Eu achei legal o texto do Vladmir Montanha sobre os pecados
da Internet, porque problematiza vários aspectos interessantes de alguns usos e
interpretações das redes sociais. Só compartilhei tardiamente e consegui em fim
ler tudo com tanta atenção que a grande manifestação merece, mas aposto que
toca mais fundo de um modo ou outro nessa espécie de soberba que alguns tem ao
usar as redes sociais.
Eu vou ironizar aqui uma única coisa. Eu gosto muito de
montanhas e gosto muito do que a montanha exige do homem em sua escalada e
tenho uma coleção de figuras sobre isso. Meu avô materno que era de certa forma
um homem habituado a viver em montanhas e em florestas porque tinha jornadas
anuais de guarda florestal, tinha uma expressão simples que aqui toca a soberba
e a montanha ao mesmo tempo: quanto maior a árvore maior o tombo. Ou quanto
maior a montanha que se sobe mais arriscada a queda.
E tudo leva aqui nesta brincadeira para o mito de Sisifo que
leva sua pedra até o cume da montanha e que a qualquer momento pode vir ela
descer de novo e amanhã ter que voltar a refazer a mesma trajetória. A ironia
final é que na internet também se usam as mãos e a cabeça na caminhada das
letras e palavras para conduzir as pedrinhas até o cume da montanha, mas de
repente tudo desaba. E às vezes tudo desaba por uma palavrinha mal colocada que
ao fundo confessa aquelas intenções subliminares que não deveriam aparecer e a
jornada chega ao seu fim. Mas também num texto tem um fim que não é o pecado e
para o qual também, não há redenção alguma.
Não existe melhor forma de dizer do que respeitando o
significado das palavras e mesmo em metáforas e em indiretas a TARGET deve ser
bem atingida e deixar ao leitor e ao escritor alguma sensação satisfatória. Por
fim, mesmo que exista a queda é preciso subir a montanha de novo, assim como o
mar pode ser ao mesmo tempo nossa perdição e nossa salvação, navegar é
preciso....
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