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quarta-feira, 4 de junho de 2014

I - O QUE SE PROCURA NA EDUCAÇÃO? – SÓCRATES, A PRIMEIRA ESCOLA E NÓS

Sócrates era mesmo um cara muito marrento. Provavelmente se você designasse ele de professor, ele te recusaria dando de ombros. Ele, segundo Platão, se considerava um maieuta, um parteiro de almas e idéias. Dizia que tinha herdado esta profissão de sua mãe que também era parteira. Pois, então dele nasciam seres ou os seres conheciam mais sobre si mesmo.   Bem, ele recusava qualquer remuneração dos seus discípulos, menos um convite para um banquete, uma janta ou um passeio à volta da cidade ou sentar nas praças e conversar. Para muitos jovens atenienses ele era um mestre e me parece que para alguns ele era o único mestre, em especial, para aquele menino chamado de Platão por todos da cidade. No dia de sua morte quase todos os discípulos estavam se lamentando à sua volta e era ele quem os consolava com palavras e amparo, antes de tomar aquela porção de cicuta macerada e diluída em vinho. Chamam seus discípulos de alunos, mas parecem esquecer também que ele dizia que tudo que sabia é que não sabia de nada, para escapar ou se enquadrar no vaticínio do Oráculo de Delfos como o homem mais sábio da magna Grécia. Como poderia ensinar algo a alguém, sem saber de nada. Mas o que afinal aqueles discípulos todos viam e buscavam nele? Talvez ele seja uma prova da existência e da força de atração da sabedoria sobre os jovens, da inteligência sobre os jovens. E deveria haver algo mais que a promessa por traz daqueles encontros, Uma prova de que a filosofia nele e em muitos outros é, justamente, o amor a sabedoria.  

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