A discussão sobre mais esquerda e
menos direita é bem irônica e vejo as vozes cínicas se ufanando o tempo todo
num contra e num a favor ao sabor das marés e das notícias. Não vejo isto como
uma brincadeira, nem como um ensaio de medidores e teste do Inmetro para as balanças
de precisão e réguas. Não temos o metro de Paris aqui nem calibrador ou
medidores prontos para usar. Aqui vale o velho: nem Che, nem meio Che. Não há
estas medidas e estes parâmetros mais a esquerda ou mais à direita, e os que
existem por ai vivem sendo negados e sucumbindo às velhas retóricas setoriais.
Não é porque esquerda e direita não existem, é somente porque nenhuma posição é
tão pura e nítida assim e tudo pode ali adiante mudar mesmo. Interessante que
não vemos nenhuma prova de Consistência em lugar nenhum do planeta, que tudo
que vemos é ensaio, nas esquerdas e nas direitas, com muitas tentativas,
acertos e erros nesta matéria sempre. Se Dilma fosse tão ruim assim neste ponto
cruel de consistência não teria vencido da forma como venceu e hoje estaríamos
discutindo apenas perdas e não concessões ao centro ou à direita. Daqui a pouco
aparece uma indicação vermelha e lustrosa e daí vamos ver aquela raivinha
aparecer também do outro lado. Esquerda caviar é aquela que fica na torre de
marfim, mas também tem a esquerda de pastel de rodoviária que num fica só
observando a política dos outros e resmungando de suas imperfeições e
reclamando como o mundo é injusto e cruel com suas belas propostas e
maravilhosas veleidades. Mas, com a esquerda caviar, é só lá no ano novo quando
brinda com uma boa champanhe as viagens que fez e as que fará que descobrimos
que para ela: A vida continua...
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