AS PESSOAS MUDAM E ÀS
VEZES É PRECISO UMA CRISE MUITO BOA OU MUITO RUIM PARA ISSO ACONTECER
NUMA ARGUMENTAÇÃO
MUITO
RÁPIDA E BREVE
SOBRE A POSSIBILIDADE
DAS PESSOAS MUDAREM, usei a figura de que às
vezes as pessoas estão em “situações” que não é o ser delas que se apresenta
ali e que aquilo que lhes atribuímos como defeito, erro ou estado é passageiro
e pode ser alterado. E que se encaramos isso compreendemos a liberdade das
pessoas perante estas situações. Bem, minha ideia de situações envolve de um
lado algo que é passageiro ou que não é definitivo e que pode ser alterado e
provém de Sartre: as pessoas mudam, ainda que algumas precisem de uma crise
para compreender esta possibilidade através da liberdade e da sua própria
compreensão e visão de autonomia. Esta situação requer certa crise:
"Serão precisos
dois séculos de crise - crise da Fé, crise da Ciência - para que o homem
recupere a liberdade criadora que Descartes atribuiu a Deus e para que se
conceba finalmente essa verdade, base essencial do humanismo: o homem é o ser
cuja aparição faz com que um mundo exista. Mas não censuramos Descartes pelo
facto de ter atribuído a Deus o que nos pertence por direito; admiramo-lo
principalmente por ter, numa época autoritária, lançado as bases da democracia,
por ter seguido até ao fim as exigências da ideia de autonomia e por ter
compreendido, muito antes de Heidegger de Vom Wesen des Grundes, que o único
fundamento do ser era a liberdade". {HEIDEGGER trad.: DA ESSÊNCIA DO
FUNDAMENTO}
In: Jean-Paul Sartre, Situações I. 1941
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