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domingo, 14 de junho de 2009

Sobre o Professor Desaparecido e a Ditabranda

RESPOSTA NO BLOG DO SERBÃO

Em 1972 eu tinha sete anos de idade e assistia ao sesquicentenário da independência. Meu Brasil, Dom Pedro 1º do Tarcísio Meira, e a DKW do meu pai num domingo ensolarado com três crianças caminhando sobre o Capô.

Em 1973 eu tinha nove anos de idade e, na terceira série, em uma escola particular tive a oportunidade de assistir a minha primeira aula de filosofia. Os fragmentos sobreviventes de minha memória infantil trazem aos meus olhos um Professor magro de uns 1 metro e setenta centímetros, com uma pasta abarrotada de papéis e livros, mas muito bem asseado e dentro de uma fatiota, com uma camisa azul bem passada e uns óculos de fundo de garrafa. Num lembro bem se o nome era Ivo ou Ivan, mas lembro bem do que ele falou e do que ele disse. Era a aula de apresentação do Professor de História, mas havia outra verdade nela o professor era de filosofia e ia nos ensinar também a história do pensamento humano e a conexão do pensamento humano com a história humana. Parecia algo maravilhoso isto. Ele perguntava para nós se tudo que acontecia à nossa volta ou se tudo que aconteceu um dia não tinha uma pitada do pensamento dos homens? E não respondia. Lembro que ele se apresentou singelamente e que afirmava morar na casa do estudante, onde hoje fica a Câmara de Vereadores da cidade. Pois bem, aqui acaba tudo, porque na semana seguinte nunca mais o vi. E ficou uma curiosidade sobre que aulas ele haveria de nos apresentar considerando dois fatores o começo e a falta de respostas.

Em 1974 eu tinha nove anos de idade e assistia ao sesquicentenário da imigração alemã que, na minha cidade natal, era motivo de muito orgulho. Imagina só o Presidente Geisel teve lá para as grandiosas comemorações da minha São Leopoldo amada.

Em 2009 eu tenho 44 anos de idade, sou um professor de filosofia, participo de muitos debates, dou uma avivadas nas memórias inexistentes dos meus alunos e assisto ao debate sobre a ditabranda. Grandes coisa. Mal sabem estes calhordas quantos professores sumiram, quantos pensadores calaram, quantos seres humanos sofreram.

Nunca mais.

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