“Se o outro me ama, decepciona-me
radicalmente por seu próprio amor: eu exigia dele que fundasse meu ser como
objeto privilegiado, mantendo-se como pura subjetividade perante mim; mas,
desde que me ama, ele me sente como sujeito e se afunda na sua objetividade diante
de minha subjetividade. O problema de meu ser-para-outrem fica, pois sem
solução. Os amorosos ficam cada um por si numa subjetividade total.”
O Ser e o Nada. Sartre.
Deve ser o que eu chamo de amar
pelo reconhecimento do gênio, mas a decepção da qual ele fala ali seria o que mesmo?
O reconhecimento de uma singularidade ou como ele parece supor ali – esse Sartre
é muito competitivo amorosamente – o reconhecimento de uma superioridade. Para mim
isso é mais simples: só quem possui a beleza e a grandeza reconhece a grandeza
e a beleza em outrem. Mas
isso me colocaria no rol do presunçosos...despertaria a crítica, a inveja e
talvez até mesmo a reprovação de outros superiores, mas e daí? Que cada um seja
por si e pelo outro que quiser...
Mas ainda assim, veja isto:
Mas ainda assim, veja isto:
“O homem que quer ser amado não
deseja realmente a escravização da amada… A total escravização da amada mata o
amor do amante. Se a amada se transforma num autômato, o amante reencontra-se a
si mesmo sozinho. Por isso, o amante não deseja possuir a amada como se possui
um carro. Ele exige um tipo especial de apropriação. Ele quer possuir uma
liberdade, enquanto liberdade, ele quer ser amado por uma liberdade, mas exige
que esta liberdade deixe de ser livre.” O Ser e o Nada. Sartre.
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