Nem o
encarregado da feitoria do Linho Cânhamo que açoitava dia sim e dia não aos
escravos e escravas por qualquer motivo, seja por desprazer, tristeza,
infelicidade e indolência seja por neurose e perversidade, foi tão odiado pelo
povo desta cidade. Não vale sequer comparar com governos impostos no século
XIX, ou comparar com governos cuja sina
passageira e carregada de crises ou cuja
passagem nada trouxe de notável a história desta cidade. E também não vale mais
desfiar aqui a série de erros, a série de maldades e a série de incompetências
de um governo que colecionou equívocos, abusos, torpezas, violências e muito
desrespeito aos servidores municipais e aos cidadãos. Isso vai atingir sim seus
vereadores também e, salvo tenham guardado muito dinheiro e muitos lhes devam,
alguns favores, obséquios e salamaleques vão todos ser demitidos pelo voto do
povo, inclusive aqueles que se deslocam à sombra, fingindo não ter nada haver
com os absurdos no Semae, com os absurdos no Hospital Centenário, com os
absurdos nas Secretarias de Educação, Saúde, Planejamento ou Geral,
Administração, Fazenda e outras e com a pose deslavada de FAZ DE CONTA QUE A
CULPA É DOS OUTROS ou FAZ DE CONTA QUE EU SOU BOM. Não há termo de comparação
que suporte tal obra e tais resultados, desfeitas e absurdos.
Durante três
anos assistimos - e isso não foi feito em silêncio por nós - um erro atrás do
outro, a lista é tão grande que dá para ilustrar em semanas e colecionar em
semanas a obra negativa deste governo. E também listar ou nominar o silêncio
obliquo daqueles que os colocaram lá que aos poucos passou do vamos esperar ao
não espero mais nada. Certa feita falei em exílio ou ostracismo dos
responsáveis, mas não é para tanto, basta que se calem e resolvam guardar a
viola no saco e deixar esta cidade reparar e corrigir a aposta mal feita, a
burla imposta por um avião no céu, a fraude consolidada por denúncias e outras
iniciativas que serviram apenas para recolocar uma elite decadente no poder. A
importação de quadros estrangeiros para esta cidade foi tamanha e de tamanha barbaridade
que nenhum deles passou a transitar com a desenvoltura pública no meio do povo.
Alguns atraíram para si a responsabilidade de mau feitos, outros caíram em suas
cadeiras da obscuridade sem produzir nada a não ser as obrigações que a
cidadania soube lhes impor por meios legais e por meios sociais. Alguns que do
topo de sua superioridade intelectual hoje estão em silêncio ou escondidos
ganhando um salariozinho e acomodados, com suas revoltas deglutidas, seus
princípios democráticos e públicos silenciados. Alguns, é bom que se diga, andam casmurros, cabisbaixos e
envergonhados e dignos de pena, pois frente seus conterrâneos já desviam o
olhar, com uma culpa indevida, mas arrastando
o peso de suas consciências pelo que se sucedeu em larga escala. Mas também há
aqueles agregados, recém chegados que fazem de conta que nada aconteceu e que
nada é com eles. Mas ainda há uma nata de corajosos que já coalhou e que anda
por ai de peitinho estufado como se fizesse parte do melhor governo do mundo,
como se não houvessem barbaridades em todos os planos cometidas por sequazes,
algozes, capangas e outros tipos contra cidadãos e servidores desta cidade.
Quando você olha para o quadro na Câmara de Vereadores vê uma magistratura
esfacelada que anda de lado na cidade e que mal sabe o fim que lhe aguarda. E
existem aqueles que já caíram fora e que tentam criar alternativas políticas
para suas excelências sobreviverem e tentarem de novo outra aventura. É o
quadro de uma democracia com poucas opções que temos hoje. Alguns tem dois
tipos de problemas. Não são conhecidos pelo povo e o povo que os conhece tem
juízo bem diverso de suas auto imagens.
Outros tem a
força de novas estruturas políticas que também não tem soluções para problemas
de gestão e problemas do povo da cidade. E todos, sem nenhuma exceção, precisam
ao meu ver renunciar a pretensão de ludibriar ao povo, de vestirem uniformes
que não lhes pertencem ou ostentar um caráter que não possuem, porque o povo
desta vez há de fazer justiça na urna e demitir em números aqueles que não
possuem palavra, propostas e projeto para esta cidade. Quem tem apenas
interesses, vaidades, ambições e vendettas a oferecer não precisa assumir
governo algum, que monte um Pasquim a mais para obstar a história e o progresso
desta cidade, mas que faça a entrega de graça, pois ninguém vai querer pagar
para ver no que vai dar tal projeto mais.
Doze meses,
então, nos restam para ouvirmos de novo e finalmente a voz do povo cantar bem
afinada nas urnas e virar a página desta terrível história! Que a paz esteja
convosco e que o conforto do lar lhes devolva juízo! São Leopoldo não merecia
isso!
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