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domingo, 31 de maio de 2015

DOGMATISMO E CETICISMO




Enquanto começava e afinal lavava finalmente a louça de hoje, com minhas duas mãos e bem concentrado nas operações práticas envolvidas,  fiquei pensando e tendo uma continuação de ideias e reflexões sobre o que tinha lido do P. F. Strawson​ segundos antes sobre Naturalismo e Ceticismo e fiquei pensando de forma meio anti-filosófica. Tipo assim: tratando o ceticismo e o dogmatismo não mais como atitudes em relação à crenças derivadas de longa reflexão, mas simplesmente de uma certa decisão sobre as coisas, os fatos, ou as expectativas ou os comportamentos das pessoas. Diria uma decisão de base.

Me lembrei de algumas linhas, talvez não mais de duas linhas da Tese do Paulo Faria​ sobre o Mundo exterior, em especial a situação excepcional de colocar sua existência em dúvida e também do Descartes á beira da lareira com um livro entre as mãos, e  das mãozinhas pequeninas do Moore erguidas no auditório e tive outros insights - para não chamar de intuições, porque vinham bem mais estruturadas e discursivamente à minha cabeça algumas ideias soltas do seguinte tipo:

Que é possível ser, se encontrar ou estar em um padrão de crença dogmática ou cética independentemente de algum contágio, influência ou mesmo lição filosófica adquirida. Por exemplo, que sendo leigo em filosofia, jamais tendo lido qualquer coisa, minha atitude em relação à certas crenças pode ser cética ou dogmática por experiência própria, devido a alguma decepção que me faça pensar negativa ou positivamente sobre o curso dos acontecimentos futuros .

Que assim, eu poderia ser cético negativamente, mas que dificilmente seria positivamente cético sobre algo. E que, de outra forma, eu poderia ser dogmático tanto num  sentido positivo quanto negativo.

Depois fiquei pensando que se isso poderia ocorrer, então, também poderia ser o caso que temos crenças céticas ou dogmáticas que podem apenas estar fundadas em repetições reais ou imaginárias de determinados acontecimentos o que inclui ai atribuições causais ou não.

Fiquei me perguntando enfim, se não era isso que Kant queria dizer com o criticismo que consistiria em apenas ultrapassar as perspectivas céticas ou dogmáticas tanto negativa como positivamente, abandonando as repetições (induções) ou as nossas preferências subjetivas de que as coisas fossem ao fundo assim  ou assado, divinas, mágicas de tal modo que a força de nossas crenças pudesse estar escorada apenas num dogma, cuja escolha preferimos ao seu revés, inverso ou negação. 

E daí resolvi parar e pensar mais um pouco na coleção de ideias que me veio à telha.

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