Veja: Postei na última sexta por aqui um
texto sobre esta questão do Sartori e do Banrisul neste e em outros grupos e
não é que já levei pedrada sobre a operação lava-jato e etc. Como se a
lava-jato justificasse, atenuasse ou transformasse a bobagem e a estultície que
o Sartori disse – o “banco não precisa de escrúpulos” - e o que ele faz de
errado até agora na gestão estadual se transforme em coisa leve ou
desimportante.
Qual o problema do Banrisul antes dele? Discordo
respeitosamente de quem pensa que tinha problema ideológico ou algum excesso de
escrúpulos na gestão anterior. Creio que a gestão do Túlio Zamin que repetiu em
parte o alto padrão da gestão anterior dele no banco, foi impecável e não foi
ideológica no sentido pejorativo sugerido pelo comentário ou fala do
Governador, nem excessivamente escrupulosa. Foi uma gestão na medida certa.
Alguém me comentou tentando
atenuar o causo dizendo que foi um ato-falho. Bem, creio que tenho direito de
ter opinião diferente também nisso. Não gosto de atos falhos, nem de pés
trocados ou de chegar atrasado nas coisas e tarefas, imprecisões e falas
desleixadas de autoridades. E este ato falho é só uma confissão do tipo de
inconsciente que não se deveria expor ou sequer pensar sobre algo público e em
espaço público. Ele pode pensar o que quiser, avaliar o que quiser e brincar
com o que quiser na esfera privada dele, mas precisa mesmo em respeito ao
estado e ao banco cuidar o que diz e como diz. Se fizer só isso já terá minha
consideração mais elevada possível, independente de partido.
Por exemplo, muitos falam de
partidarismo, mas neste quesito tanto Germano Rigotto quanto Tarso Genro sempre
foram impecáveis e um discurso político é também educativo e deve ser exemplar
e muito mais valorizado do que comumente ou relaxadamente é tratado por alguns
que acham que política é uma brincadeira ou o ambiente de bom sucesso da
malandragem.
Um governador fala sempre
publicamente pelo estado e pelo seu staff, pelo povo como um todo e pelos seus
eleitores....talvez neste quesito meu professor Brum Torres faça muita falta a
ele para saber e respeitar certas diferença conceituais e morais.
Sustento, portanto, minha crítica
ao nosso governador porque ele foi legitimamente eleito e me representa, apesar
de não ter votado nele e eu me julgo em pleno direito de exigir o melhor dele
também, como qualquer outro cidadão aliás pode também fazê-lo. E não se trata
de ensinar o padre a rezar missa nem de ser mais realista que o rei. O governador
não é líder religioso, nem soberano monárquico, foi eleito em uma democracia e
deve cumprir suas obrigações de respeito aos cidadãos e sofrer a crítica quando
assim não o fizer.
O Banrisul não é uma bagatela de regateio...nem uma bodega
de fim de linha...e mesmo que o fosse, lá ainda haveria ou um cão ou um dono
para cobrar compostura e zelo.
Eu sou professor e não gosto de
errar palavra assim como sei que bancário não gosta de errar conta . Bem, um
governador não pode errar em nenhuma das duas coisas...e no RS mais ainda, pois
não importa se é do PDT, PP, PSDB, PT, PMDB ou o que seja a sua grés partidária
novidadeira, a nossa tradição deve ser respeitada e quem quer que sente naquela
cadeirinha lá deve sair da galhofa e cuidar bem mais da palavra e das contas. E
pelo menos desde Júlio de Castilhos se pode dizer que a principal obrigação do
governador do estado do Rio Grande do Sul é sim com a palavra no espaço público.
E, ainda devo acrescentar, que o
Banrisul restou incólume do surto de privatizações do Britto, graças a lutas
populares e dos movimentos sociais e a disputas no parlamento e também pelos esforços do Olívio e do Túlio Zamin, na
outra gestão e ainda hoje é um ótimo banco por sinal e está em ótimo estado
financeiro e gerencial.
E faz diferença para todos os
gaúchos o Banrisul existir sim...mas este é um debate mais longo também...
Desculpe se discordo da
expectativa positiva dos eleitores do Sartori, mas eu já vejo certa tendência persistente
à derrisão permanente neste governador...e não gosto mesmo nada disso...porque
não é educativo nem bom sinal de conduta no espaço público...ele ser gringo ou
das colônias não lhe dá o direito de apequenar as instituições gaúchas nem de
brincar de fazendinha ou ranchinho no nosso querido estado.
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