Eu vou repetir algo que disse um
dia para vários companheiros: Me sinto completamente responsável pelo que
aconteceu em São
Leopoldo. Num sentido bem preciso: tanto por esta derrota na
eleição de 2012, quanto pelas diversas e sucessivas vitórias nossas que seguem
para além da eleição para prefeito desde a fundação do partido. Em algumas
participei muito, no apoio, em coordenação, dirigido ou ajudando a dirigir e em
algumas decisões que me diziam respeito por setorial, regional ou área de
atuação, experiência, interesse e participação. Mas curiosamente quanto aos
três candidatos, desde o Zulke versus Vanazzi nas prévias, O Paulo Borba na
primeira etapa e, por fim, o Zulke sempre estive em desvantagem e de certa
forma fui voto e pensamento vencido. Mas eles foram sempre eleitos pela
militância e pelas correntes também através de acordos e de alianças. Eu assiti
o Zulke ser derrotado na prévia de 2003 por um frentão de correntes e sei bem
como foi que isso foi construído e tudo que mudou no desenho interno de lá para
cá. Mas mesmo assim atuei no apoio, na defesa e na tentativa de obter a vitória
com todas as minhas forças, capacidades e fraquezas também. Então, não fico
mesmo fazendo discurso de que o erro foi só esse ou foi só aquele. De que o
culpado foi esse ou aquele. Ainda que houvessem erros e ainda que hajam
culpados. Na vitória muitos são os aplausos, mas é na derrota que a gente
conhece os militantes. Então, tendo a ver de outra forma este processo que você
acha que alguém decidiu contra a gente. A responsabilidade é coletiva mesmo. No
condomínio de governo, na composição da direção e nas políticas e ações da
campanha a participação voluntária e a disposição dirigente se prova todos os dias,
não somente nas avaliações. Então, creio que muita coisa deve ser repensada.
Mas nem eu defendo tucanismo, nem choque de gestão e muito menos faria um
discurso de que a RBS vai decidir a eleição. Ela pode querer, vai tentar, e
pode conseguir até, mas não sou eu quem vai dizer que sim, que isso vai
acontecer e ficar chorando antes de apanhar ou antes de vencer. O Vanazzi está
certo em muitas coisas e a primeira delas é para mim em não parar de lutar.
Então só isso, depois de toda a trairagem que sofremos, de fora e de dentro,
depois do que vi também na campanha para a FAMURS dentro do PT, depois do que
assisti de perto na campanha em 2010, o Vanazzi ser candidato a presidente do
PT já é uma proposta para mim. O fato, também,
da DS e a AE estarem juntas não pode ser visto como o pagamento de uma conta,
mas sim como a possibilidade de reconstrução da esquerda do PT no RS. Esquerda
esta que foi capaz de construir muita coisa até 1998 e que depois em 2002 e 2004
seguiu de forma dividida até hoje. Após tudo que vivi, não creio que a questão
se resuma a personalidades e confio mais no Vanazzi neste quesito do que no
Jairo Jorge para sair dessa barrafunda em que o poder econômico tem tentado
colocar o PT. Isso para tocar suavemente em um outro quesito que me aborrece
tanto quanto o personalismo. Eu recomendo sempre apreciar com carinho e muita atenção
o custo das campanhas para deputado federal e estadual, porque o nosso partido
se chama PT e defende que seus candidatos, dirigentes e governantes estejam sob
controle, fiscalização e julgamento permanente dos seus filiados e filiadas. O
Raul Pont falou disto agora mesmo quando anunciou que não iria se candidatar em
2014 o que é uma perda para o PT. Não gosto mesmo de ver o PT se convertendo em
Partido da Ordem e do Status Quo econômico. E não adianta usar a RBS como
fantoche aqui. Hoje ela ataca a esquerda do PT como ontem, elogia o centro e a
direita, mas vai acabar tentando de qualquer jeito acabar com a direita do PT
logo ali e eu lamento que ela já tenha mais força para isso do que alguns
ingênuos imaginam. As campanhas sórdidas contra o Vanazzi não passam mesmo de
alianças do poder econômico contra o PT e contra a esquerda do PT e me dói ver
companheiros do PT muito abraçados, prestigiados e apupados com estes caras Boa
luta!
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