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domingo, 29 de março de 2015

ENSINO DE FÍSICA NO BRASIL – AS QUESTÕES APRESENTADAS EM 1952 POR FEYNMAN (NOBEL DE FÍSICA EM 1965) E OUTROS PROBLEMAS ASSOCIADOS A ISSO

Vou compartilhar isso com muito cuidado porque descreve perfeitamente alguns fenômenos comuns não somente no ensino de física, mas em muitas situações de ensino, educação e aprendizagem e que é marcante e presente em descrições de professores sobre os seus muitos bloqueios em aplicar ou desenvolver aplicações práticas das teorias ou idéias e mesmo métodos que vão sendo estudados. E é um exemplo também de como somos permeáveis as críticas externas.

Nominei isto de incapacidade de tradução, mas o exemplo de Feynman mostra também as dificuldades de fazer analogias ou transposições ou mesmo de raciocinar com flexibilidade sobre este ramo do conhecimento. Bem....vou preparando aqui uma abordagem que pode ser melhorada com certeza.

Curti isso hoje pela manhã e pensei em compartilhar, mas fui ler agora os comentários no perfil do Alexey e me toquei de que deveria fazer um elenco aqui. Com alguns muito ricos na apresentação de problemas e questões  e me vi em um dilema: ou dou uma geralzinha mais ou menos nisso tudo e reproduzo generalidades tanto críticas como descritivas aqui ou reviso as questões e tento hierarquizar isso tudo em questões históricas, de linguagem, o tema do pensamento formal, o tema das pedagogias e neurociências (cujo formulário de dicas e orientações aos educadores ainda não possui uma boa síntese) e as relações matemática e física que precisam ser retomadas também historicamente e filosofia e física o que também envolve uma abordagem mais histórica da física como ciência. Feynman apontava claramente a aprendizagem automática e acrítica dos alunos - a falta do hábito e da liberdade de raciocinar e experimentar e a não aplicação da teoria ou de uma linguagem formal - e isso se devia também ao autoritarismo e ao modelo educacional rígido, inflexível e pouco maleável e vejam que é justamente este paradigma ou modelo de matriz que entusiasma muitos com ciências formais. 

O positivismo e o engenheirismo em que tudo deve ser prático e aplicado e uma espécie de negação temerária de qualquer abordagem especulativa ou inventiva. Mas eu também acho que o buraco é mais embaixo em todo este debate e que a mera reprodução de um modelo didático é o que corre à solta nas instituições superiores e não em sinto fora disso não. Mas deveria nos deixar muito impressionados que esta crítica foi feita por um jovem professor com razoável para não dizer considerável experiência prática e teórica - afinal fazer parte do projeto Manhattan e depois disso ganhar um prêmio Nobel de Física não é mesmo pouca coisa no ramo de atuação dele ainda não ser devidamente levado em conta no Brasil. 

Na primeira vez passa, pois a academia brasileira pode ter considerado ele apenas um excêntrico, mas depois do Nobel dele em 1965 eu me pergunto mesmo como não há sinais de que levaram em consideração suas críticas. De tal modo que está ai um exemplo de impermeabilidade e resistência ou bloqueio paradigmático da ciência brasileira. Mas isso eu confesso não saber e gostaria muito que meus amigos que ensinam física e que estudaram física na faculdade me informação algo sobre isso. 

Para ser objetivo: se leram esta crítica de Feynman por recomendação dos seus professores e se isso é levado em alguma consideração hoje? E me parece um importante tema também que esta questão seja recolocada criticamente tendo em vista que não podemos mais ficar engatinhando neste tema e tendo resultados por sorte ou por acaso. 

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