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domingo, 19 de abril de 2015

SARTORI E O BANRISUL

Veja: Postei na última sexta por aqui um texto sobre esta questão do Sartori e do Banrisul neste e em outros grupos e não é que já levei pedrada sobre a operação lava-jato e etc. Como se a lava-jato justificasse, atenuasse ou transformasse a bobagem e a estultície que o Sartori disse – o “banco não precisa de escrúpulos” - e o que ele faz de errado até agora na gestão estadual se transforme em coisa leve ou desimportante.

Qual o problema do Banrisul antes dele? Discordo respeitosamente de quem pensa que tinha problema ideológico ou algum excesso de escrúpulos na gestão anterior. Creio que a gestão do Túlio Zamin que repetiu em parte o alto padrão da gestão anterior dele no banco, foi impecável e não foi ideológica no sentido pejorativo sugerido pelo comentário ou fala do Governador, nem excessivamente escrupulosa. Foi uma gestão na medida certa.

Alguém me comentou tentando atenuar o causo dizendo que foi um ato-falho. Bem, creio que tenho direito de ter opinião diferente também nisso. Não gosto de atos falhos, nem de pés trocados ou de chegar atrasado nas coisas e tarefas, imprecisões e falas desleixadas de autoridades. E este ato falho é só uma confissão do tipo de inconsciente que não se deveria expor ou sequer pensar sobre algo público e em espaço público. Ele pode pensar o que quiser, avaliar o que quiser e brincar com o que quiser na esfera privada dele, mas precisa mesmo em respeito ao estado e ao banco cuidar o que diz e como diz. Se fizer só isso já terá minha consideração mais elevada possível, independente de partido.

Por exemplo, muitos falam de partidarismo, mas neste quesito tanto Germano Rigotto quanto Tarso Genro sempre foram impecáveis e um discurso político é também educativo e deve ser exemplar e muito mais valorizado do que comumente ou relaxadamente é tratado por alguns que acham que política é uma brincadeira ou o ambiente de bom sucesso da malandragem.
Um governador fala sempre publicamente pelo estado e pelo seu staff, pelo povo como um todo e pelos seus eleitores....talvez neste quesito meu professor Brum Torres faça muita falta a ele para saber e respeitar certas diferença conceituais e morais.

Sustento, portanto, minha crítica ao nosso governador porque ele foi legitimamente eleito e me representa, apesar de não ter votado nele e eu me julgo em pleno direito de exigir o melhor dele também, como qualquer outro cidadão aliás pode também fazê-lo. E não se trata de ensinar o padre a rezar missa nem de ser mais realista que o rei. O governador não é líder religioso, nem soberano monárquico, foi eleito em uma democracia e deve cumprir suas obrigações de respeito aos cidadãos e sofrer a crítica quando assim não o fizer.

O Banrisul não é uma bagatela de regateio...nem uma bodega de fim de linha...e mesmo que o fosse, lá ainda haveria ou um cão ou um dono para cobrar compostura e zelo.

Eu sou professor e não gosto de errar palavra assim como sei que bancário não gosta de errar conta . Bem, um governador não pode errar em nenhuma das duas coisas...e no RS mais ainda, pois não importa se é do PDT, PP, PSDB, PT, PMDB ou o que seja a sua grés partidária novidadeira, a nossa tradição deve ser respeitada e quem quer que sente naquela cadeirinha lá deve sair da galhofa e cuidar bem mais da palavra e das contas. E pelo menos desde Júlio de Castilhos se pode dizer que a principal obrigação do governador do estado do Rio Grande do Sul é sim com a palavra no espaço público.

E, ainda devo acrescentar, que o Banrisul restou incólume do surto de privatizações do Britto, graças a lutas populares e dos movimentos sociais e a disputas no parlamento e também  pelos esforços do Olívio e do Túlio Zamin, na outra gestão e ainda hoje é um ótimo banco por sinal e está em ótimo estado financeiro e gerencial.

E faz diferença para todos os gaúchos o Banrisul existir sim...mas este é um debate mais longo também...


Desculpe se discordo da expectativa positiva dos eleitores do Sartori, mas eu já vejo certa tendência persistente à derrisão permanente neste governador...e não gosto mesmo nada disso...porque não é educativo nem bom sinal de conduta no espaço público...ele ser gringo ou das colônias não lhe dá o direito de apequenar as instituições gaúchas nem de brincar de fazendinha ou ranchinho no nosso querido estado.

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