“Quando o poder da síntese desaparece da vida dos homens e quando as antíteses perdem sua relação vital e seu poder de interação e conquistam a independência, e então que a filosofia se torna uma necessidade sentida.” G.W.F. Hegel
A pessoa que mais me chamou atenção para isto, para esta espécie de ignorância cognoscente e superciente – foi um grande professor de história aposentado - afirmou em um debate mais ligado a história cultural e ao horizonte cultural de uma cidade como a minha que se tratava de uma situação pré-crítica. Pré-crítica para ele é a mesma cosia que dizer pré-kantiana. Uma situação anterior ao esclarecimento e a emancipação do homem de sua menoridade servil e tutelada por outras consciências. Uma situação que ainda não compreendeu os limites da razão, nem a divisão entre estado e igreja e muito menos os limites de todo o conhecimento possível.
Devemos observar ai um sujeito que assimila crenças de forma acrítica, aceita opiniões de forma acrítica e as reproduz com uma tranquilidade assustadora para mim. Em um outro contexto ela me dizia que nossa cidade tinha uma condição política e cultural pré-crítica e que isto se manifestava nas formas como as escolhas políticas eram construídas, se consolidavam e se faziam representar na Câmara de Vereadores e em vários outros espaços de poder, participação ou gestão. Ele me apontava com sua perspicácia para os métodos, objetivos, meios e valores que eram dominantes nestes processos. E também me dizia para prestar atenção nos discursos legitimadores que acompanhavam as decisões, as opções e as manifestações de prioridades.
A pessoa que mais me chamou atenção para isto, para esta espécie de ignorância cognoscente e superciente – foi um grande professor de história aposentado - afirmou em um debate mais ligado a história cultural e ao horizonte cultural de uma cidade como a minha que se tratava de uma situação pré-crítica. Pré-crítica para ele é a mesma cosia que dizer pré-kantiana. Uma situação anterior ao esclarecimento e a emancipação do homem de sua menoridade servil e tutelada por outras consciências. Uma situação que ainda não compreendeu os limites da razão, nem a divisão entre estado e igreja e muito menos os limites de todo o conhecimento possível.
Devemos observar ai um sujeito que assimila crenças de forma acrítica, aceita opiniões de forma acrítica e as reproduz com uma tranquilidade assustadora para mim. Em um outro contexto ela me dizia que nossa cidade tinha uma condição política e cultural pré-crítica e que isto se manifestava nas formas como as escolhas políticas eram construídas, se consolidavam e se faziam representar na Câmara de Vereadores e em vários outros espaços de poder, participação ou gestão. Ele me apontava com sua perspicácia para os métodos, objetivos, meios e valores que eram dominantes nestes processos. E também me dizia para prestar atenção nos discursos legitimadores que acompanhavam as decisões, as opções e as manifestações de prioridades.
E eu fiquei pensando muito nisto por uns dois anos e me dei conta de uma grande contradição sistêmica muito interessante, porque devemos chamar assim o fato de que toda a nossa cidade é povoada por muitos cidadãos, professores, professoras, profissionais liberais e que é uma cidade com uma grande e maravilhosa instituição universitária que possui intelectuais de diversas graduações e qualificações e que, no entanto, em volta do Castelo Medieval, as coisas se encontram assim, deste modo pré-crítico e atrasado. Uma cidade com uma ampla estrutura educacional, uma ampla tradição cultural e que ao mesmo tempo possui uma história econômica também muito interessante e proeminente no cenário regional e estadual.
Lembrar aqui do Nome da Rosa e das dificuldades para compreender um tempo cheios de fantasmas e mistérios em que até a lógica deve lutar arduamente para sobreviver frente ao poder e ao preconceito, frente à dogmas e a disposições violentas, é um bom paralelo para mim agora. Ora, como poderia uma cidade destas, com esta tradição escolar de quase dois séculos, com esta forte e intensa atividade de produção, prestação de serviços e de desenvolvimento de novas tecnologias ser divisada e governada por uma perspectiva pré-crítica.
Lembrar aqui do Nome da Rosa e das dificuldades para compreender um tempo cheios de fantasmas e mistérios em que até a lógica deve lutar arduamente para sobreviver frente ao poder e ao preconceito, frente à dogmas e a disposições violentas, é um bom paralelo para mim agora. Ora, como poderia uma cidade destas, com esta tradição escolar de quase dois séculos, com esta forte e intensa atividade de produção, prestação de serviços e de desenvolvimento de novas tecnologias ser divisada e governada por uma perspectiva pré-crítica.
Pois, não é que ouvindo os discursos mais correntes em vários temas e pautas atuais, me dou conta que esta transição não se completou mesmo, nem entre nós os “racionalistas, críticos e esclarecidos”. Vejo que houve mesmo um grande retrocesso na racionalidade de 1781 para cá. De tal modo que aquilo que chamamos de modernidade é somente o retorno da supremacia de uma objetificação acrítica através de um método e de uma linguagem encobridoras.
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