Minimalismo, argumentação e
táticas de disputa e argumentação. E eu aqui pensando na minha percepção
fraterna do método chinês de debates. Uma espécie de tratado de cercamento e
aproximação da montanha. Reduzindo perímetros até chegar ao topo ou até reduzir
a argumentação adversaria ao mínimo relevante. Não significa uma asfixia, vai
se apenas tirando o periférico e acessório para chegar ao principal ou atacar o
nervo do argumento. E me lembrei de alguns exercícios retóricos, generalizações
e também enfeites que só servem para encobrir o que é essencial no tema. Talvez
o diversionismo ou a distração seja a tática mais antiga de criar um bom espaço
para a surpresa. Meu amigo Rogério Tosca com aquela singeleza e modéstia
característica me provou em diversos embates que não é o excesso de força, nem
a repetição que derrota o outro ou põe fim à contenda, mas sim a lenta
aproximação e cuidadosa abordagem das posições, passo á passo, linha a linha,
de perímetro maior (sobre latitude conceitual cabe aqui um ensaio) para o
perímetro menor, até que sobre apenas um ser despido de todos os seus arranjos,
ficções, fantasias, ilusões, nobres opiniões, informações. Seria isso não
apenas um método de refutação, mas uma forma de levar alguém a ter um bom
encontro com suas próprias crenças. E quando isso ocorre, ele mesmo decide
pegar ou largar sua crença como uma canoa para seguir ou para abandonar á beira
do rio que não é mais o mesmo, nem visto mais sob o mesmo aspecto. Muitas
coisas, ainda, temos que aprender com os chineses e uma delas é que as coisas
que nos movem na vida de verdade não mudaram muito nos últimos 5000 anos. Outra
hora falo sobre sabedoria chinesa com mais precisão - e aqui confrontando com a
sabedoria budista que vence ao debate pela negação sábia de certa diferença. Ou
seja, se não temos diferenças, não precisamos debater. Dai para o Nirvana é um
passo....
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