Powered By Blogger

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

SOBRE A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL, QUE SIGNIFICA A REDUÇÃO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL E FAMILIAR

Eu vi a propaganda do candidato do PSDB Dr. Aécio Neves ontem e vi que ele estava brandindo – o que me pareceu uma apelação e um desespero de sua causa eleitoral – pela redução da maioridade penal.

E, como sempre, fiquei pensando no significado das suas palavras, no tipo de desejo que elas traziam ao cenário político, no desespero e no terror que elas exploravam, e naquela velha e recorrente idéia de dar uma solução absoluta aos problemas de todos, que para mim é o recurso simplório daqueles que não analisam o problema realmente e que optam por sacrificar a razão e a humanidade, em vez de atacar as causas reais da delinqüência ou violência juvenil e suas causas prováveis.

Penso sim no tamanho e no gigantismo dessa bobagem, porque esta proposta de redução da maioridade penal, ao mesmo tempo, exime de responsabilidade aos pais e a sociedade como um todo pela conduta, pelas escolhas e ações dos filhos e, também, pela educação e tutela dos filhos e faz isso cada vez mais cedo e isso me preocupa muito como pessoa, cidadão, professor e educador.

É um bom debate para se tratar agora, porque não é somente sobre maioridade penal, mas sim sobre a responsabilidade familiar e social sobre os nosso jovens. E, também, num viés indireto sobre a formação da nossa responsabilidade política neste pais. A proposta dele é francamente demagógica e eleitoreira. 

Pois o candidato com ares de seriedade e preocupação, de um lado, contempla uma espécie de espírito de vingança e de punição das vítimas dos jovens infratores – o que na escala moral de Kolhberg é o impulso moral mais raso e menos universal – e de outro lado alivia a responsabilidade de todos os pais que foram incapazes de dar orientação moral aos seus filhos – o que inclui ai uma diversidade ampla de incapazes, omissos, lenientes e permissivos, que por fim, são irresponsáveis - e isso também significa para mim eximir a sociedade de seus males e responsabilizar às vitimas de adultos irresponsáveis com seus filhos. Considero assim os jovens infratores, delinqüentes e violentos também vítimas de omissão e falta de uma tutela responsável em sua educação. Eu penso muito na educação e na cidadania, na responsabilidade dos país e nisto que eu creio ser irrenunciável, a necessidade de protegermos as crianças da irresponsabilidade de alguns adultos.

Precisamos ser capazes de apoiar e suprir a falta de modelos paternos e maternos bem sucedidos  na contemporaneidade. Ninguém ensina a gente a ser pai ou mãe e o fracasso desta experiência, também, gera delinquência, mais violência e criminalidade e a correção deste fracassos não virá por punirmos os jovens de forma mais precoce, mas sim por tratarmos e atuarmos com mais responsabilidade na educação deles.


Isso vale para os pais que são seus responsáveis diretos e para a sociedade como um todo que pode envolvê-los em uma rede de educação informal mais efetiva e menos omissa e permissiva.

Nenhum comentário:

Postar um comentário