Todas as escolas já receberam um
documento que possui um formulário com critérios que eliminam o difícil acesso
da grande maioria das escolas. Na nossa escola estamos em greve, vamos discutir
o difícil acesso e a perda dele, com seus danos e fazer uma manifestação
coletiva contra mais este ataque aos educadores. O prazo de entrega é para ser
dia 2 de junho e será somado ao parcelamento de salários e o não pagamento do
13° mais um ataque aos trabalhadores. Além de estarmos sem política de reajuste
salarial é de pagamento do piso. É preciso lutar contra isto, entrar em greve e
não deixar os ataques continuarem. Barrar o governo com a greve, as ocupações e
o apoio da sociedade em defesa da educação. (24/05/2016)
POLÍTICA, HISTÓRIA, FILOSOFIA, SOCIOLOGIA, DEMOCRACIA, DEMOGRAFIA, GEOGRAFIA, lITERATURA, POESIA E ARTE - TEXTOS PARA INFORMAR, DIVULGAR, LER E CRITICAR - Daniel Adams Boeira - 13 de junho de 2009 - daniel underline boeira arroba yahoo ponto com ponto br
segunda-feira, 30 de maio de 2016
SOBRE DEBATES DA GREVE NAS ESCOLAS
Temos que provocar e incentivar o
debate sobre a greve em todas as escolas. Mesmo que já tenhamos feito antes.
Debater greve na greve deve ser algo muito importante como instrumento de
formação. As pessoas que não estão em greve e que debatem a greve já estão se
auto questionando sobre adesão. E estão revisando suas crenças e posições. O
debate interno primeiro, depois debate com visitas externas, depois com a
comunidade - conselho, país e mães, depois os alunos e alunas. Nem sempre nesta
ordem. Mas o debate é o começo e a decisão é a adesão é o primeiro passo para
depois se ativar na luta como nós e virem junto coma gente para as atividades
de greve. Esta nossa greve me parece a mais potente que já fiz. Pouquíssimas
pessoas querem recuar ou desistir e cada vez entram mais pessoas no ciclo de
debate, decisão e luta. Nem sempre os resultados dos debates vem na hora. Calma
pessoal. Às vezes outras ocorrências aumentam a adesão também. O fato de
discutirem já é um ganho importante. E quem decide não aderir acaba - dadas as
diversas razões para lutar hoje - violentando a si mesmo. Então, provocar o
debate sobre a greve já é meia vitória. Hoje fecha uma semana e esta ainda é
uma tarefa importante porque mais adesões virão com a onda de ocupações
provocando também uma percepção de que o que realmente está em jogo é a defesa
da educação pública. (24/05/2016)
VAMOS FORTALECER A GREVE, AS OCUPAÇÕES E AUMENTAR A PRESSÃO SOBRE O SARTORI
Estamos aguardando uma proposta
do governo, pressionando e mobilizando cada vez mais colegas. Devem aumentar
bastante as adesões esta semana em muitas escolas e também ouvimos um zum zum
de mais ocupações em escolas que não tem paralisação ou movimento de greve
expressivo. Porque com as ameaças de promover desocupações do governo e a
entrevista do Vieira mostra isto - a
juventude pensa em ocupar mais algumas escolas que já estão engatilhadas.
Muitos alunos e alunas não aguentam mais olhar para seus professores e
professoras que estão simplesmente trabalhando nas atuais condições
insustentáveis. O governo vai precisar negociar muito mais agora, pois à medida
que ele vai atrasando o diálogo ele vai aprofundando a distância com os
educadores e estudantes, sem dar nenhuma resposta ou sinal de avanço em algo ou
recuo em seus ataques.
Fui olhar no meu contra cheque os
valores de difícil acesso - recomendo que todos que possuem isto façam duas
contas - e fiquei espantado com o prejuízo que todos vamos ter sem recebermos o
piso. Mais os parcelamentos e o 13° que foi não pago. Bah. É um horror nas
nossas contas e condições de subsistência. O governo opta por nos massacrar a
todos. Eu sinceramente não tenho os números da adesão, porém aparecem notícias
de adesões vindo de todos os lados do nosso núcleo. Mas a greve é ainda parcial
em muitas escolas, porém se o governo não apresentar uma proposta creio que irá
aumentar. Uma planilha que vi correndo no Cpers tinha greve em quase todas as
escolas de SL e NH salvo as exceções que não sei mesmo se vão conseguir segurar
muito tempo e fazer de conta que o problema é dos outros. E as escolas
paralisadas e sem aulas são muitas também.
Hoje de tarde devemos ver de novo
isto no núcleo. E organizar a semana de visitar e mais atos. Hoje começa a
terceira semana sem aulas. A assembléia, enfim, não foi marcada porque
esperamos uma proposta do governo e ela não vem. Nós estamos pressionando o
governo para parar de nos massacrar e ele não responde e ele não negocia. Creio
que só devemos voltar a dar aulas com uma resposta. Tem colegas nossos que
começam a pensar nos prejuízos ou a falar deles. penso que devemos lidar com
isto com tranquilidade e sem problemas. Este é um tipo de interpretação
possível a partir de certa perspectiva, mas eu creio que não é bem o caso. Os
prejuízos que se aproximam de nós certamente serão muito maiores s a greve e
sem fortalecer ela. E nós todos pagamos o pato juntos aqui. Não creio que este
governo vai poupar quem não fez greve. Vejo que isto é uma ilusão criada por
algum tipo de regalo com certeza em algumas escolas, talvez seus diretores
tenham algum motivo para prestigiar o governo ainda, talvez alguma obra ou
tratamento especial esteja dando esta ilusão. Mas eu sei que estas escolas
também vão sucumbir. Também vão sofrer
com a falta de professores e que seus quadros também vão sofrer com este
massacre.
Assim, no caso dos ataques que
nos ameaçam o pato é bem grande e pode levar muitos a abandonarem o estado. E
isso pode ocorrer porque não conseguiremos mais sobreviver mesmo com nossos
vencimentos e nos outros casos por demissões, enxugamentos, ajustes de carga
horária no diurno e terceirizações. E quem se omitir agora será responsável por
isto e vão sofrer com isto também. Só se salvarão os muito próximos da
administração política do estado. E olhe lá. Então está semana é decisiva e
pode acabar com um esforço maior dos nossos colegas na adesão. E com os
estudantes partindo para mais uma ofensiva nas ocupações.
Boa luta e boa semana a todos!
SENTIMENTOS E EMOÇÕES, COGNIÇÃO E REFLEXÃO: COMPLETADO 4 ANOS APÓS
Quando eu disse que você teve uma
experiência cognitiva, tentei dar ênfase ao fato de que o que ocorreu contigo
não era somente uma situação emocional, afetiva ou sensível, e queria dizer
simplesmente que você não é somente sentimental porque teve sentimentos. Você
não se resume a alguém que só possui sentimentos. Esta segmentação é enganadora
e ela não vai te ajudar a superar, compreender ou aceitar a provocação que esta
experiência ou vivência te apresenta. Eu diria que você deveria romper com esta
narrativa lamuriosa e trágica e começar a refletir sobre o que é mostrado nela,
não mais em termos de um código em que o sentido exclusivo é dor, prazer ou desprazer,
sofrimento, decepção e amargura. Veja não se trata aqui de tirar de ti a
sensibilidade, mas de dar curso a ela para a tua reflexão, tomar a experiência
em termos cognitivos não te torna insensível, vai apenas dar inteligibilidade –
a inteligibilidade possível agora e que poderá ser aperfeiçoada adiante a algo
que te ocorreu. Então, tomar esta experiência como inteligível pode ajudar
muito na sua compreensão e superação, mas isso não significa que você não seja
sensível. Isso significa que você aprendeu a se diferenciar de teus sentimentos
poderosos, se distanciar um pouco das fortes emoções que as vezes te são
impostas por outros e a se defender delas. Sei que você teme ser derrotada
nesta inversão de perspectiva, pareceria que ao dar racionalidade à experiência
teria sido convertido aceitar ela como significativa. Porém, pense mais sobre
esta pergunta: mas porque então este temor? E veja que a experiência e a
coragem fazem isso contigo. Elas te jogam contra as paredes do salão na ilusão e
assim vais ultrapassar os limites do teu tempo e daquilo que te resume agora. Amanhã
ou depois, mesmo que você entenda tudo, pode acreditar será surpreendente,
porém, porque jamais haverá alguma confirmação disto tudo. Vais esquecer na
parede da memória esta experiência até que um dia toda esta carga emocional seja
ou fique resumida a uma única palavra e todo este sentimento que tens esteja
dissolvido e afastado de teu corpo.
A EDUCAÇÃO DOS SENTIDOS - CORRIGIDA E COMPLETADA 4 ANOS DEPOIS
A Educação dos sentidos é um
velho adágio que seguimos. Temos que educar a sensibilidade dos jovens e de nós
mesmos. Isto é uma provocação sensível, cognitiva e intelectual também. É
preciso desenvolver, desafiar e provocar o senso estético dos jovens e adultos
não somente para jogar eles em uma aventura no entretenimento, no gozo
egocêntrico ou na fruição estética desinteressada e generosa, ainda que isto vá
acabar ocorrendo também, mas sim é a tarefa de educar um ser humano para
ultrapassar se, ir além de si, superar sua perspectiva original e abrir um
horizonte mais amplo, confrontar o jovem e provocar no jovem a percepção de que
ele não é limitado a sentir somente a si mesmo. A tal coisa chamada educação
estética do homem é um trabalho civilizatório e humanizador, porque coloca o
homem e a mulher em sociedade, em carne e ossos, e tal lhe gera empatia com o
próximo, o faz compartilhar e ter simpatia com o próximo e traz para ele um
tipo de sentido que só é possível em comunidade, na coletividade, que não é nem
subjetivo ou objetivo. Usando aqui outra terminologia, trata-se também de
familiarizar o jovem e os adultos que ainda não o fizeram com um outro regime
de crenças. Expor outros sentidos e idéias das coisas, das gentes e das
relações entre elas e entre nós e o mundo, nós e também nossa transcendência.
Isso parece bem difícil, porque muitos olham somente para os seus sentimentos,
olham somente para suas crenças fixadas e às quais aderiram sem nem saber
exatamente como. Mas trata-se de colocar para eles também o desafio de
encontrar o sentido que construíram sobre o que lhes é humano, comum e próprio.
Assim, a educação dos sentidos, a educação estética, é bem mais que um mero
humano ensimesmado e blasé que vai ostentar alguma ilustração, prerrogativa ou
excepcionalidade de acesso à alta cultura, ou à cultura estética superior. Não
se trata de construir uma performance por excelência ou superioridade. Não se
trata disto.
NOTA SOBRE A HISTÓRIA DE SÃO LEOPOLDO - INSIGHTS DO INICIO DA HISTÓRIA DA PRAÇA DO IMIGRANTE - CORRIGIDAS E COMPLETADAS 4 ANOS DEPOIS
Pensando coisas novas. Pensando
em novas ideias. Como contar uma história da minha cidade.
Encontrando novas abordagens
tanto da história quanto da cidade. Não tem mais volta pelo visto. E vou
seguindo e a cada dia que passa descubro que algumas hipóteses já foram melhor
examinadas e que pelo sim e pelo não estamos no caminho certo. Vejo também que
algumas intuições tem sua base demonstrativa seu fundamento na realidade. Um
fundamento no modo como a realidade era compreendida. E isto transforma aquilo
que era uma descoberta ou bela intuição, num nova composição e visão de
cenário. Surgem então elementos novos, novos agentes externos e internos e novas
personagens na narrativa da história da cidade. E isso não é uma descoberta
original, nem criativa, nem inventiva, mas tem sua beleza, pois acrescenta um
matiz ou um detalhe a uma narrativa que antes era genérica e cronológica. Vejo,
então, que esta história poderia ser contada de um modo mais interessante e
articulado. Poderia ser uma história contada e narrada em uma composição. A
narrativa histórica acaba beirando a uma narrativa literária ou de ficção. Me perguntava, então, em 30 de maio de 2012, nesta
aventura de contar uma pequena história de minha cidade, se podemos fazer
história assim?...eu acreditei e creio que sim!!!
Na hora de retomar, apesar de
todos os contratempos e ocorrências deste ano.
( aqui eu fiz uma coisa ser finalmente
mais explicita, e fiz algo dizer aquilo que plenamente eu pensava então)
domingo, 29 de maio de 2016
SOBRE O MÉTODO DE INVERSÃO NA ABORDAGEM FILOSÓFICA
Mudar o ponto de vista sobre uma
questão pode ser muito bom para a sua resolução e compreender a causa de sua
origem. O tema das inversões de abordagens me parece nítido em diversos casos.
Mas é - ao meu ver - mais um recurso de método que mistura algo como uma
katarsis, uma epoqué, uma busca do arche e etc como o ir à raiz das coisas, ver
mais de perto ou ultrapassar as aparências do que é imediato ou nos é posto a
pensar no início. Estive, por exemplo, num debate com alunos e educadores de
uma ocupação e foi interessante porque usamos - eu e outro educador - a
inversão como recurso não diversionista, mas de aprofundamento e para focar em
algo oposto à abordagem tradicional: eles perguntavam e buscavam respostas por
qual escolas queriam e nós - eu e mais um - perguntamos porque eles estavam
ali. O que tinha trazido eles a vivenciarem aquela experiência. No caso, o tema
da mudança social ou da mudança da escola era invertido pelo tema da
transformação também pessoal que ocorre em processos coletivos e individuais
intensos como estes. Ninguém sai igual de uma experiência intensiva como esta
das ocupações. Isso muda a pessoa como nossas aventuras militantes de jovens
também nos mudaram e nos deram valores de saída diferentes do que possuíamos na
entrada.
P.S.: O lance mais interessante
neste bate papo nosso é que após ele terminar me dei por conta que o que era
comum entre nós todos ali era ter feito, fazer ou ingressar no movimento estudantil
mas sempre de um ponto de vista prático que envolve fazer algo. Eu comecei
assim na minha história e biografia e provavelmente todos tinham ali naquela
sala esta dimensão em sua virtualidade. E um movimento estudantil que funciona
como iniciação política e bem conseqüente como experiência significativa e
vivenciada que dá sentido às nossas vidas.
CARTA ABERTA À EQUIPE DA SEGUNDA COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO: COMANDO DE GREVE DO 14 NÚCLEO DO CPERS
Iniciamos nesta manhã - terça feira 24 de maio de 2016 - a nossa
jornada aqui na frente da segunda coordenadoria para reiterar algumas posições
sobre a legitimidade, a importância e os objetivos do nosso movimento. Além
disso, também queremos manifestar nossa mais precisa contrariedade com algumas
atitudes que julgamos descabidas, desmedidas e desrespeitosas com os educadores
e educadoras, servidores e servidoras, estudantes e com os direitos de todos
perante as leis e os princípios do bom senso e da civilidade.
Em primeiro lugar expressamos
nossa grande satisfação com a greve que construímos, sustentamos e defendemos
perante o atual e passageiro governante deste estado e seus assessores
políticos, partidários e indicados. Nesta greve conseguimos obter o apoio de
muitos educadores, cidadãos e principalmente estudantes, que representam para
nós hoje uma das maiores conquistas do movimento em defesa da educação. Eles
passam neste ano a ocupar um espaço de protagonismo nesta luta. Ao realizarem
ocupações organizadas por seu espírito coletivo e cidadão, com suas jovens
inteligências e compreensões, eles conseguiram criar um caminho sem volta na
educação gaúcha e estão reagindo com altivez, tranquilidade e muita sensatez
aos descasos e desrespeitos sistemáticos perpretados por este governo contra os
educadores e seus direitos, contra as escolas públicas e suas estruturas e
contra os estudantes e seu direito à educação pública de qualidade e para
todos.
Em segundo lugar afirmamos que
todos os educadores hoje, em greve ou não, debatem a situação da educação
estadual, debatem os ataques que tem sofrido e debatem também as tentativas de
coerção, intimidação, assédio e ameaças que tem sofrido. E estas ações tem
recebido a mais ampla reprovação subjetiva e objetiva. Não se enganem se
acreditam que podem ameaçar educadores e serem esquecidos. Muitos tem nos
confidenciado tais práticas e a reprodução de certas expressões e desdouros.
Em terceiro lugar, é bom que se
diga, que também a comunidade escolar tem sido muito bem informada por nós das
razões de nossa greve e da forma como as educação, os educadores e os educandos
tem sido aviltados e desrespeitados. E em muitos lugares - apesar da aparente
eficácia de certas informações tendenciosas e manipuladas - já é consenso de
que a defesa da educação que promovemos em nossa greve não é casuística e nem
injusta. Todos sabem que nossos salários estão atrasados, todos sabem que nosso
13° não foi pago, todos sabem que o governo concedeu reajuste aos mais altos
salários, mas que porém não concedeu sequer reposição salarial da inflação para
nós, todos sabem que o piso salarial nacional não tem sido pago, todos sabem
que os repasses de recursos para manutenção, merenda e permanente não tem sido
repassados às escolas. E muito mais. Todos sabem que o governo aumentou
impostos sobre o pretexto de ajustar o caixa e calhou de não resolver isto é
promovendo maior recessão em nosso estado. Todos sabem que o governo votou
covardemente projetos contra os trabalhadores sem sequer negociar com eles e
que em muitos casos está votação dependeu de votos cuja moralidade e
responsabilidade é altamente questionável.
Todos sabem que acabam de
privatizar de forma escandalosa e por trinta anos as estradas de nosso estado.
Todos sabem já que esta política vai levar nosso estado à bancarrota e à
precarização dos serviços públicos. Então, neste ponto, todos entendem que os
professores vivem hoje uma situação insustentável.
E se está situação é
insustentável se soma a ela também as medidas abusivas que o governo tenta
impor aos nossos parcos rendimentos. Ao propor o reenquadramento do difícil
acesso o governo ameaça gravemente a subsistência material de milhares de
trabalhadores e seus familiares que tem - apesar das discrepâncias - tido algum
diferencial de ganho salarial. E a grande maioria dos trabalhadores serão
massacrados se for retirado este elemento de sustento de suas vidas. O
adicional de difícil acesso é hoje um componente indispensável na sustentação
financeira de número relevante dos trabalhadores e não poderia ser extinto sem
que - por exemplo - o estado resolvesse a questão do valor do piso salarial
nacional cuja defasagem hoje soma mais de 69% do montante que deveria ser
percebido. As perdas salariais são tão gritantes que sequer os 24,14% de
reajuste dos recursos do FUNDEB foram repassados aos nossos salários. E as
coisas pioram para o nosso lado porque ao mesmo tempo o governo enviou como
projeto de LDO uma peça que prevê reajuste zero até o final de 2017 aos
servidores, sem reparar nenhum agravo, repor nenhuma perda é sem promover
nenhum ganho a uma categoria que já é aviltada e que passa a ser assolada
também por estes ataques.
Além disso tudo, assim nos parece
e tem sido confirmado que, no âmbito desta segunda coordenadoria, tem havido
também situações que vemos com extrema contrariedade. Exigimos que seja
respeitada e reconhecida a legitimidade de nossa greve e que sejam cessadas e
sustadas todas as iniciativas de constrangimento, perseguição e ameaças aos
nossos colegas grevistas em todas as escolas, seja por diretores, prepostos,
supervisores, mandaletes, gestores ou encarregados. Vamos promover contra isto
registros policiais e abrir inquéritos administrativos por assédio moral,
desrespeito ao servidor público no exercício de sua função, perseguição
sindical e também por desacato e quebra de impessoalidade no serviço público. A
greve é legítima, o seu debate em espaço de trabalho com a deflagração do
movimento grevista em assembleia é absolutamente legal e de direito e, por fim,
a adesão de servidor ao movimento, não pode acarretar nenhum ônus ou penalidade
cabível. É intolerável a prática de colocar servidor à disposição, sob perseguição
ou em suspeita por aderir a movimento legítimo.
Para terminar, em virtude de
nosso extremo compromisso com nossos alunos e seus direitos queremos manifestar
também nossa mais profunda contrariedade e aversão moral às tentativas de
desprezar ou diminuir a qualidade é a grande responsabilidade que tem sido
demonstrada com a educação pública deste estado pelos alunos e alunas, cidadãos
e cidadãs que adotaram a medida extrema de ocupação das escolas públicas
estaduais em defesa das mesmas e por correlato e relacionado em defesa também
dos educadores. Defendemos o direito de livre organização dos estudantes, de
organização dos grêmios estudantis autônomos e a importância do movimento
estudantil organizado estar dando uma aula de cidadania para todos que
expressam compromisso com a educação mas não agem em conformidade com isto.
Defendemos o direito de todos os alunos que aderirem a ocupações, apoiarem a
nossa greve serem devidamente avaliados após o encerramento de nossos
movimentos. E temos muita satisfação em acompanhar e apoiar o movimento
estudantil que defende uma pauta de reivindicações dos alunos que também deve
ser atendida.
Agradecemos a consideração às
nossas legítimas posições e contrariedades e afirmamos que elas expressam uma
compreensão humana, democrática e comprometida com a educação pública, os
direitos dos educadores e educandos e a qualidade da escola pública.
Comando de Greve do 14º Núcleo do
CPERS/Sindicato
DEMOCRACIA E POVO
Um povo pode ter problemas em
qualquer quadrante deste planeta. A democracia não é o regime da
infalibilidade, mas pode ser o único regime em que pode haver corrigibilidade.
DOR E RESPEITO
Não creio que o sofrimento seja
algo tão distinto entre um gênero e outro. E a qualidade dele não muda com a
quantidade. A dor deve ser tão transitiva quanto o amor. E o corpo deve sentir
tanta dor quanto a alma o que talvez explique porque uma violência física tenha
tanta força quanto uma violência simbólica. Ainda que a dor de cada um seja
incomparável com a do outro. Mas ter empatia envolve a capacidade de imaginar a
dor do outro a partir de sus própria dor e de seu próprio limite de dor
experimentado. Então, ter respeito envolve não tentar medir ou mensurar a dor
do outro e se recusar a comparar com qualquer outro episódio seja por
semelhança, vantagem qualquer ou desvantagem. Respeito é se recusar a
classificar ou desclassificar o outro em seu sofrimento e dor. Em toda
diferença a indiferença é um desrespeito, mas não nos dá medida, mas sim o
limite de toda comparação....temo pelos insensíveis pois seus juízos vão sempre
fracassar....
"SOMOS UM BANDO DE MUITOS LOUCOS" (revised and completed)
Pois eu me lembrei nesta semana esta passagem da letra do Bebeto Alves por diversas razões. Uma delas era ao me dar conta o que, afinal, diabos nós estávamos fazendo a mais de 20 quilômetros das nossas escolas, eu e mais 13 professores estaduais em greve em um município conversando com mais sete alunos e oito professores que ainda não tinham aderido ao movimento e me veio o insight: nós devemos ser loucos.
E lembrei também da loucura que representa entrar em escolas onde ninguém quer saber nada de você nem do que você ou quem está com você diz sobre a greve e você está ali tentando argumentar, dialogar, trocar experiência e gerar alguma empatia ou identidade sobre a luta, ganhar alguma solidariedade, generosidade, compreensão ou adesão por algum tempo.
Lembrei meu pai - Tu estais malhando em ferro frio, dizia - me olhando em meio a um debate
sobre política com pessoas que simplesmente não querem entender o que você diz, não aceitam tuas consequências, não aceitam tua arguição e de quem está contigo por mais que você se esforce, por mais que tua argumentação seja perfeita, por mais que eles aceitem tuas premissas, não querem aceitar a necessidade de lutar. Se sustentam na vontade, num temor recôndito ou no conforto da forma como estão habituados a ir levando a vida.
Mas eu lembrei também de SOMOS UM BANDO DE MUITOS LOUCOS, quando me perguntaram: se os professores que lutam pelos direitos de toda a sua categoria são loucos ou se são loucos aqueles que vivem anestesiados no sistema de submissão?
Ou seja, aqueles que vivem sofrendo e aguardando alguma melhoria sem lutar por ela ou desejando apenas um bafo da sorte, ou um privilégio ou regalia no jogo de atenção e obediência do sistema de exploração e massacre em que os educadores estão inseridos...loucos somos nós sim que lutamos por vocês que se calam e resmungam pelos cantos da escola e recantos desta vida. Precisamos dos loucos ou os loucos precisam de nós.
E ontem ao ler uma matéria sobre greve e ocupação ao ver que alguém completamente importante, relevante e sensata no curso desta história dizia que esperava a volta à normalidade nas escolas e daí resolvi escrever isto aqui.
Assim, quando a normalidade voltar não estranhe se ela te levar à loucura.
DESOBEDEÇA! Vale aqui Thoreau tb.
sexta-feira, 27 de maio de 2016
CORAGEM CONTRA A CONTRADIÇÃO NO BRASIL
Testemunhando e vivendo coisas
absolutamente contraditórias. Mas vamos encarar esta contradição e tentar fazer
um esforço pela boa síntese. De um lado, um governo de cínicos e covardes vai
massacrando os professores estaduais com anuência de partidos e pessoas e de
alguns professores e professoras que simplesmente furam a greve mais justa da
nossa categoria dizendo ou que a greve é banal, ou que tem outro lado, ou que é
cada um por si, ou que não gostam deste ou daquele ou que tem medo ou temem os
prejuízos que causarão aos alunos. Deste mesmo lado, vendo este vergonhoso
governo de golpistas que não durou dez dias e já mostra sua face de quadrilha
organizada para proteger notórios e corruptos temporais e pós graduados. O
episódio do fim do Minc e sua ressurreição desconfigurada, a visitinha
insidiosa e cara de pau do Alexandre Frota ao MEC, a entrega do pré sal, a
queda do Romero Juca, as gravações do famoso Sérgio Machado com Sarney, Renan e
o que mais vier, tudo para mostrar o quão sujo, mau caráter, desonesto e
pilantra é o governo Temer, configurado numa traição ao nosso país. Um governo usurpador
formado por traidores do nosso país e do nosso povo que deveria ser derrubado e
seus engenheiros, advogados e doutores postos na cadeia, ou no exílio ou no
ostracismo por décadas. Tudo que tem de pior na política brasileira se juntou
na única mão cheia. E, por fim, este terrível estupro coletivo de uma menina de
16 anos por 33 homens que mostra quão perversa está nossa sociedade. Coisas que
nos deixam assombrados. Um governo estadual covarde, um governo federal
usurpador e homens sem escrúpulos fazendo e acontecendo sem o menor
constrangimento. É um filme de horror. Porém, de outro lado é na contra mão de
tudo isto vejo também meus colegas em greve comigo, nossos alunos aqui e no
resto do país ocupando escolas e tentando fazer isso da forma mais correta,
organizada e dialogada. Vejo milhares e milhões de jovens e cidadãos saindo às
ruas para protestar contra o machismo, a homofobia, a violência policial, por
mais democracia, contra o golpe, contra todos os corruptos e em favor de
educação e liberdade para o povo brasileiro. Não perdi as esperanças não, desta
contradição vai sair o novo e eu quero sim com meus e minhas colegas, alunos e
alunas, amigos e amigas e cidadãos fazer parte disto. Vamos a luta! Organizar,
resistir e avançar contra o golpe, contra a covardia e contra o machismo que o
acompanha.
REAJAM COLEGAS E ENTREM EM GREVE
Eu vou dizer algo. Se não
fizermos uma luta séria em defesa da nossa categoria, vão faltar professores em
todas as escolas. Elas serão privatizadas. E nem diretores elegeremos mais. O
sindicato será desmantelado e não vamos ter mais ninguém para reclamar. Então,
isto que eu digo aqui serve como um grande elogio a todos que estão superando
diferenças, entrando em greve, apoiando as ocupações dos alunos, visitando
escolas e reagindo coletivamente contra esta grande covardia que estamos
sofrendo. Só a retirada do difícil acesso já importará em grandes perdas para
muitos trabalhadores, seus familiares e dependentes, então, imaginem demissões,
fim do plano de carreira e perseguições políticas, ameaças e assédios morais
contínuos por diretores eleitos convertidos em mandaletes de um governo
perverso. Reajam colegas, está luta é séria e onde for possível ou uma questão
de honra entrem em greve. Parem de esperar o colega do lado ter coragem. Tenham
coragem e reajam. Só se arrependerão aqueles que não fizerem nada e continuarem
submissos a esta grande covardia que sofremos. Um abraço e boa luta!
Para professores estaduais no RS
que ainda não entraram em greve!
EXISTENCIALISMO, FEMINISMO E SISTEMA
Em uma anotação de quatro anos
atrás. -
" Jean Paul Sartre invadiu
minha sala de aula hoje...e me perguntou ao pé do ouvido se eu tava de
brincadeira com este negócio de aceitar o sistema....e eu disse que não...que
nós podíamos juntos questioná-lo, que nós podíamos exercer plenamente e
refletidamente nossa liberdade de pensamento sem temer..sendo corajosamente o
que somos e fazendo nossas próprias escolhas sem tutela de ninguém mais neste
mundo...que podíamos provocar os jovens a pensarem por si mesmos sobre qual
papel mesmo eles terão neste sistema produtivo...um intelectual engajado ou o
filhinho da mamãe submisso e que esta preso ao play que o sistema quer que ele
jogue o resto de sua vida...e dai Simone me aparece e me pergunta se as meninas
não tem mais nada para fazer?...tem muito mais coisas para fazer do que serem
as reprodutoras e aquelas criaturas relegadas ao segundo sexo...."
LIÇÕES DE HANNAH ARENDT SOBRE O EDUCADOR
"O educador está aqui em
relação ao jovem como representante de um mundo pelo qual deve assumir responsabilidade,
embora não o tenha feito e ainda que secreta ou abertamente possa querer que
ele fosse diferente do que é.
Essa responsabilidade não é
imposta arbitrariamente aos educadores; ela está implícita no fato de que os
jovens são introduzidos por adultos em um mundo em contínua mudança. Qualquer
pessoa que se recuse a assumir a responsabilidade coletiva pelo mundo não
deveria ter crianças, e é preciso proibi-la de tomar parte em sua
educação."
Passagem citada pela amiga Conceição Oliveira.
PROFESSORES EM GREVE CONTRA A COVARDIA E A HUMILHAÇÃO: ESTE MASSACRE PRECISA DE UMA RESPOSTA
O vencimento mais baixo do país e
um governo covarde que envia para as escolas um formulário de reenquadramento
do difícil acesso que tal como um instrumento de avaliação mal concebido e mal
elaborado, não tem serventia alguma para o propósito posto e que deveria ser
corrigido e bem redigido, a não ser a de submeter professores e professoras à
vergonhosa tarefa de produzir um lauda triste de sua história que levará a
agravar mais ainda as condições de subsistência de todos os meus colegas que
possuem este adicional em seus vencimentos. E uma humilhação grave e uma
sujeição vergonhosa a que diretores e diretoras e suas equipes diretivas e de
educadores e servidores são submetidos: ter que produzir um laudo que impõe
mais sacrifícios aos seus colegas. Um governo terrível, nefasto e covarde que
consegue ter a insensibilidade de impor aos trabalhadores que já sofrem um
massacre que puxem a cordinha da guilhotina que lhes ceifará as cabeças. Muito
desrespeito, muito desprezo pela vida dos trabalhadores e um momento doloroso
da vida de muitos educadores que já perdem a cabeça e a tranquilidade todos os
meses, e que perdem também a confiança para trabalhar com salários atrasados,
13° não recebido, inflação corroendo seus ganhos, e, além disso, sendo
vilipendiados de um ganho sem que seja posto no horizonte o cumprimento da lei
do piso salarial nacional que foi considerada constitucional e deve ser
cumprida desde abril de 2011. MP, justiça e tribunais de contas, STF, STJ onde
estão vocês? Porque procrastinar na imposição da lei do piso que precariza a
vida de milhares de educadores ao governo estadual? Fico muito revoltado
pessoalmente e junto com meus colegas com esta situação insustentável. E
gostaria mesmo que todos os educadores se dessem conta de quão grave em nossa
vida é tudo isto é que reagissem, aumentem a adesão de nossa greve até que
fique claro e insuportável para a toda sociedade, para todo o estado, o
massacre que vivemos e que se passe a nós respeitar, garantir nossa
subsistência, alimentos e condições de vida e de trabalho. Pois este massacre
não pode prosseguir. Precisamos barrar. Ter o menor vencimento básico do país é
muito grave, mas é ainda pior quando se sabe que um adicional será cortado dos
nossos contracheques por pura covardia de um governo, com franca humilhação das
direções de escolas e em alguns casos com a falta de reação de uma parte da
categoria que possui inteligência e força suficiente para barrar isto se
estiver mais unidade e determinada, ainda mais com a ajuda dos estudantes e de
toda sociedade que quiser vir junto com a gente na defesa da educação, do
educadores e dos estudantes, nossos filhos, nossos irmãos, nossos concidadãos.
Tenho certeza que a covardia não é o partido do Rio Grande!
domingo, 22 de maio de 2016
O CONTRA GOLPE TAMBÉM É CONTRA O MACHISMO
Mandem brasa meninas. Estamos num
dos momentos mais importantes da história da educação e deste país. Não poupem
nenhum recurso. Ataquem, contra ataquem e avancem. O nosso contra golpe será do
tamanho da nossa reação e com a qualidade da nossa reação.
DAS OCUPAÇÕES DE ESCOLAS NO RS
Já tinha percebido isto nas primeiras ocupações
pelo Brasil no ano passado. Trata-se de uma nova forma de defender a coisa
pública, o espaço público e a política pública. E na educação gera um
constrangimento interessante que vai dividir a nossa categoria entre quem
entende e está apto a dialogar com os jovens, educá-los e estar com eles e
simplesmente quem já era, porque não entendeu que esta defesa da educação é
séria e não é de brincadeira e nem uma aventura. Se o professor não topa
defender a educação por conta de seus interesses o aluno vai lá e faz. O que os
professores que não fazem greve deveriam entender que ao não fazer a luta em
defesa da educação os alunos tomam a frente e o fazem. E aqui na nossa região
do VS por enquanto está moderado até, mas pode aumentar e muito, de tal modo
que esta divisão primeiramente aludida possa se acirrar. A parte boa é que com
uma greve de estudantes ou com ocupações de alunos o governo sequer pode pensar
em punir os educadores, perseguir os educadores ou criminalizar eles. Na
insurreição popular contra o desgoverno, a autoridade máxima é o povo e o povo
aí são os jovens. Só para refletir....um pouco...
PROFESSORES MASSA DE MANOBRA & ALUNOS MANIPULADOS?
Professores massa de manobra & jovens manipulados?
Milhares de jovens organizados no
RS e no Brasil para lutar contra governos e golpes contra educação e
democracia, contra machismo e toda forma de opressão, contra descasos e
autoritarismo também de professores e direções de escolas, estão sendo
manipulados? Quem sabe você vai visitar estes jovens e apresentar tua avaliação
do movimento para a gente ver se você tem tanta razão assim. Eu estou em greve
e chama muita atenção o contrário disto, que conversando com os professores e
os jovens e os únicos que eu encontro manipulados são aqueles que avaliam o
movimento sentados em sofás, dando aula normalmente ou do lado de fora do
movimento. Manipulados porque aceitam o bloqueio da imprensa e o papo furado
que rola por aí, aceitam as péssimas condições de trabalho, de remuneração e
aceitam toda forma de desrespeito e violência sem contestar e sem querer
confrontar e que quando são confrontados com esta realidade dura e terrivel
preferem culpar aos outros do que reagir a ela ou enfrentar ela. Para avaliar
se algum movimento é isso ou aquilo, para avaliar uma greve, para avaliar uma
ocupação, para avaliar a juventude ou os professores é bom estar junto. Por
defeito na luta de milhares ou milhões sem fazer nada, não mostra nenhuma
orientação para se lutar melhor.
ABAIXO MINHAS ANOTAÇÕES DA
ASSEMBLEIA DE ESTUDANTES QUE TIVE A HONRA DE PARTICIPAR
Foi uma grande plenária de
estudantes de ocupações do vale dos sinos no Pedrinho. Convocada de um dia para
o outro. Ficou lotada de alunos e alunas de escolas de Sapucaia, São Leopoldo,
Novo Hamburgo, Portão, Campo Bom, Sapiranga e muitos professores. Foram
levantando situações e esclarecendo formas de organização, dificuldades e
soluções, propostas de luta e de ação e também estabelecendo relações regionais
na luta. Surgiram debates sobre o bloqueio da imprensa ao movimento. Chama
atenção no debate a questão patrimonial, o tema da confiança entre professores
e alunos, o diálogo e a abordagem tranqüila ou forçada das ocupações. A greve é
insuficiente para a luta e é preciso entender que a ocupação não é ato
amigável, salvo quando há acordo. Mas as ocupações fortalecem muito os
professores em sua luta porque os jovens na escola são o povo determinando a
luta em defesa da educação. As ocupações não são um ato de polícia, mas sim de
educação. Aqueles que querem melhorias, mas não querem lutar, precisam
colaborar, então, temos que aceitar a nossa luta que combina greve com
ocupações. Foi uma reunião excelente. É impressionante a maturidade dos alunos
e ALUNAS. E também dos professores e professoras. E aqui vale a característica
que já tinha identificado no movimento estudantil no ano passado: a liderança é
majoritariamente feminina. E é incrível o quanto esta luta é anti autoritária,
anti machista, contra opressão e contra uma concepção de educação não
democrática, impositiva e violenta. O sistema está sendo posto em cheque no
coração de sua reprodução como diria Pierre Bourdieu e Leon Trotski ficaria
surpreendido com este novo tipo de organização da classe trabalhadora e do
povo, representados pelos professores e alunos que na base das instituições
estatais promover um novo discurso, novos conceitos e novos métodos contra
hegemônicos ( para não deixar Gramsci fora aqui nesta bendita hora ). E tudo
isto em defesa da educação pública! Vou concluir com uma nota interessante:
haviam na reunião pelo menos quatro acadêmicos de história de quatro diferentes
instituições que testemunhavam a construção histórica deste processo de
vanguarda e de lideranças de diversas organizações, todas com o mesmo propósito
e compartilhando em situações diferentes de suas experiências.
SOBRE O ACERVO DE LUIS BRASIL E A CULTURA: PARA LUANA GONZALEZ
As obras do Luis Brasil estão
ainda dispersas. Muitos amigos e amigas, agentes culturais, entidades sociais,
sindicatos, partidos políticos de esquerda, bares e restaurantes possuem obras
dele. De vez em quando eu tiro fotos destas obras e creio que não será difícil fazer
um bom catálogo delas com um projeto bem organizado e publicar com boas reproduções
e em tamanhos originais ou adaptados. Eu creio mesmo que a obra dele tem valor
estético, cultural e simbólico. O que requer toda uma argumentação para a qual
não tenho muito tempo hoje. A negação disto não se constitui por si só em
refutação.
Em 2012, com o projeto da administração
municipal e de diversos agentes culturais
e conselhos municipais de cultura, de patrimônio histórico, tentou se
transformar a antiga prefeitura em Casa de Cultura Luis Brasil e, então, se
iniciou uma singela, mas objetiva coleta de acervo e doações. Este acervo
estava sob a guarda da Secretaria Municipal da Cultura até 31 de dezembro de
2012. O projeto da Casa de Cultura Luis Brasil foi abortado pela então nova
administração já na transição. A história há de contar que tentamos todas as tratativas
possíveis de negociação sobre isto com a intervenção do então presidente da Câmara
Henrique Prieto e do vice-prefeito que assumiria Daniel Schaefer e do futuro
secretario da Cultura Alessandro (Polaco), mas não conseguimos sensibilizar
eles e nem a futura administração que vetou a implementação e continuidade do
projeto. Na minha opinião, o projeto foi vetado mais por estreiteza política e
cultural e incapacidade e incompetência do que propriamente por ser inviável
financeiramente. A secretaria da cultura
sofreu durante toda a gestão 2013-2016 e esteve ameaçada de extinção no ano
passado, mas eu creio que com a próxima eleição já em outubro tal projeto pode
ser retomado.
Se você chegar em São Leopoldo no
Centro Cultural José Pedro Boéssio creio que podem te dar mais informações
sobre o acervo e etc, pois lá se encontra sediado o que sobrevive da secretaria municipal da cultura que escapou de
extinção por força de um movimento de agentes culturais no ano passado. A
cultura em São Leopoldo tem sofrido a mesma depreciação que tem sofrido no
governo interino, golpista e usurpador do Brasil: ameaça de extinção. Mas nossa
luta em defesa dela e da obra dos artistas e do trabalho de todos vai
continuar. E a obra de Luis Brasil, o projeto da Casa de Cultura serão símbolos
desta defesa logo ali adiante.
quarta-feira, 11 de maio de 2016
DEMOCRACIA PELA INCLUSÃO
Em todas as discussões, debates e
diálogos sobre política, projetos de educação, projetos de vida, movimentos
sociais, movimentos sindicais, movimentos de juventude, partidos políticos,
este tema aparece como uma espécie de divisor de mundos, concepções, métodos e
estratégias ou táticas. E este, assim, me parece ser o fulcro de todos os
debates que temos feito neste longo período de agitação na sociedade brasileira
em que os golpistas, o golpismo e as agendas golpistas tem provocado na
esquerda e na sociedade brasileira uma tomada de posição, já que o muro do qual
Sartre falava veio a baixo e não há mais como se omitir ou tecer arrazoados
para não se posicionar. Não digo que é fácil fazer uma interpretação, mas não é
tão difícil a luz destas antinomias da inclusão e da exclusão.
EDUCAÇÃO E POLÍTICA: MINHA ENTREVISTA COMPLETA PARA A REVISTA DA ADUNISINOS
Nome completo: Daniel Adams
Boeira
Idade: 51 anos
Formação: Licenciatura Plena e
Bacharelado em Filosofia pela UFRGS (1989-1993)
Professor estadual concursado em
Filosofia e História
Leciono na Escola Estadual de
Ensino Médio Olindo Flores da Silva
Enquanto professor de escola
pública, como você percebe o papel do professor na formação do pensamento
político dos alunos?
Na condição de professor da área
de ciências humanas, vejo como fundamental que os educadores de minha área
coordenem e estimulem debates políticos, em colaboração e diálogo com os demais
educadores, e tratem de forma bem franca, científica e democrática o tema da
política e da realidade política nacional em todos os seus aspectos, pois podem
promover o amadurecimento, engajamento ou não e também fornecer elementos para
os jovens ou adultos, alunos e alunas avaliarem e interpretarem ao seu modo e
com liberdade as questões políticas com seriedade, responsabilidade e clareza.
Tratar temas da política e do pensamento político em sala de aula com clareza,
baseado nos livros didáticos e fazendo referência às concepções em disputa, às
informações disponíveis e acessíveis e as demais e às diversas posições em
debate me parece ser o papel dos professores na formação do pensamento político
autônomo dos alunos.
Qual a importância que você
atribui as discussões sobre política em sala de aula, suas atividades em sala
permitem essa interação?
Elevada importância. Os conteúdos
e objetivos curriculares das disciplinas da nossa área (história, geografia,
filosofia, sociologia e ensino religioso), incluem em todos os casos relações
com acontecimentos do tempo atual, da vida cotidiana dos alunos e da realidade
política, econômica, cultural e religiosa que a nossa sociedade vive. Neste
sentido, em situações de agitação política, movimento político e ou processos
políticos nossas aulas adquirem papel importante em abrir o debate, orientar
para as pesquisas de fontes de conhecimento e informações e em procurar quando
não é possível consenso promover alguma forma de dissenso respeitoso e
racional, argumentado e civilizado.
Você representa Cpers/Ceprol?
Como avalia a importância da articulação do movimento pró-democracia nas demais
entidades civis?
Sou associado ao Cpers e na
última reunião do conselho regional de representantes formamos o Comitê do 14º
Núcleo do Cpers em Defesa da Democracia, neste compomos o comitê e fui
autorizado a representar o nosso núcleo no comitê municipal de São Leopoldo –
no qual havia me engajado primeiramente como cidadão e militante social - e se
necessário regional para tratar deste tema. Trataremos de fortalecer mais ainda
esta representação e a atuação do comitê na próxima assembléia regional e vamos
estimular a formação de comitês em todas as cidades de abrangência do núcleo e
se possível em muitas escolas. Indicamos também nossa representante no comitê
de Novo Hamburgo. Vejo como muito importante porque percebo também que este
momento de crise da democracia brasileira, de confronto político e também de
acirramento de rivalidades pode ser superado por mais organização na sociedade,
pela construção de mais diálogo e de propostas para a superação da crise e por
mais debates na sociedade de tal modo a se encarar os problemas e buscar soluções
coletivas e democráticas para eles, com respeito às diferenças e um tratamento
orientado por princípios de justiça, respeito à lei e defesa das prerrogativas
constitucionais dos cidadãos e de seus direitos. Vejo como importante também
porque será possível se conformar um novo pacto nacional a partir de uma grande
rede de comitês, bons debates e da construção de uma agenda para a superação da
crise política e econômica. Portanto, identifico que todas as entidades civis
que estimularem estes debates e a formulação de posições bem como tomada de
posição em defesa da democracia vão contribuir para a superação dos atuais
impasses e da atual crise institucional.
CUNHA O FACÍNORA FRENTE AO SUPREMO LENIENTE E TEMERÁRIO
Creio que sim Renato Janine
Ribeiro, Lênio Streck é ainda um bom candidato e o supremo cometeu talvez o seu
maior erro histórico. Me parece - não sou jurista e apenas ensaio um raciocínio
aqui - que deixar o rematado bandido cometer bandidagem da grossa com a soberba
e o escancaramento que cometeu é imperdoável. E os danos são gravíssimos. Mas
isso só terá correção com a refutação jurídica do Impeachment pelas razões
apresentadas que colidem com a nossa carta constitucional. A impressão que
tenho é que houve vacilação por temor ao confronto entre os três poderes e que
eles deixaram o facínora cometer seu dano para poder impugná-lo pos facto.
ESTRATÉGIA DE FRENTE: COMENTÁRIO SOBRE A SUPERAÇÃO DO PT E DA ESQUERDA BRASILEIRA
A esquerda precisa se superar e
crescer e o PT precisa se superar também. O único caminho para isto é unidade
quanto a reforma política e umidade estratégica programática ampliando a
interlocução e construindo uma síntese positiva que supere tanto o pragmatismo
quanto o sectarismo. A democracia não dará bons frutos no regime do vale tudo.
E para superar as coalizões só elegendo maioria no congresso e construindo
hegemonia na sociedade. O PT não pode ser culpado de tudo considerando que mal
ultrapassa os 10% de representação congressual. Na maior parte dos outros
países o partido do presidente constrói maioria ou chega bem perto de uma
maioria com alianças com aproximadamente de três a quatro partidos. Quem vende
solução mágica para isto n purismo retórico, sequer consegue dirigir um
sindicato em minoria. Então é bom para com esta retórica enganadora. O que não
significa que não se deve investir mais em nitidez ideológica mesmo. Mas com a
atual legislação não rola e para mudar ela é preciso muita unidade na esquerda
para constituir uma polarização eleitoral no debate nacional e superar a
fragmentação e a formação de minipólios.
INTERESSE PELA POLÍTICA
"Não dizemos que um homem
que não revela interesse pela política é um homem que não interfere na vida dos
outros; dizemos que não interfere na vida."
(Oração fúnebre de Péricles, in
Tucídides, História da Guerra do Peloponeso)
MICHEL TEMER COMO SOLUÇÃO?
Tá de brincadeira comigo quem
acredita que isso é a solução para os problemas do Brasil e que vamos ter
alguma melhora com os chefes de quadrilhas governando este país.
AS CRISES E AS PESSOAS
As crises existem para muitas
coisas, desde ajustar projetos e planos e até para se criar saídas novas e
soluções novas para velhos problemas. Podemos mudar conceitos, métodos e até
mesmo teorias e paradigmas novos podem surgir. Mas ao ver o processo que
assisto hoje - tanto em mim como em outros - observo que a crise também serve
para mostrar quem as pessoas são, quem elas foram um dia e dar uma pequena
luzinha sobre o que elas serão no futuro. E esta é para mim uma espécie de
perspectiva de grande plano, pois nada mais será igual como já foi um dia,
podem melhorar, podem ficar iguais, podem piorar, mas vão mudar e mesmo que
você não perceba, mudam nem que seja por dentro e ocultando ou tentando ocultar
os traços do seu novo ser.
CHEGA DE SACRIFÍCIOS NA EDUCAÇÃO!
Não me sinto um corpo estendido
no chão, mas sinto que se depender do desprezo pela educação e pelos educadores
de alguns ignorantes - o que infelizmente inclui alguns colegas meus - e certos
canalhas serei um dia apenas isto...um corpo estendido no chão, e nem serei
mais visto como um professor nesta situação. Aqui entre nós, sinto que há
inclusive hoje a disposição de alguns em me considerar um bandido ou um
marginal porque ouso militar por alguma causa, protestar ou me manifestar
politicamente contra uma lógica de manada na qual nossa sociedade sucumbiu.
Não me sinto um herói também, mas
sei que pela expectativa de milhares de alunos e alunas, amigos e amigas, e
alguns colegas, nos olham como heróis, heróis potenciais, criaturas prontas
para todos os sacrifícios pela educação e pelas nossas causas. Não me vejo
assim. Não me vejo como um herói, nem como um kamikaze e muito menos como um
lutador suicida que enfrenta um adversário com mais forças do que possui e se
coloca em holocausto perante o inimigo. Me vejo apenas como um professor que
precisa lidar com estas dimensões negativas e positivas da luta pela educação.
O atual Governo do Estado tenta
sim nos derrubar, nos faz tanto mal e consegue também nos humilhar e nos
submeter a sua agenda e isto é um problema que parece bloquear a reação de
muitos educadores, mas eu sei que podemos reagir.
Em São Leopoldo, o atual governo
de minha cidade também faz a mesma coisa. No ano passado tentou humilhar,
violentar e agrediu moralmente muitas educadoras e educadores. Meus colegas
reagiram e fizeram a maior greve da história do magistério municipal. E nem
nisso vimos neles algo herói, não foram ao chão, pois todos se sentiam apenas
como educadores que escolheram um lado na história e optaram por lutar em
defesa de sua dignidade reivindicando respeito e o pagamento de um reajuste que
lhes era devido tendo em vista a existência de recursos nos cofres públicos
para tal. Vejam os vereadores municipais provaram depois em CPI que haviam
recursos e que a greve foi provocada apenas pela intransigência e
irresponsabilidade, inépcia e incompetência da gestão municipal que tinha as
famosas "outras prioridades" para 2015.
E hoje é o dia que se consolida
este poder perverso e covarde contra nós educadores e cidadãos, quando o
golpista do Michel Temer vai ganhar no Senado um mandato de forma espúria e
safada, de forma indireta vai ascender a presidência da república, através de
um processo que frauda nossa constituição e que comete uma iniquidade absurda
resultado de uma conspiração que envolveu interesses de poderosos empresários,
corporações, políticos e partidos que representam interesses de estamentos
tradicionais e conservadores, com um bom empurrâozinho da mídia e com a
conivência e omissão do STF.
Este golpe tem uma agenda que
tenho chamado de agenda golpista e que irá agravar em muito minha situação de
trabalho e a situação da educação brasileira. Verei em poucos meses conquistas
pelas quais lutei por mais de trinta anos serem dissolvidas, verei em poucos
meses direitos de trabalhadores e cidadãos serem minimizados e diminuídos,
inclusive direitos de alguns que apoiam o golpe, mas eu lutei com alguns
colegas e conclamo a todos que se engajem nesta luta e nesta jornada que se
inicia hoje.
E é preciso reagir sim, porque
senão acabaremos todos como este corpo estendido no chão, sob uma ótima
consideração de alguns, mas porém derrubado e atropelado pela covardia e falta
de caráter de muitos, derrubados pela canalhice e a ignorância que andam de
mãos dadas a serviço daqueles que querem o poder apenas para preservar seu
status, ampliar seu status e manter o povo brasileiro bem submisso e bem
explorado.
Não quero mesmo ser um herói,
quero apenas ser um professor e dar minhas aulas em paz, tocar minha vida, cuidar
dos meus filhos, ler meus livros, amar e fazer música...mas não tem sido
possível e eu agradeço aos envolvidos nisto, pois não serei eu que irei contar
esta história no futuro, aqui sou apenas um professor e militante social. A
nossa luta vai continuar, vamos perder alguma coisa sim, mas vamos nos
organizar, debater, lutar pela democracia e a educação para construir a
superação disto e colocar no chão não pessoas, mas as velhas ideias que
orientam este golpe, a agenda golpista e as personagens golpistas que hoje
triunfam com arrogância e soberba sobre o que é certo, o que é justo e o que é
correto, na maior desfaçatez.
Não devemos morrer no altar da
pátria a serviço daqueles que não lutam, mas devemos sim defender a nossa
pátria contra aqueles que a aviltam e a vilipendiam e quanto mais colegas,
jovens e cidadãos entenderem isto, menos sacrifícios sofreremos.
(Obs.: A imagem abaixo é uma
releitura de obra de Hélio Oiticica: Seja Marginal, Seja Herói, baseada em uma
foto do corpo de um velho bandido chamado cabeça de cavalo que foi encurralado
e executado em um tiroteio com a polícia em 1968. "Hélio Oiticica
frequentava a Mangueira e conhecia o mundo da marginalidade. Dentro de uma
lógica de transgressão de valores burgueses, tinha certo fascínio pelos tipos
marginais e malandros. Cara de Cavalo, acusado de matar um policial, foi uma
das primeiras vítimas do esquadrão da morte carioca, em outubro de 1964. Esta
obra é marcante no movimento chamado de marginália ou cultura marginal, que
passou a fazer parte do debate cultural brasileiro, a partir do final de 1968,
durando até meados da década de setenta. O artista foi acusado de fazer
apologia ao crime. A marginalidade é considerada uma forma de transgressão dos
valores conservadores e burgueses, identificados com o regime militar, aliado à
idealização do mundo do crime, como mundo produzido pelas contradições da
sociedade." op. cit. in http://memoriasdaditadura.org.br/)
PEDÁGIOS E PRIVATIZAÇÃO DE NOVO? PMDB ATACA O RS OUTRA VEZ
Sartori é a raposa que vocês do PMDB, PSDB, PP,
DEM PSD e outros botaram no governo para privatizar e fazer negócios. E nós que
somos professores e trabalhadores que lutam é que somos os bandidos? Parabéns,
meu partido é vender o Rio Grande começando com pedágios até 2046 votados na
assembléia ontem, basicamente porque os gestores de vocês só tem competência
para entregar os serviços públicos para os amigos da iniciativa privada. Sim,
os mesmos que financiam as campanhas polpudas de vocês que permitem que sejam
eleitas pessoas que sequer falam com os cidadãos, isso quando não se escoram em
monopólios de comunicação. Por fim, terrorismo é o que os fascistas como vocês
ficam fazendo o tempo todo com os trabalhadores, ameaçando com demissões,
atrasando salários e atacando direitos. E ainda acham que vão nos golpear,
tirar nossas direitos e não ter resposta??? Bem capaz....
EDUCAÇÃO DO RS ABANDONADA
O PDT corre para não pagar a
conta com o PMDB. Dizem que o Vieira da Cunha pediu exoneração e o Sartori não
aceitou. Decidiu, então, tirar férias, viaja hoje e só retorna em junho. Pode
ser o medo da nossa greve e do que ela representa no quadro atual? Fonte:
Correio do Povo, ( NOTA DE 18h45min DE 10/05/2016). Eu creio que ele também entendeu que a situação é
insustentável e que o bicho vai pegar com o que parar pela nossa frente. Então,
corre antes que tenha que sofrer o que vamos fazer no RS.
TEMER GOLPISTA
Se o Brasil tivesse um sistema político e legal estável e
sério, Michel Temer seria preso por traição da pátria, conspiração contra a
estabilidade econômica e por ter sido corrompido por interesses lesivos à nossa
democracia. Lesa pátria...e golpista...
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