Bado este teu texto "SOBRE OS CCs NOSSOS DE CADA DIA" vem em boa hora para se tentar repor com justiça as coisas e tratar com muita responsabilidade, pertinência e honestidade as nomeações e os governos. E é muito elogiável teu pequeno artigo que foge à vala comum em que isso é tratado e a já tradicional avacalhação superficial e simplória deste tema que em geral é feita, por aqueles que tem pouca compreensão, jogam com opiniões fáceis e tem, também, aqueles que tem outros interesses do que amoralidade pública ou a justiça social.
Concordo com você em quase tudo que você diz sobre isso e minha discordância envolve apenas acrescentar um detalhe aqui ou ali. Concordo principalmente em afirmar contigo que “a questão de CCs é uma coisa complexa e na maioria das vezes mal entendida pela cidadania” e isso se deve ao fato de que o tema dos CCs era algo misterioso e mais mal falado do que compreendido e explicado e, também, pela forma como muitos olham para o estado. E isso não se deve, como alguns gostam de afirmar por ai, para reduzir e desqualificar a política e o conceito de democracia ao casuísmo e oportunismo superveniente às eleições ou indicações políticas. Isso se deve às diversas práticas bem conhecidas de nepotismo, emprego de inúteis ou incapazes, abusos de autoridade, cabidismo ou páletos em cadeiras, aposentadorias concedidas, privilégios adquiridos, pensões e indenizações regiamente pagas, mas injustamente concedidas em prejuízo do estado, por cargos que são ocupados na mais plena imoralidade e exercidos da forma mais improdutiva e ociosa possível. Muitos ainda olham para empregos públicos como boquinha e isso não vale somente para CCs, vale também para os demais cargos públicos em sua grande maioria. Esta distorção se deve a um elemento histórico e cultural e, também, aos muitos abusos praticados pelas autoridades eleitas, empregadas, concursadas ou ocasionalmente empossadas. O estado brasileiro ainda está sendo mudado desde o período colonial, mas ainda é um elemento cultural presente, cultivado e valorizado o cargo público. E isso não se deve somente a elite ou aos rastaqüeras conhecidos, isso é um elemento cultural, uma espécie de moralidade de conforto e boa vida, pouco trabalho e boa renda que é cultivada, admirada e promovida por alguns.
Então quando você diz que “isto se deve as distorções feitas pelos entes eleitos” eu preciso dizer que isso se deve a uma distorção conceitual derivada de uma prática e de valores culturalmente disseminados, reproduzidos e promovidos. Sou daqueles que considera que isso só será superado com debate adequado e com muita seriedade no tratamento destas questões o que pode fugir um pouco aos interesses eleitorais, mas que pode incidir também nas escolhas dos eleitos. Tenho perguntado aos meus alunos em que tipo de pessoas eles votam? Se eles votam em pessoas que elas sabem que tem um conceito de justiça, que são justas em suas condutas e quando exercem seus poderes e tenho apontando para isto como a única solução para termos melhores leis e melhores gestores. E isso aparece, também, no caso dos CCs indicados por eleitos, pois eles são reflexos dos eleitos e acabam sendo limitados pelos eleitos.
Também concordo com você que ”existem excelentes quadros contratados por administrações públicas no sistema de Cargo de Confiança” e reconheço isso em todos os partidos e em todas as gestões. Do governo Vanazzi eu poderia citar uma lista de, no mínimo, 250 nomes com profissão, formação, história de vida, família, endereço certo e sem nenhum óbice moral, jurídico ou social. E, por justiça e honestidade eu jamais diria que nenhum CC do atual governo presta, pois conheço alguns e sei da capacidade, da dedicação e também das pessoas que são, apesar de divergências políticas ou ideológicas.
Não nominarei nenhum aqui para não provocar-lhes dano, pois pelo que sei a situação atual é mais ou menos esta mesmo. Se a pessoa trabalha direito e trata com justiça e igualdade a todos, inclusive os petistas, amigos do Vanazzi, da Ana, do Zulke, do Nestor, do Fleck, do Castro e etc. ou pessoas da oposição, é capaz de ser punida ou lhe ser chamada a atenção e até mesmo demitida. E este é um dos problemas atuais da atual administração amigo Bado. A atuação deles no m ais das vezes é revanchista, persecutória ou paranóica. Eu sou um cidadão leopoldense – nato e apto – e nunca tinha percebido nestes meus 36 anos de militância política tanta rivalidade, raiva e política de ódio nesta pobre cidade.
Um boato que corre – e que atesta claramente de onde vem o revanchismo - é que há força tarefa na atual administração para criar processos e tentar a todo pano impugnar o ex-prefeito Ary Vanazzi que é o maior fantasma que ronda os pesadelos dos atuais governantes do choque de gestão de 5 volts e da excelência de gestão em coisa alguma. O que posso falar disto é simples: nem o Vanazzi fez isso com seus antecessores sob qualquer título e isso não terá o efeito desejado pelos homens de soluções fáceis para problemas difíceis. E a cada dia que passa vislumbro mais claro o desfecho deste pequeno episódio de atraso da nossa cidade. E parece que eles tem muito medo do que pode estar dentro das urnas de 2016. Também nunca tinha assistido o império da mentira, do cinismo e do faz de conta que vejo hoje. Chega às raias do leviano e desleal o que assisto e leio, escuto e vejo.
Estes dias, e não é o melhor exemplo nem o mais grave, mas mostra o nível de desfaçatez e vilania moral de alguns, um secretário no Jornal VS afirmou que “estavam devolvendo o Museu do Trem para o uso da comunidade com o Aldeia Sesc Capilé”. Ora esta, o mesmo é testemunha – por conta de ter inclusive tido parcerias com estes eventos antes - de todo o trabalho de minha amiga Alice Benvenutti na gestão daquele espaço, na antiga Secretaria da Cultura do Vanazzi que ele hoje acumula com Desenvolvimento Econômico, com parceira continua e permanente com o SESC dirigido regionalmente, também, pela amiga e conhecida Andrea Guedes. Alguém poderia me responder dizendo que isto é só um detalhe, que isto é uma coisa comezinha, mas vou me valer aqui justamente do que diz um outro amigo Deus e o Diabo residem no detalhe e a injustiça também. Assim, quem realmente quer uma cidade mais justa, uma cidade melhor deve sim cuidar muito do que diz, do que faz e como trata o trabalho dos outros. Eu tendo a não aceitar isso e sequer a aceitar mais o argumento da inexperiência para justificar isto. É uma conduta e deve ser julgada e avaliada como tal. Para quem tanto fala em excelência de gestão isto é algo só cabível aos medíocres. Daí me diz uma coisa destas? Sem perdão, sem piedade e sem hombridade. Ora, ora....
Você também tem razão Bado quando diz que os CCs “auxiliam em setores onde o servidor de carreira às vezes não é suficiente em número ou em casos de deficiência técnica” e eu poderia acrescentar que existem áreas em que os profissionais de ponta ou mais qualificados servem já em outras instituições e em sua grande maioria já são servidores públicos concursados, havendo apenas remanejo, permuta ou licença de seus cargos de origem para assumirem cargos em administrações municipais, estaduais ou federais. Na maior parte dos casos estes remanejos se fazem por critérios técnicos, mas também políticos e em alguns casos por cincunstâncias que não tem nada de errado ou de insidioso. É o caso de esposas e maridos de juízes (as), médicos (as), professores (as) que acompanham o cônjuge em remoção ou casos assemelhados. E mesmo eles sendo CCs, em boa parte e na maioria dos casos são pessoas que querem mesmo é trabalhar e produzir ações de gestão, programas e trazem com isso certa experiência, formação muitas vezes know how mais próprio para certos temas e áreas.
Sobre o tema da “banalização do uso e contratação de CCs” é uma acusação que nós sofremos, é uma acusação que nos custou muitos problemas, por conta da quantidade de projetos de lei que foram produzidos até adequar mos nossa forma aos anseios do MP, e Judiciário, mas me causa muito opróbrio o fato de que o atual governo não somente aumentou os CCs, empregou muitos e pior sem nenhuma transparência nestes 17 meses. E aqueles que nos acusaram de abusar de nomeações são justamente os maiores beneficiários e os piores gestores desta cidade. Eu acuso até com certa gravidade este governo de ser o Pior Governo de São Leopoldo até para provocar melhorias. E vejo que pelo menos a limpeza das ruas está se iniciando e em andamento, a pintura de meio fio começou e que alguns entulhos estão sendo recolhidos, mas isso é o mínimo. E para isto é completamente dispensável CCs. Então considerando também o número de CCs e seus vencimentos este é o piro governo da cidade. Porque nunca antes, tantos, tão bem pagos, fizeram tão pouco por esta cidade, seus cidadãos e eleitores.
Assim, nesta administração em especial e como você diz é a mais pura verdade que “grande parte dos mesmos são contratados não para servirem a cidadania em setores deficientes da administração pública, mas em vez disto, são usados como simples cabos eleitorais permanentes de seus padrinhos políticos”. E isto leva a esta discussão mais acalorada que no fundo toca a São Leopoldo, porque aqui esta cultura de CCs como moeda de troca é escandalosa pelos seus resultados muito ruins.
Eu disse ontem – e não tem nada de falso nisto nem de excessivo ou de rivalidade acalorada para gerar procissões de madames, protestos de estima, acusações de radicalidade, vindas de pessoas que são pseudo neutras, nem muito menos furor, mas apenas rubor de vergonha que este é o piro governo da cidade e atribui isso não aos CCs, muito antes pelo contrário disse claramente que o problema era de falta de liderança, de forma de liderança, da falta de projeto ou de um projeto muito ruim e da conseqüente e mais completa ausência de dinâmica na atual administração.
Veja que a mesma administração contratou CCs á granel é a que apõe na fachada da prefeitura nova uma faixa com os dizeres GOVERNO FEDERAL RICO E PREFEITURAS POBRES, e devolve, devolveu e vai continuar pelo visto devolvendo milhares de reais em recursos federais para não executar programas, projetos e ações, deixa inativos e sem aplicação um tanto de outros recursos em projetos já em andamento, mas paralisados e quando aparece na imprensa aparece para inaugurar projetos iniciados no governo anterior sem um pingo de deferência e reconhecimento. Isso lá em casa tem nome...e na casa de qualquer um tem nome...
Então meu amigo eu creio que a marginalização dos CCs NÃO é um tanto exagerada e deve ser vista como resultado do PIOR GOVERNO QUE SÃO LEOPOLDO JÁ TEVE!
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