Ontem mesmo estava conversando com meus colegas professores sobre os jovens de hoje em dia e depois com minha esposa também professora. É algo notável a lerdeza e a falta de certas habilidades nos jovens. Hoje temos alguns hiperativos, mas a maior parte deles parece sofrer de uma lentidão e de uma falta de reflexos e respostas a todo e qualquer estímulo externo. Vejo muitos jovens que tem preguiça de botar até um papel no lixo da sala. Que limitam seus deslocamentos físicos por puro comodismo e percebo algo errado ai. E ao contrário do que alguns possam pensar o uso de aparelhos celulares, computadores e a educação de confinamento dos jovens, a babá televisão, a limitação e as restrições de circulação deles tem causado muitos danos. E o que o Rubem Alves aponta é sério: linguagem e capacidade de se expressar em público, sociabilidade e desenvoltura para se relacionar com estranhos e os outros, manualidade e coordenação motora, motricidade, agilidade física e outras tem sido amplamente limitadas nos jovens de hoje. Regina me lembrou que buscava o leite e o pão na padaria ou no armazém bem cedo e me perguntou quantas crianças aprendem a contar o troco e a fazer contas? Por um temor muitas vezes justificado, mas ainda assim excessivo limitamos os jovens e suas habilidades e tarefas. E a outra observação que ela me trouxe foi relativa ao fato de que observava crianças de dez anos fazendo montinhos de terra no pátio da escola dela. São coisas que nós fazíamos com 3,4 e 5 anos de idade. Temos que discutir isso mais como educadores e como pais e mães. Precisamos prestar mais atenção nestes aspectos. Eu percebo uma espécie de retardo e muitas limitações operacionais e reflexivas sérias causadas por esta espécie de superproteção nossa. Mas não quero ter a palavra final e gostaria muito de ver o que meus demais colegas pensam sobre isto.
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