Hoje pensando sobre minha atividade
profissional cotidiana, seus requisitos e, também, seus desafios, me dei por
conta de um paralelo ou analogia que eu creio ser importante e reveladora de
nossa condição. Me perguntei, pensando em simultâneo na educação, qual a principal condição exigida para uma
mágica ser feita, para um mágico conseguir produzir o efeito que deseja? E ao
perguntar isso poderia pensar no engodo, na capacidade de ludibriar, nas
técnicas de ilusionismo, mas me dei conta de outra coisa mais simples e básica.
Me dei conta que precisa primeiro de um público para ter seu efeito, mas que
precisava ter algo mais, antes da técnica e do treino. Uma certa capacidade e exercício
que o professor também precisa adquirir para obter e que lhe é essencial. E
conclui que além do público é preciso atenção, muita atenção do público para
que ele possa manter a sua performance e obter o efeito que deseja e que faz
juz ao seu ofício. Na educação há uma semelhança nisto e também no fato de que
educar envolve revelar e ocultar, para educar ao mesmo tempo, com precisão e
fazendo as escolhas de conteúdo e método do que se quer enfatizar e que para
que isso ocorra também é necessária esta atenção. Poderia ser criticado aqui
por usar um método de educação expositivo e um modelo de educação conservadora
e hierarquizado, mas não tenho muita dúvida sobre esta analogia e o que ela nos
ensina e revela.
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