Deve ser algo notável fazer parte de uma minoria e, mais ainda, se conduzir sem concessões. Enfim, quem faz a diferença é você...e alguns mais...já havia visto este filme antes em diversos momentos da minha vida de militante da juventude, do movimento estudantil secundarista e superior, da militância partidária, do movimento cultural, do movimento ecológico, da preservação do patrimônio histórico, do sindicalismo e agora na condição de professor e militante da educação..E isso acontece comigo e com muitos amigos que já abandonaram qualquer tentativa de resolver as coisas com soluções absolutas, abstrações imprecisas e pela concessão ao vale-tudo e as ambições pessoais.
Você nunca vence no curto prazo neste caso, mas no médio obtém algumas vitórias, porém, quando se coloca olhando num plano de mais de dez anos, num plano maior de tempo e de trajetória de vida, se percebe que valeu muito a pena ter posições contra a maioria omissa e bajuladora, autoritária e irresponsável...isso nos traz decepções, até te tira do sério, aborrece, mas vai selecionando com quem andar e com quem se pode contar e confiar nesta vida...não rende muito prestígio é verdade...constitui uma fama de radical ou de exagerado...mas não me deixa compactuar, me beneficiar ou contribuir para o vilipêndio e o desrespeito àqueles que trabalham seriamente, estudam seriamente e que não aceitam atalhos, arranjos e desculpas ruins para gestos piores...mas me dá um alento saber que consigo ser assim e pensar assim...
E também lembrar o que disse para uma amiga na última terça-feira que vale aqui repetir, neste contexto, contra os expertos, bajuladores e néscios em geral que são sempre marcados como traidores e que se vendem por moedas. Uma coisa a gente aprende na política: quem faz uma vez, faz duas e jamais vai se arrepender...porém se você sabe quem é assim...conquistaste uma forma de te imunizar e reduzir o impacto das traições e daqueles que aceitam qualquer soldo por qualquer causa - eram chamados de mercenários antigamente...e eu não os temo.
Quando assisti na última terça-feira o vídeo entrevista do Roda Viva com o Sr. Almino Affonso, tive a grata satisfação de confirmar uma dica de um grande professor meu a respeito do golpe militar de 1964 e de quem já havia me referenciado o Almino na época da redemocratização do Brasil - que ainda não se concluiu na minha avaliação. Além da profunda lição de educação e de civilidade, precisão e seriedade do Almino em todo o transcorrer do que muitas vezes foi um debate entre a experiência e a auto interpretação biográfica e política do Almino as versões fantasiosas dos fatos e análises idealistas dos fatos, entre um eu acho que podia, um arrivismo também insensato e uma leitura que considera a história política e todo o episódio político como produto das características de um só homem, sem analisar a dinâmica de forças em jogo e os arranjos de diversos segmentos no processo histórico.
Fiquei pensando nos momentos mais intensos do debate e gostei muito de ouvir a defesa rigorosa e clara da democracia por parte do Almino Affonso, no tema do Estado de Sítio de 1963. Me pareceu irrefutável - apesar do sustentáculo argumentativo ser eminentemente pessoal, mas que cabe verificação e apuração histórica, mas que com certeza me parece mais plausível que Almino tenha razão do que alguns historiadores e jornalistas que me causam preocupações sérias com seus métodos, precisão e rigor.
E o próprio Almino lembrou que daqueles dois ministérios do Jango - e os ex-ministros são importantes e são os únicos que podem dar ainda uma versão do interior palaciano da história que jamais deve ser desprezado - só estão vivos três homens, ele com seus 85 anos a serem completados logo mais e o também grande Waldir Pires em seus 87 anos e um outro senhor que está muito adoentado do qual não registrei o nome.
Fiquei pensando nos momentos mais intensos do debate e gostei muito de ouvir a defesa rigorosa e clara da democracia por parte do Almino Affonso, no tema do Estado de Sítio de 1963. Me pareceu irrefutável - apesar do sustentáculo argumentativo ser eminentemente pessoal, mas que cabe verificação e apuração histórica, mas que com certeza me parece mais plausível que Almino tenha razão do que alguns historiadores e jornalistas que me causam preocupações sérias com seus métodos, precisão e rigor.
E o próprio Almino lembrou que daqueles dois ministérios do Jango - e os ex-ministros são importantes e são os únicos que podem dar ainda uma versão do interior palaciano da história que jamais deve ser desprezado - só estão vivos três homens, ele com seus 85 anos a serem completados logo mais e o também grande Waldir Pires em seus 87 anos e um outro senhor que está muito adoentado do qual não registrei o nome.
Um velho amigo meu - militante político também desde a juventude - gosta de dizer que Deus e o Diabo moram no detalhe. Pois vou usar esta chave aqui: quando o diabo toma conta de todos os detalhes o que fazer?
O Golpe foi um ato de ALTA TRAIÇÃO, que envolveu muitos agentes e detalhes, motivado por um bando de INSENSATOS E IRRESPONSÁVEIS, INTERESSADOS E COVARDES, que receberam a devida paga por suas iniciativas...e ainda tem a BROTHER SAM que emulou e amalgamou com todos estes interesses...nenhuma ingenuidade justifica traições e nem pessoas sérias conseguem se imunizar de traições, mas é muito bom para a nossa democracia que temos hoje este* e outros mecanismos* através dos quais podemos manter e construir uma ação política mais séria, menos inconsequente e menos oportunista. E saber que este mecanismo há de servir também para melhorar as escolhas dos eleitores e quem sabe fazer o ano terminar bem melhor do que começou, tanto no congresso nacional, quanto na agenda política nacional.
Tem razão em parte o Daniel Aarão Reis em considerar o Golpe como Civil Militar, trazendo à tona a dimensão civil, mas o Almino - talvez por ter por hábito o uso de uma velha e bem afiada navalha em seus raciocínio - contesta: todo golpe é militar. E então temos que pensar que todo o apoio civil ao golpe - incluso dos arrependidos que só deram provas de sua tibieza - todo o apoio midiático ao golpe - e o Juremir Machado da Silva fez questão de agregar ao designador que este foi um GOLPE CIVIL-MIDIÁTICO-MILITAR, mas eu gosto de pensar que o golpe foi produto de um impulso que ainda está presente entre nós: a ideia fantasiosa e fascista e autoritária de que soluções de força, as ações com caráter absoluto podem resolver todos os problemas. E este impulso obteve os meios de suas realização - como bem aponta o Almino com todo rigor e precisão - no uso da força militar.
Toda busca de uma solução absoluta vem acompanhada de grandes e intensas declarações de princípios, mas poucos notam que a solução absoluta envolve justamente o sacrifício de princípios. Como foi o caso do GOLPE, por uma ladainha de valores morais e ideológicos sacrificou-se a lei, a democracia e todos os direitos civis, sacrificou-se a nação e as riquezas nacionais. E isso só foi possível pelo uso da força militar. Nenhum democrata de verdade pode admitir que a força militar seja usada contra a lei e muito menos admitir que o estado seja contrastado em seu monopólio da força por outra força. E assim a democracia brasileira não fechou as contas da ditadura militar, mas uma coisa me parece muito certa fica a cada dia que passa mais claro quem são os seus inimigos, quem são os golpistas e que ideias movem este impulso à insensatez e à aventura entre nós.
E é muito bom que todos os meus amigos e amigas que são sinceros em seus ideais democráticas consigam discernir o joio do trigo e fazer suas escolhas e tentarem com muito esforço e dedicação, discernimento e reflexão serem melhores sempre.
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