em demasia. E como agora já comecei a brincar, vou parando mesmo
por aqui, no meu relato pessoal de hoje sobre como vejo a minha memória.
O ADESIVO DA DILMA
Tenho uma amiga e colega que é
bem direitona e que por um acaso é professora e que veio me zoar com a piada do
adesivo. Olhei bem na cara dela e perguntei o que ela acharia se os alunos que
não gostam dela fizessem um adesivo para ela? Ela que com certeza como qualquer
professor tem seus desafetos ou relações tensas pelos cavacos do ofício, afinal
professor de verdade não fica somente satisfazendo as vontades dos alunos e
alunas, logo, logo entendeu, que se vale para a Dilma, também vale para ela.
Sempre tem alguém que não gosta da gente, que não concorda com a gente, mas é
muito precioso para todos que se pense em manter o respeito, porque se essa
moda pega, vai ser bem feio o resultado...
A FUNDAMENTAÇÃO DO EGOÍSMO
Como bem disse Peter Ludlow, em
.......ficaria perfeito se em vez de "superior" John Kenneth
Galbraith tivesse dito
"qualquer" em:
"O conservador moderno está
engajado em um dos mais antigos exercícios de filosofia moral: a saber, a
procura por uma superior [qualquer que seja ela] justificação moral para o
egoísmo."
John Kenneth Galbraith,
economista.
Qualquer aqui é no sentido de que qualquer
coisa serve, qualquer meio é válido desde que o fim fique justificado (o
egoísmo).
Eu diria que eles tem uma crença
preferencial de que isso é não somente possível, mas necessário para o
desenvolvimento e seguem tentando a todo custo como uma razão de ser própria e
através disso vem junto meritocracia e outras. Ou seja, eles fundamentam suas
prerrogativas em certos atributos pessoais que lhes granjearam sucesso e o
principal deles é um egoísmo à toda prova.
Me parece haver ai um fundamento
profundo para suas crenças reconfortantes, como diria o Russell...
Me é muito legal, você colocar
isso aqui agora, pois em ando justamente em torno deste objeto complexo
cercando e cerzindo uma rede para apanhá-lo.
Diria que este político
conservador americano que também defende o casamento gay é egoisticamente mais
coerente, pois percebe a prerrogativa pessoal em jogo ai.
Eu creio que há também um
conservadorismo gay que envolve justamente um apelo a superioridade que associa
isso a liberalidade sexual e ao egoísmo. Aliás creio que este problema foi
tratado já alguma vez. Só não me lembro bem agora onde.
O conservador segue uma tradição
e é esta tradição (Deus, pátria, natureza e mesmo razão) que determina quem tem
liberdade ou não. O liberal amplia isso. O que o liberal faz é estender esta
liberdade aos demais sujeitos sociais, em especial a burguesia, por méritos
adquiridos com a riqueza no trabalho, mas disso não se segue que os demais tem
estas liberdades. Então aqui o conservador e o liberal andam juntos e traçam um
acordo: nós sim, mas os outros não.
Por isto a escravidão durou tanto
tempo e também por isto a exploração, a usura e a pirataria eram toleradas
tanto pelos liberais quanto pelos conservadores. Penso muito nesse arranjo a
partir da Inglaterra, mas lembro o quão difícil foi a negociação entre
conservadores e liberais lá que gerou a monarquia parlamentar e também a
supremacia inglesa na idade moderna.
Mas, assim, encontramos porque
fundar alguma moralidade ao egoísmo.
Aliás, não vejo a hora de ler
aquele livro do JCBT sobre figuras do estado moderno, porque é naquele fulcro
que foi construída esta distinção aparentemente móvel do egoísmo ou
individualismo possessivo.
Lá que esta crença no egoísmo
como fundamento foi entronizada.
Naturalmente, exatamente, absolutamente, responsavelmente,
individualmente...
Este é o grande dedo anular para
o outro erguido lá na modernidade. (Poderia ser o BIG STICK.) Seja este outro
um país inteiro, uma cultura sagrada, um povo ou raça, os trabalhadores e
etc...
Esta é a justificação da
dominação e da exploração pelo mais forte e mais soberano.
CARTA EM DEFESA DA CULTURA E DA HISTÓRIA DE SÃO LEOPOLDO
CARTA EM DEFESA DA CULTURA E DA
HISTÓRIA DE SÃO LEOPOLDO
Nós cidadãos e cidadãs, ativistas
culturais, educadores, artistas, produtores, representantes de diversos
segmentos desta cidade e da sociedade civil organizada, membros de movimentos
culturais, entidades e instituições com atuação na área cultural, vimos nesta
carta aberta enunciar as seguintes posições:
Saudamos, em primeiro lugar, a
manutenção da existência da Secretaria Municipal da Cultura de São Leopoldo,
pelo Prefeito Anibal Moacir da Silva, após nosso movimento em defesa da cultura
que se alastrou por esta cidade, atingindo muitos segmentos, entidades e
cidadãos.
Em segundo lugar, temos uma
consideração pesada a expressar, pois no dia 25 de Julho de 2015, 191º Ano da
Chegada dos Imigrantes Alemães a esta terra, após muitos anos de amplas
comemorações culturais nesta data e período, assistimos o poder público
municipal descumprir o calendário festivo, substituindo-o, em concessão à
iniciativa privada, por uma feira comercial e artesanal no Centro de Eventos,
sem nenhuma atividade cultural organizada com a participação dos diversos
segmentos culturais da sociedade civil organizada, para comemorar esta
importante efeméride histórica e cultural de nossa terra.
Na falta de um elenco de
prioridades, ações e de iniciativas e propostas pelo poder público municipal,
apresentamos aqui as propostas prioritárias da comunidade cultural leopoldense
para o próximo período:
1. Que se considere a abrangência
da diversidade cultural existente no município de São Leopoldo para além das
manifestações artísticas;
2. Que seja feita a regularização
e se fortaleça o Conselho Municipal de Cultura de São Leopoldo, com feitura e
publicação de portaria administrativa de posse de sua direção legitimamente
eleita;
3. Que o poder público organize,
por meio do Conselho Municipal de Políticas Culturais e da Secretaria de
Cultura e Turismo, com apoio da comunidade cultural leopoldense, o 3º Encontro
Municipal de Cultura, com o intuito de discutir e definir as linhas de ação do
Plano Municipal de Cultura, na última semana de setembro de 2015;
4. Que seja publicado o Edital do
Fundo Municipal de Cultura para o ano de 2015, e também a garantia e o compromisso de abertura
de Edital para o ano de 2016;
5. Solicitamos uma retomada e o
apoio às nossas demandas que serão apresentadas a LOA-2016 e a LDO-2016 junto a
Câmara de Vereadores de São Leopoldo com os seguintes itens prioritários:
- Realização do Carnaval 2016;
- Realização da SL-Fest 2016 com
a participação da comunidade cultural em sua organização;
- Realização da Feira do Livro e
do Premio Sérgio Farina em sua edição de 2015, e garantia da Feira do Livro e
do Premio Sérgio Farina de 2016, cumprindo a Lei do Livro de nossa cidade;
- Realização da Semana
Farroupilha com apoio e compromisso do Poder Público Municipal;
- Manutenção e Modernização do
Teatro Municipal;
- Incentivo a Pesquisa e à
Realização das Artes Cênicas;
- Atendimento das demandas dos
Fóruns Municipais de Cultura;
- Ter um Prêmio de Incentivo as
Artes Visuais e garantir a Manutenção e o Custeio da Galeria Liana Brandão;
- Reedição da Novembrada de
Cinema;
- Atendimento das demandas do
Fórum dos Músicos com a Reedição do Som Léo – Festival de Música;
6. Incluímos aqui também como
nossas demandas prioritárias, estratégicas e históricas, abrindo a partir de
hoje um Fórum de Patrimônio Histórico junto ao Conselho Municipal de Cultura,
por afinidade, interesse e disposição da comunidade cultural reunida, com os
seguintes itens urgentes dentro do tema do Patrimônio Histórico que nos toca
muito:
- Reclamamos o Apoio do Poder
Público Municipal em uma solução para a situação emergencial da Casa do
Imigrante;
- Propomos a retomada do processo
de Tombamento da Praça do Imigrante junto ao Iphan, com a participação do
Conselho Municipal de Patrimônio Histórico Artístico e Cultural – COMPHAC e
contemplando a participação do Instituto São Leopoldo 2024 nesta iniciativa;
- Exigimos a Preservação do
Complexo da Antiga Sede da Unisinos e a realização de audiência pública frente
a qualquer proposta ou plano de intervenção e restauração deste bem cultural. O
Complexo da Antiga Unisinos está inserido e é formado pelos quarteirões entre
as Ruas Brasil, Praça Tiradentes, Dom João Becker e Bento Gonçalves. Indicamos
que existe já estudo urbanístico chamado Projeto Revita que consideramos
adequado para aquele território;
- Medidas Urgentes de Proteção e
Preservação ao Patrimônio Histórico do Museu do Trem, incluindo seus vagões,
maquinários e o acervo de documento e registros históricos junto dele;
- Solicitamos também medidas de
manutenção e cuidado com a Prefeitura Velha ou Palácio Municipal e medidas de
proteção a integridade física do Centro Cultural José Pedro Boéssio;
7. A comunidade cultural também
defende e atualiza a sua demanda de que a Prefeitura Velha ou Palácio Municipal
deve virar uma Casa de Cultura Municipal.
8. Prosseguimos aqui em
continuidade com a nossa luta em defesa da Existência e da Atuação de uma Secretaria
da Cultura em nossa amada cidade São Leopoldo.
9. Esta carta será amplamente
divulgada e entregue ao Sr. Prefeito Municipal e ao Sr. Secretário Municipal de
Cultura no prazo de uma semana.
São Leopoldo, 25 de julho de
2015.
Subscrevem este documento, as
seguintes entidades e seus representantes, que a partir desta data constituem
por livre adesão e participação, individual ou coletiva, o Fórum Livre de
Cultura. Este tem por objetivo articular, fortalecer e fazer convergir aqueles
que se interessam pelo tema da Cultura em São Leopoldo, sempre respeitando e
fortalecendo, amparando e promovendo as entidades e os instrumentos legais do
Conselho Municipal de Cultura, da Secretaria Municipal de Cultura e do Plano
Municipal de Cultura:
Valdenir Lamberti – PRESIDENTE
DO CONSELHO MUNICIPAL DE POLÍTICAS CULTURAIS – PRESIDENTE DO CLTG
Wagner Coriolano – Professor e
VICE-PRESIDENTE DO CONSELHO MUNICIPAL DE POLÍTICAS CULTURAIS
Wagner Pehls - PRESIDENTE DA
ASSOCIAÇÃO DAS ENTIDADES CULTURAIS RECREATIVAS E CARNAVALESCAS DE SÃO LEOPOLDO
Roberto Nicolau Roberto Pinheiro
- Presidente S.R.C.Estação Primeira de São Léo/ VICE-PRESIDENTE DO CONSELHO DE
PRESIDENTES DAS ESCOLAS DE SAMBA DE SÃO LEOPOLDO
Gabriela Scrinz –
VICE-PRESIDENTE DO CONSELHO DE PATRIMÔNIO HISTÓRICO, ARTÍSTICO E CULTURAL –
REPRESENTANTE DO IAB – INSTITUTO DOS ARQUITETOS DO BRASIL
Totonho Lisboa - COORDENADOR DO
FÓRUM DE ARTES CÊNICAS
Mauro Menine – Diretor e
Coordenador do Manifesta Pro - FÓRUM DE ARTES CÊNICAS
Gilmar Goulart Pinto -
COORDENADOR DO FÓRUM DOS MÚSICOS – Músico do Grupo Eco Do Pampa
Dagmar Dorneles – Professora de
Dança e Bailarina
Suzane Wonghon – Professora,
Artista Plástica - FÓRUM DE ARTES VISUAIS
Lilian Nunes da Silva – FÓRUM DE
ARTES VISUAIS - Servidora da Secult
Alice Be Benvenutti – Professora
na Ulbra, Pesquisadora em Museus e Memória Ferroviária
Filipe Farinha – Corpos &
Sombras – Cia de Teatro - Articulador na Rede Circo Sul e na Rede Brasileira de
Teatro de Rua
Claudia Beatriz Severo – Corpos
& Sombras
Leonardo Corá – Arquiteto - Defender
Marcelo Rodrigues da Rosa
Marluce Dias Fagundes
Marcelo Schneider – FÓRUM DE
ARTES CÊNICAS - Professor e Diretor do
Teatro Geração Bigiganga – Pelo Direito à Cultura
Luis Lico Labres
Daniel Cunha – Professor e FÓRUM
DO LIVRO E LEITURA
Jari Mauricio Da Rocha –
Professor e FÓRUM DO LIVRO E LEITURA
Paula Lau – O que move
Lenice Janke Grings – Guia de
Turismo
Luiz Fernando Gusmão – Instituto
São Leopoldo 2024
Aírton Correa Schuch - Secretário
do Instituto São Leopoldo 2024
Caren Suzana - Cultura nas Ruas
Patrícia Affonso – Gestora Pública
e Ativista Cultural
Daniel Adams Boeira - Professor
de Filosofia e História e ex-conselheiro do COMPAHC
Isabella Fortes Boeira -
estudante
Viviane Klaus – Professora
Orson Soares – Professor
Coletivo Fanon
Cicero Alvarez - Vice-Presidente
da FNA - Federação dos Arquitetos do Brasil - do Conselho Estadual do IAB e
Ex-Presidente do CEC - Conselho Estadual de Cultura do RS.
Daniel Sauer - Representante do
DCE da Unisinos
Aqueles que concordarem com o
teor desta carta que assinem abaixo nos comentários
quarta-feira, 29 de julho de 2015
SARTORICES E O CAOS
Não vai demorar muito tempo para
alguns que votaram 15 na última eleição pensando que o seu partido é o Rio
Grande, que piso é no tumelero, e que gaúcho bom e bonachão faz piada com
qualquer coisa, entenderem o tamanho do problema que criaram para si mesmos.
Vão negar, vão resistir, vão baixar a cabeça e se calar, mas lá no
travesseirinho de noite, vão lembrar após alguns graves acontecimentos que com
certeza se sucederão na saúde, na educação e na segurança em todas as bobagens
e estultícies que lhes passavam pela cabeça, quando brincaram de política, brincaram
de responsabilidade política. E alguns vão se arrepender muito amargamente,
porque um estado mal administrado não prejudica só professores, miseráveis,
pobres coitados e/ou alguns poucos que negociam com ele, prejudica à todos. O
atraso que se enuncia na ponta aguda desta história vai ser tão grande que
arrependimento é pouco. Vai ter sim gente que vai bater coma cabeça na parede,
podes crer que vai...eu não queria que isso acontecesse mas é a mais pura
verdade. Infelizmente meu gaudério e minha gaudéria....
segunda-feira, 27 de julho de 2015
CRENÇAS E ESCOLHAS
Retornando o tema das crenças e
do papel das crenças em nossas vidas, em nossas escolhas e no nosso destino.
Para além da pílula azul e da pílula vermelha, para além das consequências das
escolhas, antes disso ainda: qual a natureza da escolha? Como você escolhe e
porque faz esta escolha?
"Como podemos saber se somos
nós quem fazemos a escolha, ou se é a escolha que faz quem nós somos". Questão
das personagens de Sense8 – Série dos irmãos Warchowski – os mesmos de Matrix –
e que é a história de 8 pessoas ao redor do mundo conectadas pela mente. Um Grande leitmotiv! Depende é claro aqui da
escolha...
LUDWIG WITTGENSTEIN - OBSERVAÇÕES FILOSÓFICAS – PREFÁCIO – NOVEMBRO DE 1930
“Este livro foi escrito para
pessoas que tem afinidade com seu espírito. Este espírito é diferente daquele
que informa a vasta corrente da civilização europeia e americana de que todos
somos parte. Aquele espírito tem expressão num movimento para adiante, em
construir estruturas sempre mais amplas e mais complicadas; o outro consiste em
lutar por clareza e perspicácia em toda e qualquer estrutura. O primeiro tenta
entender o mundo por meio de sua periferia – em sua variedade; o segundo, em
seu centro – em sua natureza. E, portanto, o primeiro acrescenta uma construção
à outra, avançando para a frente e para o alto, por assim dizer, de uma etapa
para a seguinte, ao passo que o outro permanece onde está e o que tenta
entender é sempre a mesma coisa.”
WITTGENSTEIN, Ludwig. Observações
Filosóficas. Tradução de Adail Sobral e Maria Stela Gonçalves. São Paulo:
Edições Loyola, 2005. (Primeira Edição Alemã: 1964; Primeira Edição Inglesa
1975.)
PENSAMENTO E DIMENSÕES DA EXPRESSÃO
É algo muito significativo que
nós consigamos sair do mundo do pensamento e de certo confinamento de nossas
reflexões e consigamos adotar alguma forma de expressão em suas dimensões
físicas, estéticas e linguísticas, pois provoca e desperta no outro e também em
nós mesmos uma forma de comunhão que às vezes parece impossível. Ali aonde a
palavra é desnecessária não se chega sem elas!
domingo, 26 de julho de 2015
PARA O MOA E A TURMA DELE A CULPA É SEMPRE DO GOVERNO FEDERAL OU DOS OUTROS
Hoje ouvi uma professora dizendo para minha esposa que o Governo Federal não enviou recursos e é por isso que o Moa não dá aumento. Minha esposa disse que o Governo Federal enviou 13,8 % a mais de recursos para educação, e ele é que não repassou aos salários dos professores. E é bom que se diga que o Moa é que decidiu não reajustar o INPC dos educadores para fazer caixa e atender outras prioridades. Também foi ele que decidiu com seu governo e equipe fazer tudo que tem sido feito nesta cidade contra o povo. Contra a educação. Contra a saúde. Contra a segurança pública - amanheci hoje furioso e muito triste com mais um taxista morto enquanto o assassino do outro continua impune. Tudo que tem sido feito contra a cultura e a história desta cidade. E claro que a senhora que falou com minha esposa deu de ombros e saiu. É sempre assim que eu vejo os que defendem o Moa, dando de ombros quando devidamente contestados e refutados e fazendo da conta que não entendem nada e prosseguem vendendo mentiras e bobagens sobre tudo que lhes toca e, pior que isso, eles continuam acreditando em mentiras e bobagens, mistificações confabulações e em explicações simplórias .e em muitos casos infantis também. Isso é bem feio para mim que sou professor e que por um acaso acompanho desde menino com muita atenção a história desta cidade. Bem, foi exatamente isso - essa viagem mental - que levou ele ao poder e que deu condições para ele fazer a quantidade terrível de erros, maldades e escândalos que tem feito. E as pessoas que votaram nele e acreditam nele fazem de conta que nada aconteceu, simplesmente porque nunca sabem de nada e quando ficam sabendo continuam achando que a culpa é de outros. Isto vale ainda para a versão corrente de que tudo é culpa do Mattos, e que tudo que o Moa fez e que faz provém da cachola do Mattos. Ora, convenhamos...dá para acreditar em Papai Noel, dá até para acreditar em Bicho Papão, mas acreditar nisto é uma grande piada. Tá bom....senta lá e pensa mais um pouco sobre isso....
sexta-feira, 24 de julho de 2015
CONVOCAÇÃO EM DEFESA DA CULTURA E DA HISTÓRIA DE SÃO LEOPOLDO
CONVOCAÇÃO EM DEFESA DA CULTURA E
DA HISTÓRIA DE SÃO LEOPOLDO
Nós cidadãos e cidadãs, ativistas
culturais, educadores, artistas, produtores, representantes de diversos
segmentos desta cidade e da sociedade civil organizada, membros de movimentos
culturais, entidades e instituições com atuação na área cultural, dando
andamento à nossa defesa da Secretaria Municipal de Cultura de São Leopoldo,
convidamos nossos concidadãos e ativistas culturais para REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA
EM DEFESA DA CULTURA.
Se realizará entre as 14:00 e
18:00 deste próximo sábado, dia 25 DE JULHO DE 2015, na Câmara Municipal de
Vereadores e terá como PAUTA PRINCIPAL a de tirarmos, após apresentação, debate
e deliberação uma CARTA DE SÃO LEOPOLDO EM DEFESA DA CULTURA E DA HISTÓRIA DA
CIDADE, arrolando por parte da comunidade cultural e dos cidadãos presentes as
prioridades de curto e médio prazo na área cultural desta cidade.
ASSINAM ESTA CONVOCATÓRIA:
PRESIDENTE DO CONSELHO MUNICIPAL
DE CULTURA - Valdenir Lamberti - Patrão do CLTG - Conselho Leopoldense de
Tradição e Cultura Gaúcha
PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DAS
ENTIDADES CULTURAIS RECREATIVAS E CARNAVALESCAS DE SÃO LEOPOLDO Wagner Pehls
COORDENADOR DO FÓRUM DE ARTES
CÊNICAS Totonho Lisboa
COORDENADOR DO FÓRUM DOS MÚSICOS
Gilmar Eco Do Pampa Goulart
Aírton Correa Schuch - Secretário
do Instituto São Leopoldo 2024
Caren Suzana - Cultura nas Ruas
Daniel Adams Boeira - Professor e
ex-conselheiro do COMPAHC
Cicero Alvarez - Vice-Presidente
da FNA - Federação dos Arquitetos do Brasil - do Conselho Estadual do IAB e
Ex-Presidente do CEC - Conselho Estadual de Cultura do RS.
Daniel Sauer - Representante do
DCE da Unisinos
DIA 25 DE JULHO É DIA DA CULTURA EM SÃO LEOPOLDO - PROPOSTA
Bom dia, gostaria de retomar o
que nós já tínhamos proposto como uma atividade da cultura, do nosso movimento
todo em defesa da cultura da cidade, para o dia 25 de julho, que é no próximo
sábado. Sugiro marcarmos a Câmara de Vereadores à tarde, a partir das 14 horas.
Creio que a gente devia fazer
isso, porque temos muitas pautas pendentes, muitos relatos e retornos a serem
apresentados a em diversas áreas e porque nós não podemos tomar uma injeção relaxante
e nos desorganizar, após um mês da conquista da manutenção da secretaria no dia
18 de junho, quando o Prefeito disse que se rendia à nossa pauta .
Penso que a comunidade cultural
deveria avaliar o estado do processo e ter relatos também e eu sei por relatos in
off, de diversas áreas, que tem mais coisas rolando, por exemplo, no
Patrimônio Histórico, fiquei sabendo que
houve uma importante reunião com o Iphan.
Sei que o movimento Cultura nas
Ruas e o movimento em Defesa da Cultura tem pautas a serem encaminhadas e que nós
deveríamos nos envolver mais. Sei que o pessoal ligado ao Conselho de Cultura e
outros representantes tiveram reuniões com o Prefeito e o Secretário Interino,
mas não temos uma situação muito clara sobre isso para todos que apoiaram o
movimento.
Dei algumas ajudas no tema
tombamento da Praça do Imigrante e creio que isso deve ser publicizado
devidamente, porque o tema do patrimônio está sempre em risco na cidade. Tem a
situação gravíssima da Casa do Imigrante, por exemplo, que requer nossa atenção
coletiva e mobilização.
Penso também que a data é um momento ideal de tirarmos uma CARTA DE SÃO
LEOPOLDO EM DEFESA DA CULTURA E DA HISTÓRIA DA CIDADE
Creio que tanto no nível
simbólico da data que não terá nenhuma atividade pública mais institucional,
cultural e comemorativa e quanto no que toca ao imediato também deveríamos nos
posicionar. Temos que ir fazendo também a pauta prioritária da área do CPF
(Conselho, Plano e Fundo de Cultura) e as demais políticas públicas na área e
nos diversos movimentos.
Me chama atenção, creio que para
todos aqui, que precisamos de cada vez mais democracia, diálogo e trabalho
coletivo e também ouvir o povo e provocar o povo da cidade a refletir sobre
isto. Nossa vitória da manutenção da secretaria mostra exatamente isto que esta
pauta atrai apoios de vários segmentos sociais importantes. E a data do 25 de julho carrega no simbolismo
histórico e com certeza dará mais publicidade as diversas lutas da cultura e da
defesa da história da cidade.
Me retorna o que você pensa sobre
isto?
Um abraço
Daniel.
AOS MEUS CAROS COLEGAS DE SÃO LEOPOLDO
Nós professores e professoras
somos seres humanos comuns que apenas descobrimos um dia que nascemos para
amar, cuidar e educar e, bem, quando não conseguimos fazer estas três coisas acabamos
descobrindo o verbo lutar e, então, começamos a lutar. Jamais vou me esquecer
de todos os colegas que me fizeram ao longo destes 20 anos de professor e pelo
menos 50 de aluno perceber a importância disto. E hoje ao ir lá abraçar meus
amigos e amigas, colegas e demais servidores públicos acabei me lembrando do
dia em que tudo isso começou de forma prática para mim. Em um dia agora
indeterminado de 1979 nós estávamos juntos deitados na ponte 25 de julho para
impedir o Prefeito de então de demolir ela e hoje eu vi só uma pessoa que podia
ter estado lá naquela data e pensei comigo quão importante é poder testemunhar
a luta destes servidores, trabalhadores e educadores leopoldenses contra um
governo que não somente não respeita e é violento, mas que simplesmente não
mede esforços em destruir nossa cidade. Eles erram sistematicamente, eles fazem
muito mal a São Leopoldo, mas isso já é um escândalo agora e isto mostra a
maior vitória para mim desta luta e desta greve. Além de mostrarem que amam a
cidade, mostrarem que cuidam da cidade estão mostrando como é que é que se faz
para mudar isso. Muito obrigado por caminharem até aqui juntas e juntos. Vocês
estão mudando a história da cidade e o maior efeito disto deve sim aparecer em
outubro de 2016, quando teremos a oportunidade de eleger novos vereadores e
vereadoras, um novo Prefeito ou Prefeita e enterrar de vez no passado o PIOR
GOVERNO DA HISTORIA DE SÃO LEOPOLDO. Digo isso porque ao contrário do que
alguns possam pensar esta greve é muito vitoriosa, pois esta fazendo aquilo que
o povo não é capaz de fazer e prova que aqueles que prometeram mudar, governar
melhor e para o povo mentiram e estão perdidos em erros, maldades e escândalos.
E isso foi uma grande jornada de luta contra o desrespeito e o reajuste zero.
Não temam...tenham orgulho e andem de cabeça erguida porque hoje todo mundo
sabe de que lado está a covardia, o mal e a injustiça em São Leopoldo.
quinta-feira, 23 de julho de 2015
CURSO DE FILOSOFIA E HISTÓRIA DA ARTE DE MÁRIO DE ANDRADE – RIO DE JANEIRO - 1938
"O curso de Filosofia e
História da Arte ministrado por Mário de Andrade na Universidade do Distrito
Federal nasceu de um golpe da "imaginação, essa doida", como contava.
Veio-lhe a ideia de fundir as duas disciplinas numa só. Com isso teve de
trabalhar mais duro, sob pressão do ritmo intenso de aulas, quatro por semana.
Não sabia se iria aguentar, tanto se gastava em estudos e pesquisas, mas
saiu-se bem. A vantagem é que, com essas aulas, repensava o problema da
estética, e o definia tanto para os alunos como para si mesmo.
Era o seguinte, em resumo, o
pensamento exposto na aula inaugural. A arte não se aprende: daí a diferença
fundamental entre o artista e o artesão. Nos processos de elaboração dos eu
material básico, a arte quase se confunde com o artesanato, o artefazer.
Portanto, o artista há de ser também artesão, dono dos segredos e das
exigências do material. O artesanato não se confunde com a técnica; é parte
essencial dela. A outra parte é a objetivação de uma "verdade
interior" do artista, que obedece a imperativos e caprichos da
objetividade. O artista será, no entanto, mero imitador se se limitar ao
exercício da habilidade própria. A técnica envolve a solução do artista, que
integra o "talento"; é um elemento imprescindível e inensinável. Pela
"inflação do individualismo", a arte foi afastada de suas fontes
legítimas. Deve voltar a elas. "Só então o individuo retornará ao humano.
Porque na arte verdadeira o humano é a fatalidade" - concluía o mestre.
Tal, em linhas gerais, o
ensinamento a ser desenvolvido nas aulas subsequentes.
Eram aulas entremeadas de
exemplos, caos metáforas, sempre cheias de vivacidade e interesse. O professor,
muito metódico, vinha com fichas preparadas e seguia um esquema seguro, sem se
desviar. Passava trabalhos para casa e dava notas. Era brincalhão, mas ao mesmo
tempo exigente. Os alunos o achavam "desacatante" (um termo em voga
na época); continuavam a conversar e A fazer perguntas pelos corredores e no
café, alguns iam ao seu apartamento para consultar livros e álbuns de
arte."
CASTRO, Nelson Werneck de. Mário
de Andrade: O Exílio no Rio. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1989. pp. 27-28.
sábado, 18 de julho de 2015
NÃO ESTAMOS SÓS - VANAZZI CONTA COM A GENTE!!!
Hoje eu disse algo que pode ser
considerado uma conversão ou pelo menos uma inspiração diferente entre as
minhas diversas inspirações desta vida. Em meio a uma reunião política eu, que
apesar de ser um velho militante marxista, com formação trotskista e um
disciplinado leninista e alguém com razoável currículo de luta e de pensamento
nesta linha, contrariei as previsões e pela primeira vez em minha vida eu disse
que tenho um Papa neste mundo que pensa exatamente como eu. Dei graças na
linguagem mais usual e direta possível e disse que isso já era alguma coisa e
que apesar de tudo não perdia as esperanças em mudar este mundo.
Hoje, também, assumi com alegria uma posição de muita fé em
apoio a um amigo e companheiro que se chama Ary Vanazzi, e todos que me conhecem
sabem do significado disso para mim e para nós, e, então, por um daqueles acasos
que só aqueles que vivem uma vida aberta ao desconhecido e que não temem o
inexplicável podem viver, então eu citei a Bíblia - Atos 16 - para afirmar
claramente que nós estamos aqui e não estamos sozinhos, não lutamos sozinhos,
não vivemos sozinhos e não deixaremos de lutar e desejar muito um mundo melhor
para todos os homens e mulheres.
Eu disse que eu tenho fé na
humanidade e que sei que não estou só e olhei para meu companheiro e disse
"Não faça mal a ti mesmo, porque nós estamos aqui!" Não te desespere,
não desista, não recue e conte conosco (aqui eu vou lembrar da Suzani Allgayer
minha querida colega que me pediu certo cuidado que cumpro aqui).
Olhei para meus companheiros de
mesa e luta Ana Affonso, Sandro Della Mea Lima, Marcel Frison, Dolores
Pessoa, e muitos outros companheiros, como o Ibanes De Oliveira Mariano (ao
qual eu havia dito que faria o Vanazzi chorar - não vi uma lágrima, mas vi o seu
riso e sua alegria) o Vagner Souza Dos Anjos, a Paty Affonso e muitos outros
e resumi uma única coisa NÃO ESTAMOS SÓS, e não fazemos político por nós
mesmos, nem para nós mesmos. E, então, pela primeira vez na minha vida não fiz
um discurso, não dei uma lição e não disse algo que gerasse grande controvérsia
ou discussão, porque senti que nosso momento é de muita união e muita força
para lutar por nossa cidade, nosso povo, e uma vida melhor para todos, com
especial atenção para os mais necessitados e para aqueles que tem fé em mudar
este mundo e que não desistem disso frente a qualquer dissabor, desafio ou
traição.
Somos sérios e quem não crê nisto
está errando e deixando de ver para além de si mesmo como fazer algo mais com
os outros neste mundo.
A passagem Bíblica é a que segue:
Atos 16
…27 O carcereiro despertou do
sono e, vendo abertas as portas do cárcere, desembainhou sua espada a fim de se
matar, pois concluíra que os presos todos houvessem escapado. 28 No entanto,
Paulo gritou: “Não te faças isso! Eis que estamos todos aqui!”, 29 Então, o
carcereiro pediu luz, correu para dentro e, trêmulo, atirou-se aos pés de Paulo
e Silas.
…
Estamos aqui junto contigo Ary
Vanazzi!
ADESÃO Á CRENÇAS
Aderimos simplesmente à falsas
crenças, algumas delas nos preferimos, e assim nos apegamos a elas, construímos
um sistema iluminado para elas e julgamos que elas fazem parte de nossa
identidade e, eis que, então, a verdade inteira desaparece escondida.
ISSO PODE EXPLODIR NA NOSSA CARA - CARL SAGAN
"Nós criamos uma civilização
global em que os elementos mais cruciais – o transporte, as comunicações e
todas as outras indústrias, a agricultura, a medicina, a educação, o
entretenimento, a proteção ao meio ambiente e até a importante instituição
democrática do voto – dependem profundamente da ciência e da tecnologia. Também
criamos uma ordem em que quase ninguém compreende a ciência e a tecnologia. É
uma receita para o desastre. Podemos escapar ilesos por algum tempo, porém mais
cedo ou mais tarde essa mistura inflamável de ignorância e poder vai explodir
na nossa cara"
C. Sagan. Relatório da Reunião
Educação para o Século XXI.
GARAGEM HERMÉTICA IS DEAD -90 IS DEAD
Lembro de tudo isso...frequentei
o Garagem Hermética em Porto Alegre e fui dessa geração trash dos anos 90,
ainda que tenha sido também da geração dos 80 que frequentou o Ocidente e muitas
outras espeluncas e botecos...e hoje quando me pergunto que graça tinha? Não
encontro nenhuma porque era aquilo a única coisa que nós podíamos fazer com os
poucos trocados que tínhamos...aqui aquele texto sobre viagens e esqueça todo o
resto que compartilhei estes dias combina bem. Mas Nirvana ainda me encanta sim
e hoje é dia de rock....ninguém mais precisa ser convidado, enganar o porteiro,
nem filar um copo de ceva...tamo velho meu chapa...e o romantismo ou saudosismo
é algo que esconde a face dura daquilo que não era punk de loja de acessórios
nem trash de boutique...estes dias escutei o Gilberto Gil Punk de Periferia e
entendi algo sobre isso, vai lá e tenta...e olha a data daquilo...de resto o artigo da Carol é muito bom para lembrar Carol Bensimon Os descuidados noventa
PRÁ RECOMEÇAR - ESPERANÇA
Bom Dia...chove, chuva,
choverando e eu começo o dia estudando meus próprios botões e meu sistema de
crenças e ouvindo canções em que sua poesia e melodia falem do que me interessa
nele...o desejo me interessa e a esperança também sempre...uma delas que para
mim é muito bela foi lembrada hoje por uma amiga e é esta: PRÁ RECOMELAR -
FREJAT
SOBRE A SORTE DE SOBREVIVER
"Eu sei, é claro, é simplesmente sorte.
Eu ter sobrevivido a tantos amigos. Mas esta noite num sonho
Ouvi estes amigos dizerem de mim: "Sobrevive o mais capaz"
E odiei a mim mesmo."
Bertold Brecht à Salka Viertel
Um bilhete deixado por ele sob a porta dela, que ela encontra pela manhã, após uma noite de conversas sobre a dor da fuga e do exílio e sobre o sentimento de culpa pelos que ficaram na Europa à mercê das câmaras de gás, da guerra e de um final em desespero e sofrimento.
In: FRIEDRICH, Otto. A Cidade das Redes. p. 107.
sexta-feira, 17 de julho de 2015
PARA LEMBRAR OS INCAUTOS E TRAIDORES DAS CAUSAS POPULARES
"E o maior erro político e
de interpretação de alguém é julgar que o nosso povo não sabe lutar e usar do
poder de dissuasão para avançar nesta luta. Quem pretende vencer os
trabalhadores, seus sindicatos, seus projetos e partidos deveria pensar duas
vezes, pois acabará por enfrentar sempre velhos e velhas enxadristas que não
cedem um peão na luta e que aprenderam a cercar muito bem o rei."
CONTRA O CRÍTICO
Meu caro amigo. Não sei para quem
estais dizendo isto, contra aqueles que se colocam a criticar aos outros e
contra criticas, mas se cabe a mim - e com certeza cabe, te digo com carinho:
não peça a um filósofo, professor, cientista, estudioso, cidadão ou homem livre
(e podemos botar todo o feminino que houver neste mundo aqui) para não criticar
ao outro, pois o fundamento da sabedoria, da aprendizagem, da ciência, dos
estudos e de nossa liberdade está na possibilidade de fazer isto. Mas criticar
tem por objeto apenas as crenças e ações que sejam públicas e que mereçam
juízo. Entendo que nós seres humanos não deveríamos ser resumidos a suportes de
crenças, porque também temos sentimentos, vínculos e uma vida sobre a qual
constituímos crenças. Então deixa criticar, critique como fazes, pois algo de
bom pode sair daí, nem que seja a mera libertação de uma crença que te
aprisiona e que não resume tua identidade, nem te expressa por inteiro. Como me
parece ser o caso agora.
quarta-feira, 15 de julho de 2015
O PRÍNCIPE E A TRAGÉDIA, para Bado Jacoby o profeta do Reino de Castela
“Oh que arriscado ofício é o dos
príncipes e o dos ministros!”
Padre Antônio Vieira.
(Sermão do Primeiro Domingo de
Advento. Nesta pregação na Capela Real seu principal assunto foi o juízo e os pecados
da omissão na presença magnânima de sua majestade real. Lisboa. Dezembro de 1650)
Só para variar Antônio Vieira já
tinha notado isso, porém, para constar e fazer justiça com os tempos que
vivemos, suas causas e suas consequências futuras e divisáveis. Fiquei pensando
com meus botões sobre certas situações que se dão com os Príncipes ao ler um
texto sobre tragédias clássicas de Holderlin. Também, pensei após ler algumas
páginas de O Príncipe de Maquiavel sobre esta situação delicada entre poder e
consciência moral. E também após ler e escrever sobre um Hamlet que superou
seus dramas e viveu feliz para sempre. Por fim, lembrando agora do Príncipe
Dionísio II que foi aluno e que por fim traiu Platão em Siracusa. Parece haver
um lance trágico nesta carreira de Príncipe. Parece que este sujeito é muito
sujeito a traições e fatalidades. Que esta não é a melhor carta mesmo no
baralho do reino.
ERGA OMNIS - LEVANTA-E E ANDA!
Talvez seja mais fácil
ressuscitar aos mortos com um trombeta dos céus, do que despertar os vivos de
seu sono dogmático e profundo com argumentos desta única terra que conhecemos.
E esta é uma diferença que pode parecer de poder ou não, mas que trata apenas
do senso de obrigação de cada um dos reles mortais para consigo mesmos.
Pentaquark é a última descoberta da física.
Vejo que quanto mais a física
avança mais desconfio de mim mesmo e de minhas crenças anteriores, desconfio de
meu conceito de lógica e da possibilidade de possuir de alguma forma o conhecimento
completo de alguma coisa. Sim, temos proposições, que podem ser verdadeiras ou
falsas, mas não possuímos mesmo todas as proposições elementares que as
sustentam no espaço lógico ou físico. A cadeia de avanços do conhecimento não
parece encontrar limites definitivos ainda...então seria recomendável que se pare
de ser tão auto-confiante em suas crenças e se comece imediatamente em alguma
medida certa revisão ou análise de seu próprio sistema de crenças. Pode ter
muita coisa errada em sua cachola amigo.
Eu diria pelo que li que o
Pentaquark é um "estado da matéria" dentre um série de estados que
podem receber proposições descritivas singulares, cuja proposição e determinação
característica foi atingida, após muitas tentativas e idas e vindas em relação à
sua existência, pela ciência no experimento. É muito interessante e bem legal
de se pensar e imaginar do que se trata.
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