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sábado, 22 de agosto de 2015

PEQUENAS NOTINHAS PERSONALISTAS DA SEMANA



Segunda-feira tive aulas em períodos reduzidos manhã e noite, e a tarde uma função pessoal;

Terça-feira pela manhã COMPARECI na ASSEMBLÉIA GERAL DO CPERS. Cheguei na Assembléia com uma espécie de diretriz interpretativa geral que envolve a minha percepção de qual é a maior qualidade desta parcela da categoria dos educadores estaduais que comparece nas Assembléias e que se engaja na luta sindical e que eu tenho visto e percebido desde meus primeiros tempos: a extrema sabedoria e inteligência dos educadores gaúchos que não os torna infalíveis, mas que quando é considerada e quando orienta seus juízos produz grandes resultados e avanços na educação. Então eu fiz questão de assistir na primeira fila todas as avaliações, falas e defesas para ver onde isto se apresenta. Alguns podem imaginar que só admirei falas que concordam com minha posição sobre a greve por tempo determinado mas não foi exatamente assim. Muitas falas que tratavam de defender greve por tempo indeterminado tinham bom conteúdo e elementos que, apesar de não justificarem tal encaminhamento, sustentam posições de muito rigor e clareza sobre a luta que vamos enfrentar. Mas também percebi na maior parte das falas uma espécie de sensatez e ponderação que eu creio que vão contribuir para dar um tom melhor a nossa luta e unificar mais a nossa categoria para se superar certo divisionismo recalcitrante e persistente entre nós. Tenho convicção de que estamos a enfrentar o maior ataque aos nossos direitos, aos servidores públicos e aos serviços públicos e ao patrimônio público da história. Sei que isso precisa ser traduzido para os cidadãos e fazer eles entenderem que não é só a vida dos funcionários públicos que está em jogo não, mas que também as políticas de educação, saúde e segurança e diversas outras áreas e que atendem diretamente ao povo gaúcho está em jogo nesta jornada. Em virtude destes dois elementos, então, não gostei muito do tom emocional que alguns poucos companheiros continuam usando em suas argumentações e falas, como se os educadores devessem ser seduzidos ou enfeitiçados por uma grande paixão para decidir o que devem decidir - isso não quer dizer que não me emociono quando falo nem que não me emociono quando vejo outros falarem da vida e da nossa luta - e também não gostei da agressividade excessiva de outros em relação a quem pensa diferente ou propõe algo diferente - lembro sempre de algumas decisões ruins da nossa categoria orientadas por este espírito raivoso, porque estas duas características são absolutamente equivocadas em nossas relações e em relação aos demais trabalhadores e cidadãos. Não  será nem a raiva e nem a paixão que nos fará vencer o que estamos a enfrentar hoje. Somente nossa inteligência e criatividade, generosidade e compreensão nos unirão e nos permitirão vencer. Então apreciei e muito a atitude atenta e silenciosa, reflexiva e ponderada da grande maioria dos educadores que - mesmo com posições diferentes - sabem que a jornada que se abre nesta semana talvez seja a maior luta de nossa história e mais dura batalha dos educadores gaúchos. E eu vi nos olhos de meus colegas e muitos com quem caminho desde antes mesmo de ser professor, uma atenção extrema e muito cuidadosa com certos detalhes e  votei e caminhei até o centro da cidade, encontrando muitos colegas e muitas pessoas da nossa luta e jornada que se inicia  Todo mundo sabe que a caminhada dura três anos e que o principal desafio envolve de um lado brecar e impedir que se executem as maldades contra nossos direitos e dos cidadãos e, ao mesmo tempo, exigir o cumprimento da lei e amparar nossas ações na mais rigorosa e límpida unidade de propósitos, apesar das diferenças que nos precedem nesta luta, das diversas vozes que habitam e que se reproduzem na nossa categoria - inclusive as apaixonadas e raivosas. Sei que temos a responsabilidade de cuidar de cada um e de cada uma nesta luta e amparar uns aos outros nessa jornada.


Na terça de tarde assisti o maior ato sindical e político de que tenho lembrança desde a campanha das diretas já. Digo isto não pelo número de participantes, mas sim pelos diversos ramos de servidores representados e identificados em seus 43 sindicatos e cujas lideranças - apesar também de diferenças e dificuldades - conseguiram fechar e construir uma grande frente para encarar as ações e maldades do governo Sartori. Após a Assembléia Unificada todos seguiram em caminhada até o Palácio Piratini e houve um episódio que marca o quão impopulares são as medidas de governo Sartori e quão impopulares e quão forte poderá ser a resistência dos trabalhadores unificados ao seu governo e aos seus deputados. Ninguém  comentou este episódio em detalhes ainda porque deve calar fundo de um lado na Assembléia Legislativa sua semelhança e extraordinária superioridade em relação a última vez que tal coisa ocorreu. Mas houve sim certa invasão ou comparecimento massivo de muitos nas galerias e que os servidores públicos que ingressaram para dar uma pressão no Plenário da Assembléia Legislativa o fizeram de forma impressionante e assustadora para os Deputados e para o Governo que achava que iria votar seu Pacote de Maldades impunemente e sem nenhuma pressão contrária. Em 1997 o Governo Antonio Britto sofreu resistência de trabalhadores e servidores públicos  também quando enviou seu pacote de privatizações para a Assembléia e na Sessão de Votação um incidente ficou marcado na lembrança. Eu creio que desta vez – devido a envergadura maior do ataque aos serviços, servidores, patrimônio e direitos dos trabalhadores e cidadãos, Sartori irá sofrer maior oposição ainda e a grande frente unificada de sindicatos tende a ser engrossada pela adesão ainda esperada de mais movimentos sociais e mais setores representativos e outras instituições da sociedade gaúcha. Com a inclusão da proposta de aumento de impostos Sartori irá agravar mais ainda as condições de vida dos servidores públicos e promover indiretamente mais recessão e redução do consumo e da circulação de moeda em nosso estado. Isso vai gerar mais desemprego e provavelmente não vai recuperar a arrecadação. Sartori tem pela frente outras escolhas que não ousa fazer desde que concedeu reajustes aos altos salários e que continua contratando novos CCs. 

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