Um eu diminuto e encolhido vagueia no mundo. Entre escombros de pensamentos sobreviventes da censura e da auto-censura, da pouca exposição e revelação, um grau zero do ser, vejo que falamos muito pouco sobre o que sentimos. Privamos e calamos. Não falamos e não expomos. Ficamos assim olhando para si e para o outro. Planos abandonados, paixões irrealizadas, conhecimentos incompletos, feitas e desfeitas, expectativas, esperanças e sonhos num só compasso de desconsiderações e considerações apressadas, juízos tortos, pseudo direitos e pseudos esquerdos. Andamos lentamente entre um e outro personagem de um baile de máscaras, com muitos segredos, brinquedos escondidos, medos e vozes silenciosas. Em um baile de máscaras de bebida farta, salão cheio, muitas notícias, e uma pista de dança cuja luminosidade do salão atinge e oscila e expõe ao sabor dos fatos, ações e modos, das danças e contradanças, as novas e velhas imagens do que não percebíamos, não sentíamos e que agora aparecem como confissões de um pequeno céu, de uma nesga de praia e de um eu que não é mais meu, nem seu...
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