Li murais de muitos amigos e
amigas apontando a tristeza e o desalento com o quadro geral que assistimos e
outros bradando à luta e chamando à mobilização. Que bom que vocês não são
indiferentes. Fico realmente feliz. Eu também tive dificuldades para dormir
esta noite. Não tomei remédio algum, mas acordei umas quatro vezes durante toda
à noite. A gente fica preocupado e ressabiado com tudo à nossa volta. A gente
pensa no futuro e nos bons planos que temos no trabalho e na vida e percebe as
ameaças que vem chegando para destruir e derrubar todos que trabalharam
arduamente para ter alguma perspectiva de sociedade melhor. Parece que estamos
entrando no pior dos mundos possíveis e se recebe todo dia um golpe, uma
traição, um retrocesso, uma perda, um recuo, uma frustração e decepções às
pencas. Não é nada difícil de se compreender o recolhimento de muitos e a
retirada do front e do cenário. Fica-se anojado, envergonhado, triste e
furioso, mas se mantém o controle, não se explode, não se cultiva ódios ou
raivas e nem se descarrega nos coitados que parecem ver tudo isto num estágio
de indiferença e certo entorpecimento. Não é fácil mesmo, em especial para nós
que tanto lutamos, reunimos, caminhamos, discutimos e construímos coisas muito
melhores e mais decentes do que isto que está ai. Para nós que sempre fomos
orientados por intenções honestas e francas é muito duro. Tenho esperanças nos
jovens e em suas iniciativas e em todos que lutam e também em algo que podemos
chamar de destino ou de força dialética que me dá a esperança de que eles - a
canalha, os ignorantes, os vis e os picaretas e pilantras - estão esticando a
corda ao máximo e que ela vá arrebentar de algum modo. Não tenho como me
retirar de meu trabalho e me eximir de minhas responsabilidades. Protesto por
aqui. Escrevo aqui. Compartilho e me posiciono, mas percebo que está faltando
algo que não é só mobilização mesmo. E me é algo que parece ser um sentimento
de coletivo e um espírito coletivo. Mas não vamos desistir! Vamos resistir!
Vamos virar esta página e avançar! Mantenhamos nossa esperança e nossa fé na
humanidade. Não é o ano que é ruim, mas sim as ações humanas! Em frente e com boa
vontade. Este é o único apelo que consigo fazer agora!
Em 30 de novembro de 2016...
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