Hoje (21 de maio) tive um longo dia na escola
de aulas e avaliações até passar a tarde reunido com minha área fechando
menções de mais 19 turmas e aproximadamente 600 alunos, nas disciplinas de
história, filosofia, sociologia e geografia com meus colegas. Mas a coisa mais
importante foi ter almoçado e conversado com minha mãe, Dona Verônica Adams
Boeira, que completa 81 anos de idade e anda se recuperando de um beliscão da
miudinha como dizia meu irmão. Neste almoço discutimos um pouco sobre a saúde,
o SUS, maioridade penal, educação, jovens e os nossos tempos atuais. No final,
como sempre, acabamos no dilema governo, elite e povo - ou melhor dizer trilema
- eu defendendo que o problema não são só os governos e ela falando dos altos
impostos. Ela pode falar disso e com razão, este é o detalhe da prosa, pois
durante toda a vida pagou regiamente todos os impostos que lhe cabiam. E eu
fico pensando na vida dela e na minha. Pensando na luta, no trabalho de uma
vida inteira pela sobrevivência. Na segunda guerra mundial que ela viveu como
criança e menina. Na mudança para o Brasil, em seus dois casamentos e quatro
filhos que ela trouxe ao mundo, em mim e em minha irmã, que ainda estamos sobre
a terra juntos dela, e nela ter vivido os 25 famigerados anos de ditadura
militar aqui, mais estes últimos 25 anos de redemocratização. Nela ter visto
Getúlio morrer, Juscelino sorrir, Brizola gritar e Jango sair varrido pela
canalha deste país. E devo admitir sim que, por mais que eu ataque a elite
brasileira pelas mazelas do pais - os donos do poder como diria o Faoro - o
estado e os governos devem sim fazer muito mais pelo povo brasileiro, pelos
cidadãos e cidadãs deste país. Devem sim perder a cara de pau e tomar mais
vergonha na cara e de fato cumprir seus mandatos corrigindo seus próprios
abusos e não perpetuando eles como fazem da forma mais deslavada possível.
Feliz aniversário, então, dona Verônica que teu espírito e tirocínio continuem
me encorajando a tentar mudar este país. É difícil sim, as vezes perdemos parte
das esperanças, mas recuperamos parte dela cada vez que vemos a coragem de um
cidadão e de uma cidadã na nossa frente encarando o guarda, a autoridade, o
poderoso ou o doutor e dizendo: Pare de nos enganar, pare de nos explorar, nós
não somos os mesmos trouxas sobre os quais vocês montaram na garupa para
estarem onde estão! Abaixo uma foto da vovó e de sua netinha que também vai ter
esta virtú!
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