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segunda-feira, 29 de junho de 2015

TRACTATUS LOGICO-PHILOSOPHICUS – LUDWIG WITTGENSTEIN - EXCERTO



1. O mundo é tudo que é o caso.
1.1 O  mundo é a totalidade dos fatos não das coisas.
1.2 O mundo resolve-se em fatos.

2. O que é o caso, o fato, é a existência de estados de coisas.
2.1 Figuramos os fatos.
2.2 A figuração tem em comum com o afigurado a forma lógica de afiguração.
2.223 Para reconhecer se a figuração é verdadeira ou falsa, devemos compará-la com a realidade.

3. A figuração lógica dos fatos é o pensamento.
3.1 Na proposição o pensamento exprime-se sensível e perceptivelmente.
3.2 Na proposição, o pensamento pode ser expresso de modo que aos objetos do pensamento correspondam elementos do sinal proposicional.
3.3 Só a proposição tem sentido; é só no contexto da proposição que um nome tem significado.
3.4 A proposição determina um lugar no espaço lógico. A existência desse lugar lógico é assegurada tão somente pela existência das partes constituintes, pela existência da proposição com sentido.
3.5 O sinal proposicional empregado, pensado, é o pensamento.

4. O pensamento é a proposição com sentido.
4.1 A proposição representa a existência e a inexistência dos estados de coisas.
4.2 O sentido da proposição é a sua concordância e discordância com as possibilidades de existência e inexistência dos estados de coisas.
4.3 As possibilidades de verdade das proposições elementares significam as possibilidades de existência e inexistência dos estados de coisas.
4.4 A proposição é a expressão da concordância com as possibilidades de verdade das proposições elementares.

5. A proposição é uma função de verdade das proposições elementares.
5. 1 As funções de verdade podem ser ordenadas em séries. Esse é o fundamento da teoria da probabilidade.
5.2 As estruturas das proposições mantém entre si relações internas.
5.3 Todas as proposições são resultados de operações de verdade com as proposições elementares. A operação de verdade é a maneira como a função de verdade resulta das proposições elementares. (...) Toda proposição é o resultado de operações de verdade com proposições elementares.
5.4 Aqui se evidencia que não há “objetos lógicos”, “constantes lógicas” (no sentido de Frege e Russell).
5.5 Toda função de verdade é um resultado da aplicação sucessiva da operação
(---V)(ζ---)
a proposições elementares. Essa operação nega todas as proposições entre os parênteses da direita e chamo-a negação dessas proposições.
5.6 Os limites da minha linguagem são os limites de meu mundo.

6. A forma geral da função de verdade é: [ ~p, ~ζ, N (~ζ)].
Isso é a forma geral da proposição.
6.1 As proposições lógicas são tautologias.
6.2 A matemática é um método lógico.
As proposições da matemática são equações; portanto, pseudo-proposições.
6.3 A pesquisa da lógica significa a pesquisa de toda legalidade. E fora da lógica é tudo um acaso.
6.4 Todas as proposições tem igual valor.
6.5 Para uma resposta que não se pode formular, tampouco se pode formular a questão. O enigma não existe. Se uma questão se pode em geral levantar, a ela também se pode responder.
6.54 Minhas proposições elucidam da seguinte maneira: quem me entende acaba por reconhecê-las como contra-sensos. (...)


7. Daquilo que não se pode falar, deve-se calar. 

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