O vento sopra para longe todo
este pó e palavras do mundo.
As palavras restam letras.
Dos corpos resta o pó.
Voltamos todos à terra e ao
barro.
Nossas letras se esquecerão.
Nossos pecados perdoarão.
Nossos amores em nossas mãos
desaparecerão.
Cinzas e redemoinhos nos levam
com o tempo.
E de nosso suor e lágrimas ficam
vestígios impressos em grãos de areia.
Nada restará de nós neste mundo.
E dos outros restará a mesma
coisa.
Talvez apenas aquilo que
criarmos, construirmos e deixarmos de nós escapar.
Nossos filhos e netos vão pisar o
mesmo chão e saberão que sobre nós estão.
E somente de alguns que restarão
mais humildade e dedicação para fazer jus a este mundo.
E dá gente ficará a semente mais
suave e leve para na brisa passear.
E o vento irá guiar cada gota de
nós ao seu destino.
E o tempo vai colher cada grão de
desatino.
Nós aqui estaremos para tudo que
deixamos e daqui partiremos para tudo que buscamos.
Afinal, como já diz a escritura
do pó viemos e para o pó voltaremos.
E se assim quiser, em letras
deixaremos nossas cinzas, nossas retas, nossas linhas e diretas.
E a terra nos recebe, pois de ti
saímos e para ti voltamos.
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