Hoje lecionei em minhas aulas de
filosofia sobre dois grandes pensadores e professores. Aristóteles e Kant e me
dei por conta que ambos tinham nas ciências naturais seu parti pri. O primeiro
na biologia, já Kant em sua grande paixão pela física e, em especial, pela
geografia. Educar para mim é um pouco isso também: saber migrar do sensível ao
inteligível, do físico para o metafísico e andar firme com os pés no presente
lançando ideias para o futuro. Agradeço meus professores que desde os meus
primeiros anos souberam me empurrar de tal modo que chego hoje a tratar destes
dois gigantes da filosofia quase como se fossem próximos e íntimos por mais
estranho que pareça. E tudo começou também em casa com grandes debates e
estímulos a minha curiosidade e com uma professora de biologia que não tinha medo
algum de filosofia e tratava Aristóteles como um amigo e com um professor de
história que ensinava história a partir da história das ideias.
E como bem lembra minha amiga é
também a data de nascimento de Friedrich Nietzsche.
Nietzsche é tão admirável e indefinível
para mim ainda. Li ele tão cedo, tão precocemente e incompreensivelmente e num
contexto existencial tão singular, em que minha causa principal era resistir e
sobreviver aquilo tudo que me parecia impressionantemente louco, ousado e crítico.
Mas os dois anteriores fazem parte dos capítulos finais de filosofia grega
antiga e filosofia moderna. Nietzsche só poderia ser ensinado para mim após
ambos e uma boa pitada de Schopenhauer e de alguns clássicos e românticos
alemães de Goethe a Hölderlin. O aniversário dele ser no dia do professor é uma
bela coincidência para alguém que não suportava mestres e nem discípulos. E que
para mim mesmo gostando de ler e de o enfrentar não poderia ser um mestre. Como bem, aliás, já
me guiava um outro mestre hindu como Krishnamurti que se recusava a ter
seguidores ou discípulos.
Bem, o amigo Elenilton Neukamp
escreveu um livro interessante sobre Nietzsche e a educação. Para não ficar
aqui só na minha opinião e me socorrer de alguém que pode dizer muito sobre
isto e no nosso dia. Educação, par alguns, é uma profissão, mas para mim é como
a filosofia uma forma de vida e de relação com o próximo, com os seres e o
mundo.
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