FRAGMENTO DE HIPÉRION (THALIA)
"Existem dois ideais de nossa existência: um estado de mais elevada simplicidade, onde, pela simples organização da natureza e sem darmos nenhuma contribuição, nossas necessidades concordam mutuamente consigo mesmas, com nossas forças e com tudo com o que nos relacionamos; e um estado da mais elevada formação cultural, onde, pela organização que nós mesmos somos capazes de conferir, seria possível encontrar a mesma concordância, não obstante as necessidades e as forças serem infinitamente mais multifacetadas e fortes. A via excêntrica que o homem, tomado em sentido universal ou em particular, percorre de um ponto (da simplicidade mais ou menos pura) a outro (da formação cultural mais ou menos plena) parece sempre igual, em suas direções essenciais."
HOLDERLIN, Friedrich. Hipérion.
Ótima Tradução de Marcia Sá Cavalcante Schuback.
Rio de Janeiro: Forense, 2012, p. 1.
Nota: A ideia que ele expõe aqui é simplesmente maravilhosa e cada um de nós deveria parar um pouco e olhar para o seu ponto de partida original e o atual e pensar numa resposta a esta questão: O que afinal se constituiu após aquela origem até esta situação atual e o que lhe parece igual ou comum em suas direções essenciais?
Holderlin é um clássico no sentido mais nobre desta palavra, porque dá um parâmetro e uma medida, dá harmonia ali onde todos nós tendemos a ver um caos ou um emaranhado de sinais quase indiscerníveis. Ao ler ele sempre me dou de ombros e fico pensando como não havia me dado conta disto antes ou, então, sempre pensei assim só não sabia expressar isto desta forma tão límpida. Mas ele também é trágico e romântico...
Em que sentido isto tem relação com o dia da criança e o dia dos professores? Com as lutas e as paixões, com os conflitos e emoções, com as imagens e lembranças, com a violência e a decência desta doce e bela semana?
Que cada um pense por si, a partir de si e veja se tem uma resposta que lhe conforte ou que lhe desafie...
E se quiser me chamar de obscuro por isto, que fique à vontade....
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