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terça-feira, 1 de abril de 2014

MEU GATO ARISTÓTELES TAMBÉM REVIVEU!!!

Sobre gatos ressuscitados tenho uma história para te contar sobre meu gato Aristóteles – aliás meu e da Rejane - que morava com a gente na Casa do Estudante da Agronomia e Veterinária da UFRGS por volta de 1995.

O meu gato arranjou uma briga dos diabos com um cachorro chamado Bob e com uma cadela chamada Calunga. Na época ambos cães eram da casa e também tinham um bom relacionamento comigo e com a Rejane e com alguns dos demais moradores da casa, mas bah acho que rolou um ciúme e tal. Bem, ao fim e ao cabo, o gato levou a pior num certo sentido - depois de arranhar  todo o Bob ele caiu desfalecido no chão - tipo desmaiado e estatelado - de tanto estresse e esforço e foi assim que eu fui chamado do quarto para lá ver ele quando cheguei lá o bichano parecia morto. Ele ali estatelado e espaiado no chão do hall de entrada da casa, os cães correram para a rua e alguém fechou o portão do hall. Bah olhei aquilo e me deu uma tristeza. Pois, afinal, era o meu gato de guarda.

Batizamos ele de Aristóteles, porque ele era um gato muito curioso, cientista e naturalista e ao mesmo tempo era bem tagarela e papeador. Divertíamos olhando ele caçar borboletas, arranhando a pitangueira em frente a janela do quarto e às vezes ele fazia longas expedições e viagens que duravam uma semana para, de repente, voltar com aquela cara de pidão ao nosso quarto aguardando carinho, colo e um bom bate papo e, é claro, comida.

Mas voltando, na hora que eu bem cheguei perto botei a mão no peito dele e senti a coisa feia ele todo babado pelo cachorro, parecia que tinham mergulhado ele numa piscina de óleo, bah o...mas eu senti o coração dele batendo e os olhos dele deram uma abridinha meio e logo fecharam numa forma desfalecida. Então, levei ele para o quarto e confiei no meu poder de cura – confesso que não rezava naquela época então carreguei o gato no colo tentando acalentar e aquecer ele em meus braços e peito.

Já fui carregando ele e pensando o que fazer com aquele monte de ossos soltos entre as mãos envolvidos pele e pelos. Bem, mas era o meu gato. E algo eu tinha que fazer. Alguma saída daquilo eu tinha que encontrar. Pois cheguei no quarto e mostrei a criatura para a Rejane e ela arregalou os olhos e ficou triste. Eu disse: podechá comigo!

Coloquei ele sobre o parquê no meio do quarto e dei uma olhada e apalpada geral nas patas e no corpo dele, para ver se ele sentia dor. Pensa que é muito triste perder um gato. Uma vez eu perdi uma gata chamada Beatriz. Eu trabalhava na Cooperativa Ecológica Coolméia e ela foi se embrenhar no meio do motor de refrigeração, mas vou terminar a história do Aristóteles.

Eu estiquei ele da cabeça ao rabo, os ossos se juntaram um pouco, massageei a espinha dorsal dele na direção do pelo - das orelhas ao rabo e peguei com uma mão as pernas traseiras e com a outra o pescoço e as pernas dianteiras, dei uma leve esticada de uns dois ou três centímetros  e PUM...o gato se reconjuntou todo. Me olhou com aquele olhar de ESPANTO E SURPRESA, me fez uma fuçada na mão de agradecido e bah, NEM EU ACREDITEI SAIU ANDANDO DE BOA E MIANDO PARA A GENTE.


O Aristóteles era PHDA! E a partir daquele dia eu entendi algo sobre esperança, fé, a força das minhas crenças e também um pouco mais sobre amor e carinho com animais.

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