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terça-feira, 12 de maio de 2015

PARA QUEM QUER DESISTIR DE SÃO LEOPOLDO

Notícia de jornal, comentários e muxoxos, queixas e esta crise geral na administração pública da cidade. O que vemos como crise em São Leopoldo, provocada pelo pior governo eleito da sua história vai passar; São Leopoldo tem em sua história uma elite perniciosa e uma ralé que aceita e acha bom. Uma ralé que se submete e faz deferência inclusive. Mas tudo passa. O que é inadmissível é que o debate fica nestes termos do hospital novo quando quem usa o SUS sabe que o que falta é médico na cidade, em especial os que cumpram seus horários e que respeitem os recursos públicos. O Hospital foi saqueado e tungado sucessivamente por diversas manobras e arranjos de colarinho branco. A saúde de São Leopoldo sempre foi administrada pela corporação e pela elite desta corporação na cidade. E a área da saúde independente da grei partidária decide eleição desde João Daniel Hillebrand. 

Assim, como os políticos e os advogados também sempre tiveram papel proeminente. Foi apenas episódica a intromissão dos comerciantes e dos industriários na política da cidade. Boa parte dos empreendedores se protegem da política para evitar danos aos seus negócios e preferem seus prepostos. Por poucas vezes esta cidade teve governos voltados para as classes menos desfavorecidas e, além disso, dentro da elite as disputas pelo poder sempre foram muito intensas e isso determinou inclusive as diversas emancipações a partir dos anos 40.  

Mas eu sei que nunca haverá um processo de discussão sobre isto, nem contra isso, porque esta outra parte que deveria cumprir isso é associada direta ou indiretamente ao butim. Ainda vai haver quem contará a história desta cidade com provas, registros e mapas de acumulação de riqueza e concentração de riqueza desde os anos 40 para cá. Na  discussão e argumentação de alguns, o ponto dos CCs sempre aparece - concordo que isso é um problema  - mas me ocorre basicamente que aceitar um CC e não trabalhar ou não ter competência para trabalhar é muito vergonhoso e, no entanto, para alguns isso parece status ou experteza. Alguns membros da elite e da ralé da cidade acham isso normal. 

O outro tema apontado é o papel das entidades. (OAB, ACIS e etc.) E as entidades não podem ser vitrines de vaidades como quase sempre são. Neste sentido a crônica da minha cidade é mais triste ainda. Eu nasci aqui, gosto daqui, tenho família e amigos e independente de partido, ou da conduta de certas entidades fico aqui e creio que o problema não são os partidos. Quem elegeu governantes sem programas claros e que ficam fazendo discursos em linhas gerais sem conhecimento da cidade acaba ajudando a cidade a ficar estagnada. 

É preciso conhecer a realidade, debater clara e abertamente os problemas e construir um programa. São Leopoldo caminha para o Bicentenário da Imigração Alemã e eu sou daqueles que acho que nem tudo está perdido, que a tragicomédia dos erros de análise e proposição que assisto agora vai passar. Porém é bom que seja dito eu canso de ver gente pousando de inocente e arrependido depois de apostar nisso que está ai. O muro da inocência não tem lugar para tanta gente assim. Então penso que algumas pessoas que contribuíram para o descalabro que eu vejo deveriam no mínimo assumir a sua parcela de responsabilidade na aposta errada. Conheço muitos jovens promissores que são meus alunos e alunas e não abandono São Leopoldo, porque acho que pode mudar sempre, as vezes avança um pouco e muito e as vezes recua, muitos negam ou são contrários ás mudanças importantes, resistem e fazem pouco caso do trabalho dos outros, mas a cidade vai mudando igual. 

Não creio que dá para decretar terra arrasada, nem que temos mais problemas do que outras cidades. Conheço quase todas as famílias tradicionais do que para alguns é comunidade  da cidade, mas acho que a cidade vai ganhar muito quando incentivarmos mais a participação das pessoas e quando aqueles que detém algum poder ou representatividade abrirem mão um pouco dos seus interesses pessoais. Sei que muitos tentaram de alguma forma ajudar a cidade, sei que suas esposas tentaram e acho que não precisa mesmo desistir - porque agora deu errado ou bateu um limite - a não ser que não possam mais usar seus sapatos e sua inteligência para isto. 

Em todo caso, eu vou continuar e aproveito para convidar aqueles que nos assistem aqui nesta grande prosa que continuem também tentando. Dá trabalho, dá muito trabalho, mas vale a pena porque muita coisa tem sido feita nesta cidade, apesar de governos, personalidades e certos interesses e tem todo um povo que deve ser reconhecido e não apenas distinguido  e bajulado e que trabalha sério para atingir resultados aqui. Eu sou só um professor, mas não veria dignidade no meu trabalho se não apostasse no futuro, apesar da grande falta de respeito que sofremos de pretensos sabichões e outros poderosos. 

O estado não é uma empresa e isso que acontece em nossa cidade se deve muito a esta concepção que misturada com imperícia e muita expertise de araque coloca a cidade numa crise falimentar de novo. Justamente por aqueles que já faliram ou fizeram gestões de escassez e depressão em outras empresas. Isso não pode ser coincidência. 

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