AO DISCURSO DA DILMA: O FUTURO DA
HUMANIDADE
"Desejar o desejo de um
outro é, então, em
última análise, desejar que o
valor que eu sou
ou que eu 'represento' seja o
valor desejado
por esse outro: eu quero que ele
'reconheça'
meu valor como seu valor, eu
quero que ele
me reconheça como um valor
autônomo. Dito
de outra forma, todo desejo
humano,
antropogênico, gerador da
Consciência de si,
da realidade humana, é, em última
instância,
função do Desejo de
reconhecimento."
(Kojève, 1947, p. 14)
Dilma fez um discurso na ONU
ontem que é digno de ser mais compreendido, reconhecido e colocado com seu
valor exato e peso exato no registro histórico e político devido.
É por absoluta ignorância ou
pequenez que ninguém ainda observou que, ao discursar ontem Dilma, se colocou à
frente do seu tempo, não porque trouxe algo novo, mas simplesmente porque
renovou um discurso e uma promessa que muitos abandonam quando chega a sua vez
de cumprir sua parte neste acordo universal. E nós não podemos assistir a isto
e nos omitir perante isto. A promessa que ela reapresentou ontem é aquela que dá
sentido a qualquer projeto de humanidade, com racionalidade e respeito à
diferença e à possibilidade de uma comunidade pacífica entre as nações. E é
muito triste que esta promessa tenha que ser lembrada não como afirmação de um
ideal comum, mas sim como uma cobrança de mudança de atitude e necessidade de
repactuação perante a nação militarmente e economicamente mais poderosa do
mundo.
Ela falou de uma proposta de
humanidade inatacável na ONU, de uma proposta de humanidade que subjaz e
justifica a criação da ONU, ela envolve o respeito à soberania nas relações
entre os povos, a defesa de igualdade social, a garantia de direitos civis e
individuais. Ela falou daquilo que alimenta um ideário muito nobre, mas também
legitimador, contra todas as formas de dominação, submissão e exploração
vigentes neste mundo desde o início da modernidade e que são objeto da nossa
rejeição.
Estas dificuldades que são aqui e
ali enfrentadas por muitas nações, povos, tribos e culturas frente à outras
culturas. Este apelos por um mundo de relações diferentes entre os desiguais,
tem sido feitos de formas muito marcantes inicialmente nos países de língua
inglesa, Inglaterra e as colônias da Nova Inglaterra nos séculos XVI e
XVII. Estes apelos estão nas origens e
são ideários que constam nos primeiros panfletos burgueses da Inglaterra quando
os súditos reivindicavam cidadania, respeito á vida e limitação dos poderes da
nobreza e da coroa.
A Declaração da Independência
Americana de 1776 é uma documento depositário destes ideais e sonhos de nações
livres e iguais entre os povos.
Estes ideários forma reforçados
na Revolução Francesa com as palavras de Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Mais tarde estes ideais guiaram e deram razão e geraram lutas muito intensas
por independência dos povos coloniais contra o imperialismo europeu e americano
pelo mundo. E nós aqui, os gaúchos, só nestes ideais podemos fundar qualquer
elogio à Revolução Farroupilha, pois afora isto muitas críticas são possíveis e
necessárias. Por isto pontuei o Massacre dos Porongos, no dia 20 de setembro,
porque ele representa de forma dolorosa, covarde e mesquinha, justamente a
traição destes ideais.
E a defesa da liberdade
individual que tem sua origem e que foi multiplicada no grito de liberdade dos
escravos, no grito dos negros contra a discriminação racial, nos gritos e lutas
de muitos movimentos civis e sociais por direitos e por respeito a sua
autonomia, opções, escolhas de vida; e, também, importa muito falar aqui no
respeito não somente conceitual ou acadêmico entre vida privada e vida pública,
no respeito à intimidade e a esfera privada de cada ser humano e no respeito e
solidariedade aos outros, estão sim registrados num ideário do futuro da
humanidade que não pode ser negado sensatamente.
É bom que Dilma tenha expresso
isto com suas palavras de presidenta da nossa nação soberana.
O problema – que muitos
néscios, ignorantes, desinformados e irresponsáveis e toda uma turma do VALE
TUDO e dos que topam QUALQUER NEGÓCIO, não conseguem ver é: Como é que o OBAMA
se omite em relação a estes valores e ideais e uma parte do mundo ainda
consegue ficar do lado dele e dizer: TUDO BEM!!!???
Isso é um atraso, é o avanço da
barbárie e do chumbo sobre as letras da nossa humanidade!!!
Acordem, antes de virarem
escravos e completamente submissos esta ordem mundial destrutiva e nociva a
humanidade.
É uma vergonha pensar diferente
disto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário