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terça-feira, 30 de junho de 2015

CREDULIDADE E VERDADE:



“O mal que a credulidade faz num homem não se limita à estimulação de um caráter crédulo nos outros e à decorrente defesa de crenças falsas. O hábito de ser descuidado com aquilo em que acredita leva os outros a serem por hábito descuidados com a verdade daquilo que me é dito. Os homens dizem a verdade uns aos outros quando cada um respeita a verdade na sua própria mente e na mente do outro; mas como poderá o meu amigo respeitar a verdade na minha mente quando eu próprio sou descuidado com ela, quando acredito em coisas porque quero acreditar nelas, porque são reconfortantes e agradáveis? […] O homem crédulo é o pai do mentiroso e do batoteiro”


(Clifford, “A Ética da Crença”)

ALGUÉM SE IMPORTA?



Quem se importa realmente com alguma coisa? Quem se importa realmente com a tua existência ou inexistência? Quem se importa com a tua vida, a tua liberdade, menoridade, inocência, decência ou essência? Quem se importa se você tem que chega para viver? Se você tem ou não oportunidade? Quem se importa realmente com a ordem do mundo? Quem se importa com justiça? Quem se importa com a verdade? Quem se importa realmente com o destino da humanidade? Quem se importa realmente com a vida do próximo? Quem se importa realmente com o amor? Muito poucos, sim, meu caro, muito poucos...a maioria vem com um discurso que é pura balela, uma retórica vazia sobre a culpa, como os outros deveriam ser e com pouco caso sobre tudo o mais. pouco caso inclusive sobre si mesmo. Enquanto puderem viver ensimesmados e satisfeitos NO PROBLEM! A imortalidade é o único modo de vencer a morte e isso só é possível, se você suportar esta condição e fizer algo apesar disso tudo...a parte mais importante do existencialismo não é o mero existir, mas ultrapassar isso de alguma forma...nada é mais humano do que isso....nada é mais humano do que superar tudo isso...  

segunda-feira, 29 de junho de 2015

TRACTATUS LOGICO-PHILOSOPHICUS – LUDWIG WITTGENSTEIN - EXCERTO



1. O mundo é tudo que é o caso.
1.1 O  mundo é a totalidade dos fatos não das coisas.
1.2 O mundo resolve-se em fatos.

2. O que é o caso, o fato, é a existência de estados de coisas.
2.1 Figuramos os fatos.
2.2 A figuração tem em comum com o afigurado a forma lógica de afiguração.
2.223 Para reconhecer se a figuração é verdadeira ou falsa, devemos compará-la com a realidade.

3. A figuração lógica dos fatos é o pensamento.
3.1 Na proposição o pensamento exprime-se sensível e perceptivelmente.
3.2 Na proposição, o pensamento pode ser expresso de modo que aos objetos do pensamento correspondam elementos do sinal proposicional.
3.3 Só a proposição tem sentido; é só no contexto da proposição que um nome tem significado.
3.4 A proposição determina um lugar no espaço lógico. A existência desse lugar lógico é assegurada tão somente pela existência das partes constituintes, pela existência da proposição com sentido.
3.5 O sinal proposicional empregado, pensado, é o pensamento.

4. O pensamento é a proposição com sentido.
4.1 A proposição representa a existência e a inexistência dos estados de coisas.
4.2 O sentido da proposição é a sua concordância e discordância com as possibilidades de existência e inexistência dos estados de coisas.
4.3 As possibilidades de verdade das proposições elementares significam as possibilidades de existência e inexistência dos estados de coisas.
4.4 A proposição é a expressão da concordância com as possibilidades de verdade das proposições elementares.

5. A proposição é uma função de verdade das proposições elementares.
5. 1 As funções de verdade podem ser ordenadas em séries. Esse é o fundamento da teoria da probabilidade.
5.2 As estruturas das proposições mantém entre si relações internas.
5.3 Todas as proposições são resultados de operações de verdade com as proposições elementares. A operação de verdade é a maneira como a função de verdade resulta das proposições elementares. (...) Toda proposição é o resultado de operações de verdade com proposições elementares.
5.4 Aqui se evidencia que não há “objetos lógicos”, “constantes lógicas” (no sentido de Frege e Russell).
5.5 Toda função de verdade é um resultado da aplicação sucessiva da operação
(---V)(ζ---)
a proposições elementares. Essa operação nega todas as proposições entre os parênteses da direita e chamo-a negação dessas proposições.
5.6 Os limites da minha linguagem são os limites de meu mundo.

6. A forma geral da função de verdade é: [ ~p, ~ζ, N (~ζ)].
Isso é a forma geral da proposição.
6.1 As proposições lógicas são tautologias.
6.2 A matemática é um método lógico.
As proposições da matemática são equações; portanto, pseudo-proposições.
6.3 A pesquisa da lógica significa a pesquisa de toda legalidade. E fora da lógica é tudo um acaso.
6.4 Todas as proposições tem igual valor.
6.5 Para uma resposta que não se pode formular, tampouco se pode formular a questão. O enigma não existe. Se uma questão se pode em geral levantar, a ela também se pode responder.
6.54 Minhas proposições elucidam da seguinte maneira: quem me entende acaba por reconhecê-las como contra-sensos. (...)


7. Daquilo que não se pode falar, deve-se calar. 

domingo, 28 de junho de 2015

VITÓRIA DA CULTURA!




Meus sete segundos de reflexão antes de falar no dia 17 de junho de 2015 na DEFESA DA SECRETARIA MUNICIPAL DA CULTURA – Na Sessão Extraordinário do Conselho estadual de Cultura na Câmara de Vereadores de São Leopoldo. Ao final do dia o Prefeito anunciou manter a secretaria, após mais de um mês de mobilizações e manifestações diversas de muitos parceiros. Parabéns a todos que lutaram juntos e vamos em frente para recuperar a estruturação desta secretaria!!!! Desculpe a cara feia. Quem me conhece sabe que sou algumas vezes muito sério por extremo carinho com todos, inclusive com os adversários das nossas lutas!!!!Vamos manter esta caminhada e avançar com uma agenda positiva no dia 25 de julho!!!


Quem quiser ver e assistir a integra das manifestações da audiência veja aqui:SESSÃO DO CONSELHO ESTADUAL DE CULTURA EM SÃO LEOPOLDO - 17 DE JUNHO DE 2015

RETRATO DO ARTISTA QUANDO JOVEM




Minha homenagem aos jovens que ousam escolher suas crenças e que ousam lutar pelos seus sonhos - - - Só tem uma pessoa neste mundo hoje que sabe porque estou usando esta obra nesta data - - - Uma homenagem que é dupla: a primeira para James Joyce que o fez, a segunda para todos os jovens que vão fazer de si um artista, cujo retrato jovem terá muitos mistérios, símbolos e uma grande pitadinha de realidade. Esta é, enfim, a única idade em que podemos ser heróis de nós mesmos...


Citei ele no tema da escolha de crenças como um exemplo de um jovem auto-consciente que escolhe deliberadamente quais e tais crenças que lhe agradam ou que prefere crer. Passado Bloomsday...esta é uma nota que pode ser também uma nota de Blooms Influence...

INFLUÊNCIAS, BIOGRAFIA, CONFISSÕES, AUTOCONSCIÊNCIA, REFLEXÃO E ESCOLHA DE CRENÇAS



Lembrei muito da Denise Bottmann por causa da Virginia Woolf e do Paulo Faria por sua influências e homenagens e seu texto A "Encenação".

"Essa influência - e por influência quero dizer o poder exercido por outros grupos sobre nós; a opinião pública; o que as outras pessoas dizem e pensam; todos esse imãs que nos atraem para um determinado lado, para ser de uma determinada maneira, ou que nos repelem para outro lado e nos fazem ser de maneira diferente - nunca foi analisada em nenhuma dessas Vidas que eu gosto tanto de ler, ou quando o foi, a análise foi muito superficial. No entanto, é por essas presenças invisíveis que o "sujeito dessas memórias" é arrastado para esse ou para aquele lado todos os dias da sua vida; são elas que o mantém em determinado lugar (...) se não pudermos analisar essas presenças invisíveis, saberemos muito pouco sobre o sujeito das memórias; e então, como se torna inútil escrever autobiografias! Vejo-me como um peixe em um rio arqueado impedido de se mover ; mas incapaz de analisar o rio.!, "


WOOLF, VIRGINIA. Momentos de vida: um mergulho no passado e na emoção. Tradução de Paulo Maria Rosas Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p. 94. 

(Um baita encontro resumido numa pequena citação divisada das minhas buscas aparentemente aleatórias. Um sujeito de crenças sofre influências, pode adquirir crenças de forma passiva ou ativa, ser consciente ou inconsciente disto. As presenças invisíveis me parecem como redes dentro das quais os sujeitos habitam relacionados por crenças comuns e sistemas de crenças comuns e compartilhadas. Algumas destas crenças se transformam em convicções arraigadas e entranhadas, são fixadas e quase tatuadas no corpo destes sujeitos e assim eles vão levando a vida. Moralmente poderíamos apenas perguntar como eles continuam acreditando em crenças ruins por tanto tempo? A única razão que encontrei foi porque está tatuada na identidade pessoal deles, tal crença se confunde com um guardião da pessoa. Então olho para alguns hipócritas e cínicos – para ficar só nestes dois exemplos - vejo um pouco isso: eles vão acreditar em suas razões e crenças até a morte...ou isso seria uma “encenação”?)

FEMINISMO E LUTA DE CLASSES - BEAUVOIR É GENIAL PARA MIM



Beauvoir — Ao escrever O Segundo Sexo tomei consciência, pela primeira vez, de que eu mesma estava levando uma vida falsa, ou melhor, estava me beneficiando dessa sociedade patriarcal sem ao menos perceber. Acontece que bem cedo em minha vida aceitei os valores masculinos e vivia de acordo com eles. É claro, fui muito bem-sucedida e isso reforçou em mim a crença de que homens e mulheres poderiam ser iguais se as mulheres quisessem essa igualdade. Em outros termos, eu era uma intelectual. Tive a sorte de pertencer a uma família burguesa, que, além de financiar meus estudos nas melhores escolas, também permitiu que eu brincasse com as idéias. Por causa disso, consegui entrar no mundo dos homens sem muita dificuldade. Mostrei que poderia discutir filosofia, arte, literatura, etc., no “nível dos homens”. Eu guardava tudo o que fosse próprio da condição feminina para mim. Fui, então, motivada por meu sucesso a continuar, e, ao fazê-lo, vi que poderia me sustentar financeiramente assim como qualquer intelectual do sexo masculino, e que eu era levada a sério assim como qualquer um de meus colegas do sexo masculino. Sendo quem eu era, descobri que poderia viajar sozinha se quisesse, sentar nos cafés e escrever, e ser respeitada como qualquer escritor do sexo masculino, e assim por diante. Cada etapa fortalecia meu senso de independência e igualdade. Portanto, tornou-se muito fácil para mim esquecer que uma secretária nunca poderia gozar destes mesmos privilégios. Ela não poderia sentar-se num café e ler um livro sem ser molestada. Raramente ela seria convidada para festas por seus “dotes intelectuais”. Ela não poderia pegar um empréstimo ou comprar uma propriedade. Eu sim. E pior ainda, eu costumava desprezar o tipo de mulher que se sentia incapaz, financeiramente ou espiritualmente, de mostrar sua independência dos homens. De fato, eu pensava, sem dizê-lo a mim mesma, “se eu posso, elas também podem”. Ao pesquisar e escrever O Segundo Sexo foi que percebi que meus privilégios resultavam de eu ter abdicado, em alguns aspectos cruciais pelo menos, à minha condição feminina. Se colocarmos o que estou dizendo em termos de classe econômica, você entenderá facilmente. Eu tinha me tornado uma colaboracionista de classe. Bem, eu era mais ou menos o equivalente em termos da luta de sexos. Através de O Segundo Sexo tomei consciência da necessidade da luta. Compreendi que a grande maioria das mulheres simplesmente não tinha as escolhas que eu havia tido; que as mulheres são, de fato, definidas e tratadas como um segundo sexo por uma sociedade patriarcal, cuja estrutura entraria em colapso se esses valores fossem genuinamente destruídos. Mas assim como para os povos dominados econômica e politicamente, o desenvolvimento da revolução é muito difícil e muito lento. Primeiro, as mulheres têm que tomar consciência da dominação. Depois, elas têm de acreditar na própria capacidade de mudar a situação. Aquelas que se beneficiam de sua “colaboração” têm que compreender a natureza de sua traição. E, finalmente, aquelas que têm mais a perder por tomar posição, isto é, mulheres que, como eu, buscaram uma situação confortável ou uma carreira bem-sucedida, têm que estar dispostas a arriscar sua situação de segurança — mesmo que seja apenas se expondo ao ridículo — para alcançar respeito próprio. E elas têm que entender que suas irmãs que são mais exploradas serão as últimas a se juntarem a elas. Uma esposa de operário, por exemplo, é menos livre para se juntar ao movimento. Ela sabe que seu marido é mais explorado do que a maioria das líderes feministas e que ele depende de seu papel de mãe/dona-de-casa para sobreviver. De qualquer forma, por todas essas razões, as mulheres não se mobilizaram. Ah sim, houve alguns pequenos movimentos bem interessantes, bem inteligentes, que lutaram por promoções políticas, pela participação das mulheres na política, no governo. Eu não me refiro a esses grupos. Então veio 1968 e tudo mudou. Sei que alguns eventos importantes aconteceram antes disso. O livro de Betty Friedan, por exemplo, foi publicado antes de 1968. Na verdade, as mulheres norte-americanas já estavam se mobilizando nessa época. Elas, mais do que ninguém, e por razões óbvias, estavam cientes das contradições entre as novas tecnologias e o papel conservador de manter as mulheres na cozinha. Com o desenvolvimento da tecnologia — tecnologia como poder do cérebro e não dos músculos — a lógica masculina de que as mulheres são o sexo frágil e, por isso, devem representar um papel secundário não pôde mais ser sustentada. Como as inovações tecnológicas eram muito difundidas nos Estados Unidos, as mulheres norte-americanas não escaparam às contradições. Foi, portanto, natural que o movimento feminista tivesse seu maior ímpeto no coração do capitalismo imperial, ainda que esse ímpeto tenha sido estritamente econômico, isto é, a reivindicação por salários iguais, trabalhos iguais. Mas foi dentro do movimento anti-imperialista que a verdadeira consciência feminista se desenvolveu. Tanto no movimento contra a Guerra do Vietnã nos EUA quanto logo depois da rebelião de 1968 na França e em outros países europeus, as mulheres começaram a sentir seu poder. Ao compreender que o capitalismo leva necessariamente à dominação dos povos pobres em todo o mundo, milhares de mulheres começaram a aderir à luta de classes — mesmo quando não aceitavam o termo “luta de classes”. Elas se tornaram ativistas. Elas aderiram às marchas, às demonstrações, às campanhas, aos grupos clandestinos, à militância de esquerda. Elas lutavam, tanto quanto qualquer homem, por um futuro sem explorações, sem alienações. Mas o que aconteceu? Nos grupos ou organizações a que aderiram, elas descobriram que, assim como na sociedade que tentavam combater, também eram tratadas como o segundo sexo. Aqui na França, e eu me arrisco a dizer também nos EUA, elas perceberam que os líderes eram sempre os homens. As mulheres se tornavam datilógrafas e serviam café nesses grupos pseudo-revolucionários. Bom, eu não deveria dizer pseudo. Muitos dos participantes desses movimentos eram revolucionários genuínos. Mas tendo sido treinados, educados e moldados em uma sociedade patriarcal, estes revolucionários trouxeram esses valores para o movimento. Compreensivelmente, estes homens não iriam abrir mão desses valores voluntariamente, assim como a classe burguesa não abrirá mão de seu poder voluntariamente. Dessa forma, assim como cabe ao pobre tomar o poder do rico, também cabe às mulheres tirar o poder dos homens. E isso não quer dizer que, por outro lado, elas devam dominar os homens. Significa estabelecer igualdade. Assim como o socialismo, o verdadeiro socialismo, estabelece igualdade econômica entre todos os povos, o movimento feminista aprendeu que ele teria que estabelecer igualdade entre os sexos tirando o poder da classe que liderava o movimento, isto é, dos homens. Colocando em outros termos: uma vez dentro da luta de classes, as mulheres perceberam que a luta de classes não eliminava a luta de sexos. Foi nesse ponto que eu mesma tomei consciência do que acabei de dizer. Antes disso, estava convencida de que a igualdade entre homens e mulheres só era possível com a destruição do capitalismo e, portanto — e é esse “portanto” que é uma falácia — nós temos que lutar primeiro a luta de classes. É verdade que a igualdade entre homens e mulheres é impossível no capitalismo. Se todas as mulheres trabalharem tanto quanto os homens, o que acontecerá com essas instituições das quais o capitalismo depende, instituições como igreja, casamento, exército, e os milhões de fábricas, lojas, etc. que dependem de trabalho de meio-expediente e mão-de-obra barata? Mas não é verdade que a revolução socialista estabelece necessariamente a igualdade entre homens e mulheres. Dê uma olhada na União Soviética ou na Tchecoslováquia, onde (mesmo se nós estivermos dispostos a chamar esses países de “socialistas”, e eu não estou) há uma confusão profunda entre emancipação do proletariado e emancipação da mulher. De alguma forma, o proletariado sempre termina sendo constituído de homens. Os valores patriarcais permaneceram intactos, tanto lá quando aqui. E isso — essa consciência entre as mulheres de que a luta de classes não engloba a luta de sexos — é que é novo. A maioria das mulheres sabe disso agora. Essa é a maior conquista do movimento feminista. É a que vai alterar a história nos próximos anos.

Agora leia a íntegra desta entrevista neste link:O segundo sexo 25 anos depois entrevista com Simone de Beauvoir.

SOBRE HIPOCRISIA, por Daniel Cunha


"A hipocrisia é o ato de fingir ter crenças, virtudes, ideias e sentimentos que a pessoa na verdade não as possui. A palavra deriva do latim hypocrisis e do grego hupokrisis ambos significando a representação de um ator, atuação, fingimento (no sentido artístico). Essa palavra passou mais tarde a designar moralmente pessoas que representam, que fingem comportamentos.

Um exemplo clássico de ato hipócrita é denunciar alguém por realizar alguma ação enquanto realiza a mesma ação.

Para o linguista e analista social Noam Chomsky, a hipocrisia, é definida como a recusa de
"... aplicar a nós mesmos os mesmos valores que se aplicam a outros", é um dos males da nossa sociedade, que promove a injustiça como guerra e as desigualdades sociais, num quadro de auto-engano, que inclui a noção de que a hipocrisia em si é um comportamento necessário ou benéfico humano e da sociedade.

François duc de la Rochefoucauld revelou de maneira mordaz a essência do comportamento hipócrita: "A hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude". Ou seja, todo hipócrita finge emular comportamentos corretos, virtuosos, socialmente aceitos.

O termo “hipocrisia” é também comumente usado (alguns diriam abusado) num sentido que poderia ser designado de maneira mais específica como um “padrão duplo”. Um exemplo disso, é quando alguém acredita honestamente que deveria ser imposto um conjunto de morais para um grupo de indivíduos diferente do de outro grupo.

Hipocrisia é pretensão ou fingimento de ser o que não é. Hipócrita é uma transcrição do vocábulo grego "hypochrités". Os atores gregos usavam máscaras de acordo com o papel que representavam numa peça teatral. É daí que o termo hipócrita designa alguém que oculta a realidade atrás de uma máscara de aparência."


SARTORI ANUNCIA CONGELAMENTO DOS SALÁRIOS DOS SERVIDORES

Hipocrisia é isso: apenas seis meses após ter concedido aumentos expressivos e exagerados a seus assessores, deputados, cargos em comissão do Executivo, do Legislativo e - note bem - do Judiciário também e de todas as carreiras do mesmo e do MP...anuncia aos cidadãos do Rio Grande o congelamento dos salários agora para todos os outros....o que inclui professores, brigada militar e demais servidores...

TRUE DETETIVE E O JOGO DE LINGUAGEM COGNITIVO

na semana passada assisti de novo a alguns dos episódios finais de TRUE DETETIVE.1..e voltei a ficar impressionado com a qualidade e o nível do jogo de linguagem cognitivo e moral da série. Fiquei pensando uma semana nos exemplos que a série oferece de crenças rasas, crenças pessoais, crenças falsas, crenças verdadeiras, crenças duvidosas, crenças certas, crenças verdadeiras e na impossibilidade de determinar razões ou a verdade de certas proposições seguidas como regras privadas fundadas em,  crenças privadas. 

TODO DOMINGO - MEU DOMINGO DE CRENÇAS

Todo domingo acordo com grande disposição de mudar o mundo começando por mim mesmo e pelas minhas tarefas. Seria isso uma crença exagerada? Produto de uma auto-estima desmedida? Ou somente uma disposição se ânimo. Imagino que é uma boa vontade que só se fortalece na exata medida que conquista algum resultado por menor que seja, por mais imperfeito que pareça aos olhos daqueles que não calçam seus próprios sapatos e nem vivem sua própria vida e condição. Assim, posso confessar agora que tudo que tenho dito nos últimos tempos sobre crenças, em substituição à análises de opiniões ou proposições, na busca do sentido, devem um dia ser vistos somente como barbarismos ou barbeiragens de um carro que anda batendo nos cordões da calçada por ter uma folga de 2/4 na direção, ou como um selvagem que visita uma loja de cristais e derruba mais da metade das peças da mesinha de centro. Mas já é uma grande conquista começar a saber onde exatamente batemos e o que exatamente quebramos. Vou em frente e me sentindo melhor também. Bom domingo.

sábado, 27 de junho de 2015

O JOGO ATUAL DOS SISTEMAS DE CRENÇAS E LIBERDADES



Vou cruzar um pouco aqui o Case presente com algumas reflexões sobre crenças e liberdade. É só uma pitadinha e não espero convencer ninguém, nem provar um lado certo, quero apenas despertar um diálogo sobre isso que é a forma como ando observando e interpretando certos fenômenos bem controversos. Penso que todos nós temos um quadro de referências herdado e que há uma tendência de que este quadrinho sofra nos próximos tempos mais e mais abalos por intensificação, mais confrontos e testes coletivos entre os nossos sistemas de crenças e os dos demais seres humanos e que me parece que isso está a ocorrer de forma global nas redes sociais. Em diversas escalas, inclusive, continental, nacional, estadual, regional e local. De tal modo que num primeiro momento parece ocorrer uma simplificação e um achatamento de posições coletivas mas à medida que vai passando o tempo começam a surgir certos totens de preconceito e de liberdade que entram então em confrontos, Penso que o escopo que me interessa aqui nisto é que isto possa ser caraterizado como uma luta cultural, como uma espécie de lutas civilizatória também. O nosso conhecimento, nossa formação moral, nosso kit básico de convicções ou aquilo que consideramos certo e verdadeiro, suponho aqui, está absolutamente envolvido por um sistema de crenças adquiridas e desenvolvidas em nosso jogo social particular. Este jogo começou muito cedo na nossa vida e temos muitas coisas que ainda fazem parte dele como roupas, meias, bonés, flâmulas e tênis velhos que ainda estão lá no fundo dos nossos guarda-roupas. Talvez uma das fâmulas mais legais é justamente a de querer ser diferente ou ter uma identidade pessoal distinta e livre da influência de outros. Esta é aquela que nos faz buscar autonomia moral e intelectual e também é aquela parte que nos faz nos encorajar a enfrentar a maioria mesmo quando a maioria pode nos ser toda desfavorável. Mas mesmo isso - este impulso contra a maré - pode ser também apenas a influência de uma mente paranoica ou insegura socialmente. Alguns parecem ter certas crenças entranhadas que as fizeram levar muito à sério à si mesmas..e ficam esgrimindo isso aqui e ali com razoável paixão. Algumas dessas crenças, já observei isso antes, são rígidas e parecem funcionar como guardiões da personalidade. Outras são mais flexíveis e são sustentadas somente ao sabor de um interesse momentâneo. Tudo se passa como se cada um fosse um player em um game, e assim um por um concorresse em um campeonato ao longo da vida e fosse adquirindo com maior ou menor perfeição, de modo formal ou mais informal certas ferramentas, conceitos, crenças, convicções, opiniões e proposições (aqui os jargões e metáforas, tiradas, piadas, analogias, símbolos culturais e gírias, poemas e quotations de diversos tipos devem ter um lugarzinho também). este acervo cultural particular deve espelhar afinidades, preferências e escolhas. Vejo numa imagem em perspectiva vários cruzamentos em nosso encontros então. Nossos diálogos em que os ditos e não ditos, os escritos e não escritos, o que é pensado, confessado, reprimido ou negado jogam também por certa pressão social. Parece sim que há uma ambiência e que é assim que se explica certas adesões voluntárias e involuntárias a certas crenças. Como isso chega a ser refletido pelo sujeito pouco me importa agora, nem o seu nível de cognição, certeza, se isso encaixa num sistema de crenças mais amplo e sólido ou se são somente fragmentos que vez ou outra ascendem à consciência e se expressam quando provocados por algum efeito exterior tipo efeito manada, surto de linchamento, adesão coletiva mecânica ou orgânica a um movimento, e com todos ingredientes possíveis de mais ou menos justificação, mais ou menos racionalização, mais assertividade retórica e mesmo excessiva clareza na expressão não torna estas crenças ou proposições como chaves que suspendem mistérios. Ao contrário, quanto maior a precisão, parece-me que maior fica a dúvida de que não possa ser tão simples assim, porque parece que a clareza toca bem no sistema de crenças, ela parece hierarquizar um tratamento das questões, mas isso não desentranha simplesmente certas convicções. Me aparece aqui uma pista de porque os símbolos nos fascinam tanto, porque talvez dissolvam com mais sutileza a resistência de nossas crenças, como certos brinquedos parecem mais inocentes por serem brinquedos e ameaças quando são reais. Os símbolos parecem jogar com aquela folga no êmbolo que torna possível a nota mais precisa, sem colocar em xeque a perícia do trumpetista. E talvez seja por isso também que uma forma de dissolver certas dúvidas envolve de fato desenhar o esclarecimento para facilitar a compreensão, figurar um esquema ou modelo, mostrar uma imagem ou foto e deixar o nosso interlocutor pensar por si mesmo. Mas é preciso dizer também que deve haver algo de errado, quando ao pensar ele volte apenas a exibir velhos lugares comuns, sem perceber, neste tempo, o que isso significaria agora, para nós aqui e no contexto em que nós vivemos. Aqui, uma percepção coletiva e confrontada com uma ilusão de verdade ou sentido individual que apenas não foi atualizada coletivamente. Pensando nisto, me dei por conta de que alguns ficam alguns tempos fora do jogo e quando voltam não percebem o que foi se acumulando, avolumando aqui e ali e que mobilizou maioria. E não se trata apenas de atualização temática não, isso envolve estabelecer certas relações entre fragmentos aparentemente dispersos no momento anterior. Mas é só isso e isso não é nada demais, enquanto o que estiver em jogo são só crenças e não pessoas, vidas de pessoas, sonhos e a possibilidade de alcançar a felicidade para algumas pessoas que não tem tido uma vida tão fácil assim.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

SOBRE DEMOCRACIA E CIÊNCIA: ADVERTÊNCIA DE FEYERABEND


"Mais uma vez, gostaria de defender dois pontos de vista: primeiro, que a ciência pode ficar em pé sobre suas próprias pernas e não precisa de nenhuma ajuda de racionalistas, humanistas seculares, marxistas ou movimentos religiosos semelhantes; segundo, que culturas, procedimentos e pressupostos não-cientificos também podem ficar em pé sobre suas próprias pernas e deveria ser-lhes permitido fazê-lo, se tal é o desejo de seus representantes. A ciência tem de ser protegida das ideologias, e as sociedades, em especial as democráticas, tem de ser protegidas da ciência. Isso não significa que os cientistas não possam tirar proveito de uma educação filosófica, nem que a humanidade não tirou nem nunca vá tirar proveito das ciências. Contudo, tais benefícios não devem ser impostos; devem ser examinados e livremente aceitos pelos participantes da permuta. Em uma sociedade democrática, instituições, programas de pesquisa e sugestões tem, portanto, de estar sujeitos ao controle público; é preciso que haja uma separação entre o Estado e ciência da mesma forma que há uma separação entre Estado e instituições religiosas, e a ciência deveria ser ensinada como uma concepção entre muitas e não como o único caminho para a verdade e a realidade. Não há nada na natureza da ciência que exclua tais arranjos institucionais ou mostre que sejam propensos a conduzir a um desastre."


Paul Feyerabend. Prefácio de 1987. Contra o Método. Tradução Cezar Augusto Morgado. São Paulo: Editora UNESP, 2007, pp. 8-9.

terça-feira, 23 de junho de 2015

QUERIDOS TERCEIROS ANOS – QUASE FECHANDO OS TRÊS ANOS DE FILOSOFIA




Confesso que quase chorei dias atrás num conselho de classe olhando nos olhinhos de alunos e alunas da 3N1. Bateu uma sensação de despedida antecipada. São alguns daqueles com quem trabalho desde 2013, quando retornei a lecionar no Olindo Flores​ pela manhã, após nomeação em minha segunda matrícula no estado, com os primeiros anos matinais, num projeto novo de curso de filosofia que montei e que agora passa ao seu último ano contínuo a partir do PIBID com UNISINOS. O PIBID ficou um ano só na escola, mas me serviu - além de conhecer jovens alunos da filosofia da Unisinos e futuros professores - para dar um UPGRADE em minhas aulas e junto com o Pacto pelo Fortalecimento do Ensino Médio, contribuiu em meu método e meus estudos se ampliaram com aquisição de uma bibliografia mais ampla e de mais qualidade. Foi, olhando para eles na sala em travelling, como se já estivesse me despedindo deles e me bateu um apego, um carinho e uma saudade antecipada. Bem, a maioria deles e das demais turmas de terceiros anos que temos hoje, isto é, 3N2, 3M1 e 3M2, terão de mim um super trimestre todo planejado e organizado para embalar e preparar eles todos para as provas do ENEM, para os vestibulares de verão e os outros concursos. Vou continuar sem faltar uma aula, vou continuar tentando ser muito claro na introdução e no desenvolvimento das aulas e introduzir mais textos originais para comentarmos e tirar lições e ampliar a visão histórica e sistemática deles nestes dois próximos e últimos trimestres. Farei isso, no segundo trimestre, lecionando filosofia da lógica, filosofia analítica e filosofia da linguagem, dentro de uma história do Logicismo até o que chamo de Pós-Analiticos e não tenho dúvida que vamos afiar eles para enfrentar com capacidade compreensiva, analítica e interpretativa a provas que virão. Que Santo Frege, São Wittgenstein e São Russell e todos os demais Santos e Santas da Filosofia nos protejam e nos guiem. Paralelo a isso eles vão fazer uns trabalhinhos legais sobre os Existencialistas, et alii...só para relaxar...e marcar o encerramento da nossa caminhada de três anos de filosofia, no terceiro trimestre, com uma panorâmica da filosofia brasileira a qual não vai responder à pergunta: se há uma filosofia brasileira?, mas vai expor a filosofia e a história da filosofia que tem sido feita no Brasil até onde consigo contar...expor planos, contra planos, panos e manos...e mostrar um pouco do prejuízo que os malfadados 36 anos sem filosofia no ensino médio que com os expurgos, cassações e perseguições ditatoriais e imbecis promoveram no Brasil entre 1964 e 2007...tudo para contribuir com uma compreensão deles do pensamento nacional e dos desafios de pensar o nosso tempo como pessoas, trabalhadores e cidadãos....

PARTE SIGNIFICATIVA DA NOSSA VIDA É SOFRIMENTO?


A questão de “se faz sentido dizer que uma parte significativa da nossa vida é sofrimento?” apresentada pelo Professor Flavio Williges que segue a ela, para justificar e estender o tema, apontando um rol de “sofrimentos da velhice”, as dificuldades e “ameaças à vida dos jovens em países pobres”, “as marcas psicológicas permanentes deixadas pela luta pela sobrevivência”, “perseguições”, “preconceitos” seja por imposição ou exposição. E o Flavio também aponta para o Budismo como uma forma de reflexão ou de pensamento que lida com este tema.

Ora, o sofrimento é sim parte de nossa vida.

Vou tentar ser um pouco socrático aqui. Para mim este tema que é retirado da experiência de muitos, senão de todos, é um tema existencial por excelência. O sofrimento é sim uma das possibilidades sempre presentes e eminentes da nossa existência, seja por fatalidades, seja por acidentes ou mesmo de forma provocada ou intencional. A tragédia, o drama, a violência, a iniquidade, a calamidade e diversas outras situações deste grande elenco de coisas que nos geram sofrimento quando ocorrem com os outros nos tocam também por mostrarem que podem acontecer com nós. E quando ocorrem com nós nos lembram bem que somos iguais aos demais, que a dor também nos alcança e que também somos frágeis. Então, sim ele faz parte de nossa existência e determina parte de nosso caráter e virtude na relação com o próximo. E é ele o sofrimento continuo, lento ou repentino e sua sombra - a morte eminente - o que talvez nos faça ficar tão exultantes ou felizes ao lhe escapar ou ao sofrer um mal menor, ao superar um dificuldade ou simplesmente estar vivo ainda "apesar de tudo" o que só tem significado para quem superou ou ultrapassou uma grande dificuldade. Porém, um certo luto nos acompanha, pois ainda assim lembramos muito dos que não sobreviveram. Então o sofrimento é sim um referente permanente de nosso existir e a consciência e certa consideração dele é o melhor caminho para diminuí-lo em nossas vidas. Então, penso que ao dizer que o sofrimento é parte significativa de nossas vidas, devemos pensar o que fazer e como reagir a isso? Pois, ao refletimos sobre isto devemos então encontrar ai algo que torne nossa vida, em uma vida com maior valor e que valha a pena ser vivida. Deixo outras considerações a cada um que quiser fazer...

Penso também que o sofrimento é uma espécie de par antagônico da vida digna ou da boa vida. E que assim como o ser se confronta com o nada para definir-se, a vida se confronta com a morte para ter sua dignidade mínima, nós definimos nossa vida boa por negação ao sofrimento ou por alguma forma de afastamento do sofrimento e redução da dor e do mal que ele nos causa.


Nesse sentido, parece ser pela nossa reação ao sofrimento que desenvolvemos nossa razão.

ANDANDO ENTRE CRENÇAS E OPINIÕES: O PENSAMENTO MAIS RASO DE TODOS OS TEMPOS



Sinto que, apesar de admiráveis esforços de muitos que aqui e ali tentam impor desafios à nossa reflexão coletiva, e o fazem da forma mais sincera e cuidadosa nunca jamais vista em número e qualidade como hoje, e que à margem do lixo e dos entulhos que soçobram aqui e ali, tentam buscar obrigações justificadas, informações certas e confiáveis, conhecimentos seguros, relações humanas melhores, nos resta sim o velho combate e disputa fundamental para tentar dissipar entre crenças e opiniões aquilo que deveria ser tomado como justo, verdadeiro e bom para todos. Não importa para mim muito mesmo se traduzes a DOXA por opinião ou crença, nem se teu conceito de EPISTEME foi mitigado pela crise da razão, pela pós-modernidade, o relativismo ou ceticismo, nem se a tua episteme sofreu variações ao longo da história, o fato é que estamos a lidar como nunca com uma forma de dogmatismo jamais visto na história. Um dogmatismo variante e flexível na aparência, mas absoluto em sua essência, que se serve do nihilismo para negar o regime mínimo do pensamento que é poder escolher entre um sim e um não, de um modelo de anarquismo que só serve para negar as regras, não para nos libertar delas, de um tipo de relativismo que serve tanto para negar as ciências quanto a democracia e a vontade de todos ou da maioria, de um tipo de  ceticismo que faz azo e arrazoado para negar todo conhecimento e de um marketing do desespero que serve para afirmar a violência e um poder absoluto e mágico para terminar com todos os males da humanidade. Isto sim, me parece o fim da história, quando não há mais um futuro não porque não exista mais esperança, mas porque as esperanças são negadas no coração e nas mentes dos homens comuns, que são justamente aqueles que mais precisam  de um sonho para viver até o dia de amanhã, labutar e resistir aos males e sofrimentos deste mundo.  

domingo, 21 de junho de 2015

E A ILUSÃO DA VERDADE PODE SER COMPARTILHADA - notas dominicais


“O maio inimigo do conhecimento não é a ignorância, mas sim a ilusão da verdade.”

Stephen Hawking


Ora, a ilusão de verdade é uma crença. Mas é uma crença que obteve algum atributo cuja aparência de veracidade foi certificada sob algum critério do sujeito ou portador desta crença. Assim, temos um sujeito de crenças que faz seleção de suas crenças de acordo com os critérios, preferencias e interesses que possui, sendo estes critérios em muitos casos também crenças. O exemplo da relação quase irmã de crença e valores cabe aqui.  Mas veja só, então, ele recebe crenças e produz crenças, reproduz crenças também com uma bela ilusão de autonomia. Assim, a autonomia da reflexão não é por si só um critério para certificar uma crença como verdadeira, do mesmo modo que o compartilhamento por muitos não é indicio de veracidade. Aqui o adagio “posso estar errado” se amplifica e deve ser pensado com rigor “podemos estar errados”. Mas quando um só pensa diferente? Isso, porém. é ou pode ser também uma ilusão de verdade, pois não é o caso de porque ele pensa por si mesmo ou sem a interferência direta de outrem que ele não possa ter aqui ainda uma ilusão de verdade que por seu estatuto pessoal, ele a preserva como apenas duvidosa. Isto é, uma crença duvidosa não possui certeza, mas nem por isso é falsa, apenas não obteve nessa margem do rio ou nesta altura do campeonato a consagração desejada e almejada. Em alguns momentos esta ilusão de verdade ganha certo prestígio e status e é compartilhada por muitos, por exemplo, por uma escola filosófica ou ramo da ciência, por uma seita religiosa ou partido político e mesmo a opinião pública e a mídia constróem outras crenças sobre mais uma ilusão de verdade. Nesta, pequena anotação sobre crenças e ilusão de verdade, provocada por Hawking e por outros debates sobre isto que estão ficando abundantes, não trato de como uma crença se torna ou passa a ser considerada verdadeira e justificada, mas com certeza não é por seus critérios de verdade e justificação serem compartilhados que podemos dizer que ela é verdadeira e justificada. Minha hipótese aqui – que aliás não é minha é de uma certa tradição, é que a veracidade é conferida por fatos ou ações (verificacionismo material), e a justificação pela relação desta crença com outras já comprovadas ou pelo seu encaixe* (coerentismo formal) em uma teoria ou corpo de crenças já comprovadas. Mas a parte que eu mais gosto desta teoria é quando percebemos que as crenças são em sua origem sempre provocadas por algo externo a nós. E, que nós apenas lhes reproduzimos ou transformamos. E aqui numa casca de nóz me encontro com Platão, Descartes e Kant em uma situação delicada de novo...        

sábado, 20 de junho de 2015

A BANDEJA DO BIGODE



E não e que o Prefeito do pior governo da história de São Leopoldo ainda tem um último recurso. Sim, amigos e amigas, segundo a maioria dos experientes e sábios políticos desta cidade, ele ainda tem uma saída. Tenho saudade de um velho garçon do Rio Bar, que neste momento poderia cumprir o papel de ajudar e contribuir como mensageiro entre o povo de São LEOPOLDO e o Prefeito, levando ao mesmo sua bandeja para que ele faça o que é preciso. E nós todos acompanharíamos em passeata o Bigode ou o Boca, cantando assim "Bigode é um bom mensageiro, Bigode é um bom mensageiro" e, na hora do crepúsculo, veríamos uma cabeça e sete cebolas serem postas para fora da prefeitura, sob os aplausos dos populares, muitos júbilos de correligionários, salvas e vivas dos funcionários e muita satisfação de todos que ainda tem bom coração e que zelam pela justiça e a felicidade de nossa comunidade. Acorda Moacir! Sai dessa cara! 
A CPI nasceu da incompetência de gestão, da intransigência política e do divórcio unilateral do Pior Governo da História de São Leopoldo com a comunidade e os cidadãos desta cidade.

CPI DE OPORTUNISTAS?



Fico pensando sobre o destino da minha cidade, não somente cultural, educacional ou político, mas também moral. E quando penso nisso fico também sempre tentando entender os cálculos que algumas pessoas fazem. Porque sei que estes cálculos são decisivos em alguns momentos e a gente sempre imagina que algumas pessoas sejam capazes de fazer o melhor e de ter alguma altivez e grandeza. Tipo, fico pensando nas razões de porque apoiar isso e não aquilo, porque curtir isso e não aquilo, porque assumir isso e não aquilo e qual é bem o jogo de perde e ganha que elas processam em suas mentes. Sei que muito disso depende de crenças rígidas e flexíveis, de convicções, opiniões e valores, mas eu também penso nestas pessoas e em quem elas são, de onde elas vem, penso no tempo que elas vivem por aqui e no que elas já defenderam um dia. Para mim, devo dizer, o problema não é a coerência com o passado, nem a impossibilidade de mudar de opinião, mas sim a generosidade e a confiança, as dúvidas e as certezas que elas exibem ao dizer certas coisas ou ao se omitir. E o modo como dizem estas coisas também me chama atenção. Ontem – isto é na quarta feira dia 17 de junho, em meio a Sessão do Conselho Estadual de Cultura, em que discutíamos a não extinção da Secretaria Municipal de Cultura de São Leopoldo, na qual certo vereador que afirma estar sempre preocupado com o destino desta cidade sequer pisou ou colocou o pé, eu o ouvi e o vi  se expressando para algumas pessoas nos corredores porque não votou ou assinou pela Instalação da CPI das Finanças Municipais. E é um daqueles vereadores que anda por ai fazendo muita política o tempo todo, mesmo antes de ser vereador porque tem sido um desocupado do trabalho e desobrigado do trabalho por muito tempo e me surpreendi por dois motivos. O primeiro é que sem preconceito algum, eu mesmo já o tratei com muita deferência e respeito quando ele nem era vereador e nem candidato e estranhei não receber dele sequer a atenção de um cumprimento ou um gesto mínimo de cordialidade. Em segundo lugar, porque vi também que ele está do alto do seu passageiro e temporário cargo e poder - o que vale para todos - chamando alguns dos que participaram do movimento de instalação da CPI de oportunistas... Me deu uma vontade de contar a história da vida dele aqui - fazer uma biografia resumida para ver quem é oportunista e quem defende o bem desta cidade de fato e para ver exatamente quem é mais oportunista e abusado nesta cidade ou trabalhador e lutador por justiça para todos...mas quer saber? Não o farei, porque não é, não era e não será de mim que ele ganhará um retrato merecido! Deixarei isto para os seus eleitores que poderão ou não no futuro contar algo sobre sua importante e decisiva contribuição a esta cidade. Lamentável é e vergonhoso é que não tenha também vergonha na cara, nem reflexão e virtude e que consiga ter tanta ousadia quando o que de fato lhe pesa na cabeça não é o interesse público. De tal modo que é incapaz de expressar com razão mínima seus motivos. Nada é mais oportunista do que a impossibilidade de dar razões sobre suas escolhas. E "poiseh" não é argumento, assim como negação também não é refutação!

O FOGÃO À LENHA DO MEU AVÔ WILHELM



A imagem da postagem de um amigo no facebook de um fogão à lenha me fez lembrar o fogão à lenha de meu avô que eu mesmo tratava de alimentar e manter acesso quando menino. Sendo especialista nisto e com certo entusiasmo excessivo na execução da tarefa de alimentá-lo e ficar próximo dele. E de tal modo isso está marcado em minha memória que até a portinhola da fornalha posso desenhar. Posso desenhar e reconstruir em perspectiva, aliás, porque me é cara esta imagem na minha memória, a bancada inteira do fogão sobre tijolo e chapa dentro da cozinha e com as janelas e a mesinha anexa ao lado. Fogão onde eu podia ou ajudar a fazer desde polenta para os cães até uma feijoada bem saborosa. Onde eu passava um café que nunca ficava frio e também onde eu queimei alguns velhos rascunhos de pouco valor e cheios de garranchos. Mas nada me é mais caro neste cordão de lembranças do que meu avô sentado naquele lugar aconchegante e passando manteiga e geléia de uva em pães de centeio que depois eram cortados em cubinhos e digeridos calmamente entre um gole e outro de café, com um guri lhe fitando e ouvindo suas expressões em alemão que ficaram guardadas na lembrança, apesar do seu laconismo e idioma estranho. Poucas expressões de um velho lacônico e espartano que ali ao fogo e que silenciosamente lembrava até mesmo de alguns combates da primeira guerra mundial. Dizia, ao meu ver, com aqueles olhos gateados e felinos saber que estava realmente vivo pelo calor do fogo. E eu pensava em todos aqueles que não podiam mais ter está sensação do calor do fogo e que deve mesmo ser algo parecido com a morte e lembrar disso – destas ausências - deve mesmo doer. Como quem sente a dor e a falta eterna de quem perdeu um amigo, um irmão, um pai, um avô ou um companheiro.

LINHA DE PASSE TRANSCENDENTAL



Eu hoje me emocionei com uma das minhas três turmas pela manhã porque me dei conta e tive um insight da importância e do alcance de uma aula realmente significativa. Foi quase ao final da lição que me dei por conta de que aquilo poderia seguir de geração em geração para frente por mais uns duzentos anos, do mesmo modo que chegou em mim de Sócrates para Platão e vindo de antes deles e passando a mim por intermédio de meus mestres e dos mestres deles e dos mestres anteriores deles. Isso que está lição poderia sofrer alterações, adições, interpretações, incrementos e resumos, mas que seguiria em frente, provocando a inteligência dos jovens e fazendo parte do repertório básico de muitos professores. Deve ser um insight provocado pela minha auto apreciação somada à minha apreciação de alguns alunos e alunas em especial e também da turma. Posso estar errado, posso estar me iludindo, posso estar sendo pretensioso, mas não me foge da memória a imagem e a sensação de ter vivido este momento transcendental.

terça-feira, 16 de junho de 2015

PROPÓSITO, EXISTÊNCIA, AUTOCONHECIMENTO E ESCOLHAS DE VIDA


Depois do Thoreau de ontem, me cai isso aqui que achei muito legal. Este artigo pode ser visto como mais uma boa provocação ampliada por outros autores para quem quer dar uma olhadinha em Kierkegaard e nunca mais voltar a ser apenas aquilo que já foi um dia...


“A sombra é o lado da sua personalidade que você não quer que os outros vejam. Representa suas deficiências, suas falhas, suas motivações egoístas. A maioria de nós evita isso antes que qualquer um possa ver. Mas há uma coisa: a parte de você que é a mais escura tem a maior quantidade de coisas para lhe ensinar sobre seu propósito. Se descobrir seu propósito é realmente sobre auto-conhecimento, sua escuridão lhe mostra onde você mais precisa crescer. Mais importante ainda, mostra de quem você mais precisa aprender. É das pessoas que você menos gosta que você tem mais a aprender sobre si mesmo. Mas a maioria ignora o lado sombrio. Em vez disso, você busca relacionamentos confortáveis que reforcem as imagens gastas e obsoletas de si mesmo.” Carl Gustav Jung

THOREAU

“Quem avança confiante na direção de seus sonhos e se empenha em viver a vida que imaginou para si, encontra um sucesso inesperado em seu dia-a-dia.”


Henry Thoreau

domingo, 14 de junho de 2015

SÃO LEOPOLDO TÁ VIRADA NUMA CANGAIA


SÃO LEOPOLDO TÁ VIRADA NUMA CANGAIA E
A EXTINÇÃO  DA SECRETARIA DA CULTURA É
A COROA DESTA TRAGÉDIA

#eusouafavordacultura

#eusouafavordesãoleopoldo

Quarta feira dia 17 de junho às dez horas da manhã, tem sessão extraordinária do Conselho Estadual de Cultura na Câmara de Vereadores de São Leopoldo para debater e prosseguir nessa luta em defesa da Secretaria Municipal de Cultura.

O atual governo tem maltratado a cultura de diversas formas. Já começou abortando de saída a ideia de uma Casa de Cultura Luis Brasil no prédio da Antiga Prefeitura. Depois conseguiu ter entre interinos e titulares, 6 Secretários de Cultura e somente o último poderia se dizer que tinha algum vínculo com o tema.

Mas não se espante porque desde janeiro de 2013 neste governo o Secretário Municipal de Educação é um leigo no assunto, não é da área e muito menos se preparou para gerir isto em sua trajetória política e profissional anterior. Na educação o escândalo é tão grande que as educadoras com vínculo com o PMDB que faziam parte da secretaria foram de forma vergonhosa – não para elas é claro – demitidas à revelia no final do ano passado e segundo consta havia muito desacordo entre elas e o cabeça da pasta.

Ao mesmo tempo, os programas, projetos, convênios, parcerias e eventos da Secretaria da Cultura foram todos esvaziados, reduzidos e em sua grande maioria extintos e dizimados por situações que envolviam desde imperícia de gestão, passando por incompreensão programática, até mesmo boicote orçamentário promovido por outros secretários mais poderosos e mais mal intencionados.  A Companhia Municipal de Dança e o Coral Municipal que estavam sendo muito prestigiados desapareceram.  Diversas outras iniciativas de apoio a atividades artísticas e culturais comunitárias foram extintas também.  São Leopoldo Fest, Feira do Livro, Caminhos de Natal, Apresentações de talentos nas Feiras Comunitárias, Semana Farroupilha e Carnaval perderam do poder público apoio, subsídios e mesmo um mínimo apoio logístico e de divulgação.  Imagina que esta administração da cidade andou  se metendo afzer programa de televisão para defender suas imperícias, tropeços, erros e equívocos e não foi capaz de ter uma Secretaria da Cultura atuante e apoiada. O que ninguém diz, e que infelizmente deve ser dito é que a Secretária de Cultura é menos importante politicamente para a atual gestão do que a Secretária dos Cachorros.  E isso não se deve a uma boa razão como a necessidade de proteger os animaizinhos quadrupedes abandonados não. 

Precisamos lutar, então, reagir e nos organizar muito para derrotar isso que esta aí e reconstruir esta cidade o que vai precisar de muita unidade e força de todos.

Alguns podem dizer que isso é só protesto e que isso não tem nada que ver com política, mas na real quem conhece esta cidade sabe que nada muda nela sem disputa e sem confronto.
Não há esta possibilidade meu amigo e minha amiga pacifista que quer ser amigo de todo mundo e em especial da velha elite desta cidade e que zela pela exclusiva tranquilidade em seu próprio coração.

Mas isso não quer dizer que a resistência tenha que ter partido beneficiário não, nem que tenhamos que deixar de ter estima por quem finge nos amar.

E a resistência contra isso na cultura, na educação, na saúde e na segurança como já acontece com a greve dos servidores e servidoras, com as manifestações dos eleitores e cidadãos indignados desta cidade são as bases desta reconstrução da cidade. E defender o RESPEITO é sim uma mensagem bem importante que as educadoras e os educadores carregam hoje em sua luta porque vale isso como reivindicação legítima e necessária em todas as questões da atual gestão.

E é esta luta que vai acabar apontando e que aponta bem o que não queremos perder, o que queremos recuperar e manter e para onde queremos avançar. E é nesta luta que vai se construir e se está construindo um consenso que vai forjar propostas e soluções para isso que ai está. Por isso defendi e vou continuar defendendo que tenha espaço sim para todas as vozes nestes movimentos e que não se tenha medo dos ingênuos e nem dos expertos, dos políticos e nem dos apolíticos, mas se tema somente o silencio, a omissão e a desfeita perante nossas lutas.

Tá tudo virado, na real, então numa cangaia em SL e isso não aconteceu somente por culpa de um governo, mas também por falta de unidade na cidade e na defesa desta cidade. Até o prefeito que era o Zé bonitinho tá virado num caco, graças ao governo vergonhoso e desastrado, terrível e ruim que está fazendo. Esta comprovado que é O PIOR GOVERNO DA HISTÓRIA DESTA CIDADE e mesmo aqueles que compuseram este governo e que possuem boas intenções e seriedade são prejudicados e aviltados em seu trabalho e dedicação cotidianamente. Pois, a situação esta carregada de erros e desfeitas.  

Tem também – tirando os mercenários bem conhecidos que são lombas de sem vergonhas - gente do lado deles que acredita tanto no PSDB, no PMDB, no PP e no PSB que está precisando mesmo é de laudo psiquiátrico e de tratamento para superar este insucesso e acordar de novo para a vida, para avida com seus concidadãos e conterrâneos.


E do nosso lado tem sim todo tipo de gente e opinião, mas o que importa é a certeza e a convicção de que a cultura é importante e deve ser defendida e é isso que soma e é isso que ajuda. Nós acreditamos sim que defender a cultura é defender esta cidade, é lutar por uma cidade melhor para todos, dando importância para o seu povo e a sua cultura, seus artistas e seus agentes culturais.

CULTURA DE SÃO LEOPOLDO URGENTE

 - ‪#‎EUSOUAFAVORDACULTURA

Na próxima quarta-feira (17) acontece na Câmara de Vereadores de São Leopoldo, uma reunião extraordinária do Conselho Estadual de Cultura, a partir das 10 horas. O objetivo é discutir as ações realizadas pela gestão pública no setor, e tratar desta triste pauta, que é a extinção da Secretaria de Cultura de São Léo!
Saúdo como muito importante a iniciativa do Conselho Estadual de Cultura e convido todos os amigos e amigas da cultura de São Leopoldo a comparecerem para debater, defender e encaminhar ações coletivas em defesa da cultura da nossa querida cidade.

HORÓSCOPO CULTURAL DE SÃO LEOPOLDO

#eusouafavordacultura

Previsões para a semana de 15 a 21 de junho de 2015.



Obs. Quem não acredita em astrologia, nem em signos, astros, estrelas, prognósticos e previsões, deve ler igual todos os presságios e comparecer também na próxima quarta-feira, dia 17 de junho,  às 10 horas, na Câmara de Vereadores de São Leopoldo para a Sessão Extraordinária do Conselho Estadual de Cultura que vai debater a Extinção da Secretaria Municipal de Cultura de São Leopoldo. Sua omissão pode ser fatal!

ARIES – A coragem é uma virtude, mas agir sem inteligência é somente um impulso infantil.  Nesta semana você vai dar um tempo no seu famoso individualismo e vai se dedicar um pouco mais às causas coletivas. Como Urano está transitando em Áries, pode ser uma ótima oportunidade para descobrir o prazer em se relacionar com pessoas mais excêntricas e criativas. Você poderá usar tua capacidade de liderança e tua notória coragem para fortalecer a luta em defesa da Secretaria Municipal de Cultura de tua cidade e além disso aproveitar para conhecer pessoas legais que pensam como você.

TOURO - O trabalho enobrece o homem. Meu querido taurino, nesta semana a tua capacidade de refletir calmamente sobre tudo que o mundo lhe apresenta vai ser desafiada. Tem sido necessária a tua firmeza e dureza nos debates para garantir a sustentação do bem comum e de benefícios para todos. A lua em passagem por teu signo tem sensibiliza e te deixará um pouco emotivo, mas não se abale não, se junta com teus amigos para homenagear a cultura de nossa cidade. É possível que o almoço depois do debate seja muito saboroso.

GEMEOS – Muitas ideias na cabeça, muitas coisas para escrever e muitas fotos para bater. Nesta semana a Lua ingressa em teu signo e se somará a presença de Marte, Mercúrio e o Sol, então esta pode ser uma ótima semana para dar mais intensidade e calor aos teus contatos sociais e tua famosa indecisão ou instabilidade sobre certos assuntos ganhará um tom mais emotivo e ameno. Poderá parecer à primeira vista arriscado, mas é possível que todas as tuas palavras tenham um peso maior para teus amigos e que teus convites e iniciativas sejam muito bem recebidas por todos, principalmente para atividades culturais e coletivas.

 CÂNCER – São tantas emoções. As coisas não tem sido fáceis para você que tem recebido uma pressão muito intensa no sentido de reavaliar seus relacionamentos, pois tem sentido também que parece haver um poder oculto te impondo uma saída definitiva da tua zona de conforto. Os trânsitos da semana indicam que o dia certo para fazer isto é quarta-feira pela manhã. Vais ter muito prazer em encontrar teus amigos e amigas e te sentiras acolhido e envolvido por um ambiente de proteção e muito carinho, principalmente se os temas e as trocas forem de caráter cultural e artístico.

LEÃO – Gente foi feita para brilhar esse é o nosso recado e o do Sol. E esta semana será crucial para você que não precisa ficar tentando ser o centro ou a estrela, pois tens um dom natural e um grande coração que faz isso ser tranquilo e não gera nenhuma resistência. Os astros recomendam, porém, que você faça uso desta capacidade pelo bem comum e que te coloques à frente de uma luta coletiva para tornar tua cidade mais bela e mais harmoniosa. Saberás compartilhar tua alegria e carinho com todos em especial na quarta-feira.

VIRGEM – Tem gente que tem mania mesmo de botar defeito em tudo sem razões e sem nenhuma ponderação. Mas você não virginiano, você faz bom uso do seu caráter hiper-crítico e intolerante com defeitos ou detalhes para aperfeiçoar e tornar melhor tudo que você toca e tudo que lhe passa  entre as mãos. Nesta semana teu discernimento será muito importante e vai ajudar muitos a darem mais atenção e uma adequada atenção ao que realmente importa. Teus trânsitos te tornam mais sensível e compreensivo e tem tido a experiência de ser generoso com as mazelas do teu próximo. Na quarta-feira pela manhã, tua sutil contribuição será indispensável em atividade de defesa da cultura de tua cidade, compareça e contribua, e não se deixe levar por provocações sob pena de não ser mais uma vez reconhecido. 
   
LIBRA – O amigo do amigo, nem sempre é meu amigo. Esta semana começa com trânsitos muito interessantes para você. Deves ouvir os conselhos de teus amigos que tem te sugerido que você pense mais um pouco em você mesmo, no que tu julgas realmente importante para tua vida. É provável que você se sinta muito atraído por fazer parte do movimento de defesa da cultura da cidade em que você nasceu e que queira mesmo até levar um violão ou teus outros instrumentos de trabalho para um momento de debate, não se reprima, não peça opinião para outros e faça isso mesmo, pois os astros preveem muita fruição e satisfação em todas as tuas iniciativas artísticas e culturais.

ESCORPIÃO – A capacidade de suportar a dor não significa que a dor não existe. Nesta semana serás confrontado pela realidade a tua volta. Os astros indicam que será exigida de ti uma postura mais firme e rigorosa em relação às questões que te incomodam e incomodam aqueles que vivem contigo. Você já aprendeu que não adianta ficar tentando manipular o povo ou as pessoas contra aquilo que lhes é um bem, por isso você vai ser decisivo de novo na luta dos teus amigos e amigas por mais direitos. Bastará a tua presença discreta e silenciosa e pequenas intervenções bem precisas para tudo dar certo.

SAGITÁRIO – Grandes ideais e muitas teorias só tem valor quando mudam a vida das pessoas para melhor.  Os astros indicam que todo o teu idealismo, teus sonhos e tuas grandes viagens deveram ser colocados a prova nesta semana, principalmente no que toca a assuntos culturais e artísticos. É uma semana que te pede para abandonar a filosofia, sair de teu escritório ou biblioteca e te voltares mais à estética e à política. Muitos esperam de ti também a tua alegria e forte animação, tua grandiloquência e capacidade de impressionar ao outro seja com representações, seja de forma mais amorosa poderão contribuir em muito para o sucesso de teu grupo de amigos e simpatizantes. Na quarta- feira pela manhã saia da torre de observação e desça à planície, para ver o que é que o mundo anda aprontando sem a tua importante colaboração e venha ocupar teu espaço na defesa da verdade e da justiça.

CAPRICÓRNIO – Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. Tens vivido, meu caro capricorniano ou capricorniana, trânsitos muito pesados que tem te exigido muito trabalho ultimamente. Mas você não pode reclamar, porque tens até te dado muito bem sob pressão. Teu excesso de controle sobre a tua rotina e tuas tarefas tem te feito negligenciar teus relacionamentos mais prazerosos e agradáveis. Na semana passada você esqueceu até de comprar o presente para sua namorada ou namorado e ainda bem que ela ou ele realmente te ama, porque senão...Na terça-feira você também não compareceu ao evento em defesa da cultura porque andava meio desligado de teus a contatos locais e estava envolvido por demais com tuas obrigações. Nesta semana você não terá também nenhum convite especial, mas uma coisa é certa a tua presença na quarta feira pela manhã será muito valorizada e destacada, pois esta é a tua tribo, esta é a tua turma e você não precisa mesmo ser autorizado a cumprir teu papel nesta história.

AQUÁRIO – Ser amigo de todo mundo não te obriga a fazer de conta sempre que essa briga não é sua. O que está em jogo agora não é somente uma lei ou um poder, mas de novo e mais uma vez a liberdade e a defesa da liberdade de criar. No último período os teus trânsitos tem te cobrado mais iniciativa e menos comodismo em relação a tuas ideias. Por mais originais que elas sejam, por mais libertárias que elas sejam e por melhores que elas sejam, no teu sofá de casa elas não tem nenhum valor, na tua prateleira de troféus elas não tem nenhum valor e, no escuro do teu quarto, elas são todas invisíveis. Os astros tem dito claramente para você que só nas boas energias não vai, que é preciso luz e que é preciso aparecer e construir junto com os outros as coisas legais e muito fraternas que alguns tentam destruir. Você já teve esta experiência antes que amigo de verdade é quem tá junto nas horas difíceis dos amigos. E que não adianta tapinha no ombro se aquela pessoa não tem nenhuma atitude para apoiar a luta do próximo. Vai lá e faz...

PEIXES – Sonho que sonhamos só é só um sonho, mas sonhos que sonhamos juntos, é realidade. Esta semana promete, pois os astros apontam que surgiu uma oportunidade extraordinária e maravilhosa para você tornar alguns dos teus sonhos realidade e que isso será possível em comunhão com amigos, com estranhos e com pessoas muito legais e que são tão idealistas quanto você. O problema é que esta oportunidade está sendo ameaçada de um lado pela vontade daqueles que pensam o tempo todo como impedir a felicidade de todos e de outro lado pela inação daqueles que gostariam que isso fosse realizado. Como Netuno encontra-se no seu signo de regência é recomendável que você invista mais nesta possibilidade de tornar seu sonho uma realidade. Acredite, porque ao contrário  daqueles que torcem contra isso, é possível sim e é só participar que tudo vai mudar e você um dia há de contar que quando muitos pensavam que a história tinha acabado no passado, você foi lá e tornou possível que a roda da vida continuasse girando com toda tua alegria e sensibilidade. Depois disso a gente pode voltar a esboçar novos planos  até chegar a hora – de novo – de  parar de viajar um pouco.


Astrólogo Daniel Lisarb

SÃO LEOPOLDO URGENTE: NOTAS E RESPOSTAS

NOTA 1: Eu não estou falando que a coalizão é ampla geral e irrestrita. Nem que cabe tudo dentro dela. Estou apenas enunciando que a situação é tão grave que qualquer pessoa realmente séria deveria conversar mais e negociar mais antes de propor voo próprio ou heroico, aventura ou milagre. Nem estou dizendo quem entra numa coalizão, quem não entra, quem pode nem quem deve liderar esta coalizão ou acabar sendo por consenso a cabeça de tal coalizão. A situação é tão grave na cidade que eu creio que a divisão da oposição pode apenas garantir a vitória de mais um aventureiro. E aventureiro para mim significa alguém que pode ser bom prima facie - como Moa era para muitos que achavam que o governo anterior estava errado, mas que não tem preparo, nem experiência e nem caráter para liderar muitos e liderar bem. Não se trata para mim apenas da realização de um projeto pessoal ou da mera busca do poder por vaidade ou arrivismo, audácia ou pretensão. Isso levou ao que ai está e o que aí está é muito ruim. Agora que cada um recheie suas reflexões com suas próprias ponderações. O comando terra chama São Leopoldo....e não vou ser diversionista neste assunto porque quero sinceramente que as pessoas que incidem sobre isso - e muitos que estão curtindo esta postagem e outros que estão apenas lendo incidem - pensem mais no bem desta cidade e no que é melhor para esta cidade, considerando a atual situação que é muito ruim e muito grave e que não é mesmo culpa do governo anterior.

NOTA 2: Sobre negociação de cargos uma coisa é certa: esta é a forma legal de compor governos, não haverá mudança nisto e por conta disto este tema é tema de debate que só serve para afastar as pessoas de um acordo sobre programa e nomes e para tentar colocar defeito a priori em uma composição ou coalizão. E a tese contrária de que quanto menor a coalizão, melhor será a montagem do governo, se equivoca no fato de que a redução dos nomes propostos, pela redução dos candidatos a cargos ou pela necessidade de pertencerem a poucos partidos ou a partidos menores, ou serem indicados possíveis ou capazes, levará a algo parecido com o que temos hoje. Um governo composto por grandes aventureiros, muitos inexperientes e muitos outros mercenários que mudam de bandeira porque seu propósito político pelo bem comum se limita a ocupar cargos ou ter cargos.


NOTA 3: E se tem uma coisa que eu defendo é acima de tudo que se discutam as questões por setores e que se reúnam os elementos programáticos necessários para um bom governo que terá que levar em consideração no seu plano a gigantesca herança maldita que este governo legará e que vai impor um limite real de no mínimo dois anos até colocar a casa em ordem, reordenar toda a estrutura do município e recompor com os servidores diretrizes de gestão que sejam eficazes e tecnicamente precisas. E nisso ainda será necessário dialogar e muito com a sociedade civil organizada e os servidores para definir as prioridades dentro dos limites que a herança vai legar, para tirar São Leopoldo deste profundo e terrível descalabro a primeira coisa a fazer é acabar com as promessas mirabolantes e as mentiras eleitorais e milagrosas. E não tem herói que me convença de que a vida com este ou aquele nome vai ser fácil, sem esta negociação e este diálogo com a sociedade e os servidores. E este diálogo começa dentro dos partidos, passa por um diálogo entre os partidos e que precisa ser travejado publicamente.

sábado, 13 de junho de 2015

SÃO LEOPOLDO URGENTE



Após pensar muito no legado da atual administração e na gigantesca dificuldade da próxima gestão eu creio que qualquer aventureiro que se lançar candidato e vencer pode se preparar para a pior experiência da sua vida. Isso serve como advertência e aviso, mas apenas será ouvido por pessoas sensatas e eu sei que os pretensiosos vão dar de ombros e bancar os corajosos e capazes, mas Prevejo isso como tragédia e creio que a opção mais sensata é uma grande coalizão para reconstruir a nossa cidade.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

IMPERIALISMO E A EMANCIPAÇÃO QUASE IMPOSSÍVEL

Imagem postada pelo amigo Cesar dos Santos.


Não se trata só de jargão e de boa conduta conceitual ou diplomática não. A ruptura com os impérios e os regimes coloniais não nos deixou tão orfãos ou emancipados assim. Há um colonialismo residual, um imperialismo residual que vem se renovando e se sustentando econômica, política e culturalmente. Para mim tanto imperialismo quanto o capitalismo do que o imperialismo é somente uma de suas formas elaboradas de instituição de exploração econômica e dominação política, tal qual isso ocorre entre burguesia e proletariado, via mecanismo de exploração e de controle, dominação e sustentação de hegemonia, tem uma lógica interessante de balanço: Toda vez que você olha para a dominação política - guerras e imposições, se encobre a exploração econômica, do mesmo modo que o trabalhador tem plena consciência da exploração econômica e não tanta de uma forma de dominação política, como, por exemplo, hoje no Brasil em que os trabalhadores votaram massivamente em deputados e senadores que representam justamente os interesses de sua própria exploração. Parece então ocorrer um jogo de encobrimento dos vieses econômico e político, quando o político é nítido o econômico está encoberto e vice versa, nunca havendo um equilíbrio. O que faz portanto com que a dominação ideológica - o que pode ser feito através de censura conceitual também seja sempre encoberta por uma teoria gratias arts. Dei uma aula de história sobre Imperialismo em que ao final da leitura do capítulo em um livro didático, vários comentários e análises e resumos do que íamos lendo, o que passava por Imperialismo na Ásia, Oceania e África, as unificações tardias da Alemanha 1871 e Itália 1870, a modernização do japão na dinastia Meiji em 1866 e a relação disso com a conferência de Berlim em 1885 para acertar as áreas de influência dos Impérios Velhos (ex-coloniais) e Novos que acabou levando a primeira e depois por tabela à segunda guerra mundial, perguntei aos alunos quais eram as consequências do Imperialismo para as nações asiáticas, africanas e oceania? Eles responderam muitas guerras e muitas mortes. E para os dois mais interessados na aula ao final eu ainda acrescentei com mais ênfase fazendo o paralelo com os países americanos, que herdaram todos da aventura colonial e imperial estados nacionais fracos e incapazes de se estruturarem, com muita corrupção e subordinação das elites locais aos interesses estrangeiros e incapazes de promoverem mudanças sociais, subdesenvolvimento econômico e atraso industrial, salvo na Índia, na China por conta de sua força cultural que levaram as emancipações lideradas por Gandhi e Mao Tse Tung. Vale lembrar que a África do Sul´- espécie de jóia da África, só se emancipa com a libertação e depois a eleição de Mandela em 1994. Se soma a isso também a dificuldade de seus intelectuais interpretarem para além dos chavões e das antíteses de bom mocismo a conta inteira e analisarem com mais rigor o seu próprio atraso cultural e subserviência intelectual, que é o que esta citação de Nailpaul parece apontar. Mas para mim nada disto é uma abstração, como não é uma abstração saber que a maior rede de comunicação social - televisão, rádio e jornal - brasileira foi financiada na ditadura militar pelo complexo Time/Life. Nailpaul apaga a exploração quando censura a crítica da dominação que é o que realmente gera esta inimizade toda. Como muitos intelectuais fazem discurso de bom mocismo retardando a autonomia intelectual e interpretativa de seus pares. É algo curioso que tenhamos esses reflexos também na literatura e na teorias locais, apesar de nossos impulsos modernistas e de todas as tentativas de encarar as contradições não somente como conceituais.