“É nos seres extremamente raros e escolhidos que a mais sublime qualidade da humanidade se realiza: uma vida ampla e profunda, reconciliada por uma mão poderosa. Na humilde vida cotidiana, entretanto, cujos ensinamentos devem ser levados em conta, transcorre que as naturezas abundantes, emocionalmente vitais e ágeis, são precisamente aquelas que acolhem as mais finas possibilidades de se capturar a força que intensifica a vida com firmeza, decisão e alegria -, mas estas estão muito expostas ao perigo de se dilacerarem e se dispersarem. Este é o motivo pelo qual ‘o afeto’, a emoção, cai em má reputação diante de todo moralismo, o qual sempre toma o seguro caminho burguês. E a palavra ‘paixão’, que designa uma forma de movimento emocional interior, é empregada como se significasse que esse movimento tem outro conteúdo, algo ignóbil, de base.”
de Marie Luise Enckendorff (isto é, Gertrud Simmel), Vom Sein und Haben der Seele, Aus einen Tagebuch, Leipizig, 1906, pp. 22-3, tradução de Wolfgang Schwentker, com uma pitada minha aqui e ali.
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