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quarta-feira, 1 de julho de 2015

ACREDITAMOS COM FACILIDADE NO QUE É PREFERÍVEL: JOHN LOCKE

Quod volumus, facile credimus

Esta epígrafe latina é atribuída a Cesar e usada também por Francis Bacon e aparece em um pequeno texto de reflexão sobre os nossos limites, finalidades e extensão do conhecimento, a moralidade e a obra divina de John Locke sobre o Entendimento datado de 8 de fevereiro de 1677.

...John Locke seleciona isso porque observa o quanto é fácil crer naquilo que é apenas preferível...

E aqui mais uma vez este admirável autor anda sobre ovos ao ter que distinguir com sutileza diferenças de grandes implicações nos domínios da fé, do conhecimento e do poder.
Muitas considerações podem ser feitas aqui.

Minha primeira, é sobre o fato de que muitas crenças são tributadas como verdade simplesmente por que são preferíveis ao sujeito de crenças em relação às suas negações ou outras alternativas de composição de ideias.

Em segundo lugar, deve se refletir sobre a dissociação efetiva ai exposta entre crenças e a nossa vontade.

Haveria ai subjacente então, pelo menos para mim,  uma distinção entre crenças preferíveis e crenças não preferíveis, sendo as primeiras de mais fácil assentimento e aceitação.

De que nossa vontade não torna as crenças verdadeiras e que ela não é a instância devida, portanto, de decisão sobre sua veracidade, maior ou menor probabilidade, dúvida ou certeza.

P..S. tive que corrigir, pois é "volumus" e não "volemus" o indicador de nossa maior disposição, "vontade" ou preferência acima. Portanto há apenas nisto um erro de grafia latina na, de resto ótima, tradução dos Ensaios Políticos de John Locke, cito página 322, dos Clássicos Cambridge de Filosofia Política. Organização Mark Goldie. Tradução Eunice Ostrensky. São Paulo: Martins Fontes, 2007.


A tradução poderia ser também: Quando queremos, é mais fácil crer em algo.   

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