Esta semana quase que respondi
para uma pessoa que comentou de uma forma superficial e bem provocativa minha extensa
e argumentada postagem sobre o projeto escola sem partido. Ela, a certa altura
do diálogo em que suas opiniões possuíam um laconismo quase estudado, acabou me
perguntando se eu era um professor imparcial? Bem a única resposta que eu
visualizei na hora, era acabar perguntado se ela achava mesmo que eu era
desonesto? Depois conclui que a pessoa não ia entender minha contra pergunta, ou
presumi que ela iria corcovear e acabar apelando para um discurso de vitimização,
típico de quem tem crenças fixadas em grandes totens culturais e acabei não
respondendo à pergunta delicada. Conclui por mim mesmo, em um certo solilóquio,
que assim como não havia entendido nem encarado meus argumentos e minha extensa
argumentação contra a tutela das consciências morais, culturais, intelectuais e
políticas das pessoas, não haveria de entender a minha escolha em ser honesto
ou simular alguma forma de imparcialidade, apolítica ou apartidária. E, assim,
por isto entendi também porque ela tangenciava o conteúdo da minha postagem com
aquela velha estratégia diversionista de fugir do ponto abordado. Ela
reproduzia a lógica de evitar o contraditório e sempre levar o debate para
algum tipo de disputa moral de sinceridade ou honestidade intelectual, se
esquecendo que se é mais honesto assumindo posições do que escondendo elas em
um pseudo véu de imparcialidade. Me lembrei do Sartori cujo partido é o Rio Grande,
de alguns de seus cargos de comissão que só tem empregos e cargos políticos por
uma vida inteira e que ficam argüindo que são técnicos e, também, me lembrei de
um grande mestre meu que me disse em
momento importante de minha formação e numa espécie de crise de auto avaliação
que todo conceito depende de quem confere. E fiquei pensando neste profundo
abismo que nos separa, só isto...fiquei pensando na incapacidade de pensar de
minha cara interlocutora para além do raso, para além do senso comum e da
obviedade que transita no comércio das idéias chavão e do bate rebate
ideológico que tanto rebaixa as discussões políticas, culturais e intelectuais
no Brasil. Ela deve ter uma extensa bibliografia dos notórios bons moços ou
deve assistir e decorar as platitudes de um Mannhtann Desconnection.
P.S.: E para ser bem honesto e
verdadeiro devo dizer que não tenho certeza absoluta sobre as minhas posições acima expostas, mas que porém
tenho convicção de que estou sendo bem honesto e sincero nas posições que
defendo e nem estou pensando em vencer algum debate, mas apenas em preservar o
meu direito de possuir estas posições, expor estas posições e construir novas
posições diferentes de outros que gostariam de me privar deste direito para
impor alguma neutralidade ou forma insípida de pensamento.
(obs. texto especial só para meus seguidores e frequentadores deste blog.)
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