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sábado, 1 de novembro de 2014

RETOMANDO A NOSSA DISCUSSÃO ENTÃO

Esta eleição foi a minha experiência mais intensa de debate público e político. Publiquei aqui na minha página e no meu blog muitas coisas, comentei por muitas páginas e postagens de amigos e amigas muitas coisas. Publiquei uma tonelada de posições, opiniões, compartilhei muitas postagens e me posicionei em diversos momentos de toda esta eleição e mesmo durante o ano ainda antes disto. Fui excluído como amigo por alguns, mas posso dizer que ganhei mais amigos e interlocutores de melhor qualidade do que tinha antes. Vi pessoas mergulhando num abismo obscurantista e raivoso e me lastimei, mas na maior parte deixei assim. Tentei muitas vezes adoçar a luta, mas vi nesta semana que o grau de incompreensão e a temperatura desta máquina de derreter inteligências se elevou. Não é só o golpismo não, nem a volta da ditadura não. Para mim há uma espécie de lama moral neste processo que não sobrevive a nenhum exame formal argumentativo, cognitivo ou fatual e/ou de uma possível moral universal.   

Descobri durante esta eleição a visão de amigos e amigas de vários estados e de fora do país. E fiquei muito impressionado também com certa rede que se formou e que foi obtendo adesões e contribuições incríveis. Foi maravilhoso não agir e nem pensar sozinho e ver um gigantesco discurso de compreensão e de formação sendo construído. Ver opiniões mudando e o nível de informação e a capacidade de tomada de posição se encorpando e a parte mais incrível disto se deu nas redes sócias com reflexos e provocações das ruas. Dos debates até os panfletos, das notas partidárias  e das traduções, adequações e reflexões. E disso tudo sobrou um resto fixo de posições para reelaborar, afinar e organizar melhor. Tenho neste exato momento mais coisas não publicadas e sendo mastigadas  e sopesadas do que publiquei ou postei. Algumas coisas receberam esboços e nem sequer foram apresentadas aparecendo aqui e ali uma pitada de uma ou outra coisa.
     
Olha só, meus comentários não publicados que eu mesmo julguei exageros e que, assim, ainda estou revisando e reavaliando e medindo sobre o que foi isso que ocorreu. Estou pensando muito mesmo em como me posicionar de forma mais eficaz, clara e construtiva com um contraveneno para o Conservadorismo que possui embutido um Autoritarismo e contra esta cosia que chamo de Pseudo Liberalismo, para os quais a liberdade dos outros só vale submissa às suas e a democracia só vale quando eles vencem. Não dá mesmo para enfrentar isso. Esta miséria ou lama moral como um bate bola pessoal. Por isto, me dei uma semana e este comentário aqui e um comentário na Feira do Livro sobre os hiper críticos que derivam para um nihilismo, e nossa opção humanista que é sim, apesar de tudo, uma aposta na humanidade, na possibilidade de um outro mundo possível. Creio que lidamos sim com uma regressão e uma espécie de infantilismo ou analfabetismo político e termino na esperança de que talvez esta que seja minha primeira postagem relativa a tudo isso que vimos ajude a acalmar certos ânimos. Não vamos mesmo resolver nossos problemas comuns recusando a diferenças, com aversão a contradição e sem tentar aceitar que a democracia é a forma mais justa de se competir e se disputar o que  é bom para todos. A verdade toda que, enfim, está em disputa exige mais informação e mais conhecimento do que esta vã opinião ousa apresentar como interpretação do mundo, da nossa sociedade e do nosso país e sua história.     

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