Coerência tem sido mercadoria cada vez mais rara na política, inclusive entre aqueles que clamam por isto e usam isto como justificativa em suas rupturas e separações. Além da diluição ideológica e da falta de identidade a gente assiste aqueles em quem alguns depositam suas últimas esperanças fazendo a mesma coisa de sempre e de novo: alianças pragmáticas que os afetam moralmente e os afastam cada vez mais nem tanto dos princípios, mas sim dos objetivos e reduzindo todas as equações políticas á viabilidade eleitoral ou negocial. Ao ler Platão - de certa forma pela primeira vez - me dei conta de que nunca fui idealista, mas bem, talvez agora comece a ser de uma vez por todas. A democracia é sim o menos pior dos regimes, mas sempre pode ser piorada se aqueles que podem melhorá-la optam por desprezá-la solenemente. Quando começamos a ter viabilidade eleitoral nós nos demos conta de vez do poder do marketing, do poder do dinheiro e do poder da mídia - e eu sei e você sabe o que temíamos - não eram as ilusões nem as falsas imagens, mas sim que elas nos afastassem daquilo que almejávamos, o que não era mesmo simplesmente o poder. Agora não...não mais...as ilusões são reais, substituem de vez os ideais, as idéias e os programas...a vida é um sonho...e isso importa tão pouco...
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