Peguei a Zero Hora na mão ontem e
tive uma espécie de epifânia a respeito do que está acontececendo de fato no
Brasil hoje. E digo que ando sonhando com minha amada universidade ultimamente.
Dá para acreditar?
Ao ver na capa o nome
UNIVERSIDADES e “Reportagem produzida em conjunto por cinco jornais brasileiros
investiga contratos obscuros e outras irregularidades envolvendo universidades
públicas de cinco estados.” Notícias 13 a 21.
E na página 4 do mesmo Jornal
vejo o editorial: A CAIXA-PRETA DAS UNIVERSIDADES. E fiquei bem impressionado,
pois fazia tempo que este tipo de discurso não aprecia na imprensa bege
brasileira.
Eu lembro do discurso das
universidades sucateadas, das universidades sem recursos, das universidades só
para os ricos, da rebeldia nas universidades e etc.
Não vou entrar no mérito da
matéria, se é permitido ou não ser sócio ou partícipe de empresa por conta da
D.E., porém, que é suspeita a mesma empresa de professores prestar serviço para
a universidade, isso é.
O problema disso consiste em
participar de uma instituição como contratado nomeado em regime exclusivo e, ao
mesmo tempo, ter um segundo contrato fortuito de prestação de serviço com ela
cuja finalidade sendo a empresa o que é, é ao fim e ao cabo lucrativa.
Mas preciso dizer que a matéria
esta na capa e tem toda esta conexão nacional porque é oportunista a mais não
poder, pois se coloca no debate como uma cortina de fumaça do SWISSLEAKS ou
Suiçalão e, também, do grande Escândalo de Sonegação de Impostos das Grandes Empresas
no CARF da Receita Federal. E entre elas a RBS.
É só neste quadro, apesar da sua
concepção e de ter virado pauta já no ano passado, que uma matéria
diversionista como esta se apresenta para tirar o foco e a atenção do que é milhares
de vezes bem mais grave, criminoso e muito mais lesivo ao nosso país.
E eu tinha quase me esquecido da
cereja no bolo que se resume a dizer - com esta grande matéria - que a
corrupção é pública de novo!
O propósito da matéria é aliviar
de novo as costas da iniciativa privada e jogar toda a "culpa" no
serviço público de novo.
O Raul Pont tem dito uma frase
bem interessante sobre isto: que qualquer grande empresário poderia denunciar à
polícia ou ao presidente ou presidenta a tentativa de achaque de um funcionário
de segundo ou terceiro escalão da Petrobras, mas porque não fazem?
Quem é mesmo o corruptor, quem tira
de fato grande vantagem material com a corrupção?
Por fim, é claro, que a matéria é
bem vinda em qualquer tempo, que as irregularidades devem ser apuradas e
corrigidas e que os prejuízos públicos merecem reparos, porém não dá mais para
esconder ou vir a calhar no encobrimento de um gigantesco escândalo de
corrupção no jornalismo brasileiro.
Então, todo este “material de
enorme valor” poderia nos levar a perguntar moto contínuo pela CAIXA-PRETA DO
JORNALISMO BRASILEIRO?
Mas existe jornalismo
independente neste país para encarar esta pauta?
Minha homenagem tardia aos
Jornalistas e meus amigos....
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