SIM MESTRE GUSTAVO MELLO,
MUITOS
LIVROS BONS E
MUITOS E BONS LEITORES NO BRASIL
- provocado a partir de um diálogo sobre o lançamento pela L&PM de GUSTAVE FLAUBERT: O IDIOTA DA FAMÍLIA, de Jean Paul Sartre, sobre o seguinte texto/diálogo:
G.M.: "O Brasil vive um dos períodos de
ouro em se falando de mercado editorial. Não há a menor possibilidade de
acompanhar um terço do que se publica."
D.A.B.: "Eu que sei..cada vez que entro em
uma livraria ou visito um site de editora ou leio os jornais e revistas fico
impressionado com isso...é um bom tempo mesmo...."
A boa notícia é que alguns dos
jovens que lêem hoje tem me surpreendido com a diversidade de interesses e o
bom uso de uma vasta gama de informações disponíveis na internet hoje. Lembro
bem que nós tínhamos que garimpar muito e por mais de anos no nosso tempo de
juventude, diletantismo e autodidatismo.
Neste último item tenho tido
belas e maravilhosas surpresas com alunos e alunas de escola pública de ensino
médio.
Nossa, poderia enumerar aqui
muitos exemplos e que deixariam alguns outros professores boquiabertos como eu.
Imagino que os professores que não percebem estas coisas ou que não valorizam
elas deveriam prestar mais atenção e buscar mais as grandes experiências
positivas na educação, escapando do discurso depressivo na educação ou de um
negativismo recorrente que vem sempre misturado com certo saudosismo e aquela
velha perspectiva de que no meu tempo era melhor e cosia e tal. Este tempo já
passou e há que se olhar para o presente.
Um exemplo caro para mim neste
ano é que fui apresentar o que chamei de QUARTETO FANTÁSTICO - DESCARTES,
SPINOZA, PASCAL E LEIBNIZ...e uma criatura foi pra cima do Spinoza e em três
linhas e poucas palavras me apresentou um resumo muito elegante das teorias
dele que ela encontrou aqui e ali, tirando conseqüências e aplicando à vida
meio que num relâmpago brilhante o que me deixou completamente boquiaberto. E
este é o primeiro caso que destaco resumindo entre outros.
Outro caso, por
exemplo, ainda, de uma aluna que me apresenta com a maior honestidade um resumo
de cor e salteado do seu trabalho de três páginas sobre Pitágoras em 10 minutos
de forma oral, com poucas anotações no caderno e com uma maestria notável.
Ou,
ainda, para liquidar, um menino que resume Parmênides de uma forma tão precisa,
elegante e analítica que parece o próprio autor exibindo a estrutura de um
iceberg lógico.
Eu tenho tido diversas experiências destas também em debates,
em diálogos e tive o prazer de ter uma turma de terceiro ano que simplesmente
fazia qualquer assunto ter um UP a partir da sua apresentação básica por mim.
Eu
dizia para eles ao final do ano, no agradecimento, que eles sempre tornavam
qualquer aula melhor e tudo que eu apresentava para eles ficava melhor a partir
da discussão com eles.
Isso tudo penso eu, me leva muita
água ao moinho de minha tese de que as ciências humanas e artes serão muito
beneficiadas pelo impacto das novas tecnologias. Simplesmente porque é a ponta
oposta frente a completa saturação dos conhecimentos naturais e exatos que
atingimos hoje.
Penso que isso também apresenta certo
desafio à curiosidade, inteligência e sagacidade dos alunos e alunas, porque se
ainda tem uma região que ainda é quase inteiramente indomável ao pensamento
humano é esta.
#PRONTOFALEI...
tava quietinho até hoje..
mas já é dia dez...não é pessoas?...
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