“Não vamos, então, perguntar porque
certas pessoas querem dominar, o que elas buscam, qual é a estratégia global
delas. Vamos perguntar, ao invés disso, como as coisas funcionam no nível da subjugação
vigente, no nível desses processos contínuos e ininterruptos, que sujeitam
nossos corpos, governam nossos gestos, ditam nossos comportamentos etc. Em outras
palavras, ao invés de nos perguntarmos como o soberano aparece para nós em seu
isolamento majestoso, devemos tentar descobrir como é que os súditos são
gradualmente, progressivamente, realmente e materialmente constituídos por meio
de uma multiplicidade de organismos, forças, energias, materiais, desejos,
pensamentos etc. Deveríamos tentar entender a sujeição em seus casos concretos
como uma constituição de súditos. Esse seria o oposto exato do projeto de Hobbes
em Leviatã...”
( História da Sexualidade, Vol.
1, p.97, Michel Foucault )
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