Creio que um dos temas mais interessantes hoje é este das relações dos intelectuais com o estado brasileiro e a sociedade brasileira....muitas das coisas que ocorrem e que são pensadas, suas formas de pensar e seus não pensares estão relacionados a isso. Tenho lido muita posição cuja formação acadêmica e intelectual, cuja autoridade e relação com a tradição é incontestável, tanto para o bem quanto para um mal que ronda a nossa democracia. Em minha pequena passagem de queda pelo estoicismo senti exatamente isto. Me pergunto muito: mas que diabos de inteligência e racionalidade é esta que leva a pensar assim, neste simplismo, tão rasteiro e desinformado, tão omisso e tão pouco auto-compreensivo? E ontem me perguntei até mesmo como é que alguém consegue conceber a atividade educacional como um emprego e ter uma relação com ela pensando somente na sua profissão, remuneração e agenda pessoal? Sem relação alguma com a dimensão mais ampla da cultura, da história ou da civilização. Sei que ser professor não é um sacerdócio, mas é sim algo como uma vocação e não pode prescindir de uma ética e de uma certa conexão com a sociedade, seja ela a ser definida por cada um, mas não por mera ocupação e uso do tempo.
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