Leio muitas coisas aqui com muito
prazer e gosto muito de escrever como você também.
Uma vez me criticaram, bem
carinhosamente digo de passagem, porque eu escrevia tanto no facebook, que meus
períodos eram muito grandes, que eu postava textos grandes, que ninguém lia
aquilo e tal. E outra vez me disseram que não adiantava nada, que não haveria
nenhum resultado ou efeito nenhum, que eu tinha uma grande ilusão de estar
fazendo política ou produzindo cultura aqui...sim...pode ser...
Eu disse para mim mesmo: creio
que pior seria se eu não escrevesse...porque aí mesmo é que ninguém iria ler...
Então eu digo: escreve guri,
escreve o que acha correto, escreve mais porque até vai melhorando teu texto e
pensamento com o tempo...às vezes e muitas vezes isso é de qualquer forma um
gesto de resistência contra a barbárie e a imediatez sem sentido de uma vida
cotidiana superficial e pobre de espírito....
E este gesto pode ser também
contra a sua própria barbárie na medida em que podes gerar um debate – com os
interlocutores que te querem bem, e descobrir algumas coisas com eles, apesar
de pensarem diferente de ti – e que isso possa te libertar de algo entranhado
em tua cabeça pela força do hábito ou por uma assimilação da qual nem te dás
conta. Pode ser também que ao escrever e debater isso te liberte de uma zona de
conforto ideológica que aparentemente te dá todas as razões e motivações, mas
nenhuma responsabilidade sobre o que há, o que houve e o que vai haver no
mundo...
Penso, portanto, que as pessoas
devem escrever e cada vez escrever mais...e dentre todos em especial aqueles
que ainda tem uma pitada de disposição de transformar esse mundo em algo
melhor, mas sensível e humano...
Publico tudo que eu julgo
sinceramente de alguma serventia para a causa mais nobre na conjuntura da hora,
do dia, semana, mês, ano, década, centena e milênio.
Em alguns casos me puxo muito
tentando lançar setas para o futuro, mas uso sim tudo que posso...BLOG, TWITTER
e meu PERFIL aqui...e tento ir melhorando os textos que as vezes começam em um
comentário na página de um amigo ou amiga, trago para aça e melhoro e depois
até copio e colo no word para corrigir e finalmente publicar no blog.
Eu dou valor ao que penso
simplesmente. Só isso. Talvez tenha valor, talvez não, mas tento pensar da
melhor forma possível e escrever sobre isso. Entretanto, confesso que não me
levo tão a sério assim...isso é somente um hábito, uma velha ocupação que agora
é mais livre e desimpedida digamos assim.
Sobre conflitos, diferenças ou
problemas sou bem mais tranqüilo e à vontade hoje em relação a isso do que
antes. Já bloqueei pessoas que julguei levianas ou desleais, apelativas e
extremosas ou deselegantes...não me importo tanto com o que publicam no seu
timeline, salvo quando é algo que me ofende a sensibilidade ou me chateia...mas
dificilmente vou debater no mural de alguém que não tenha alguma
afinidade...não vou na timeline de ninguém SÓ PARA CONTRARIAR...mas considero
que tenho ganhado mais do que perdido, porque mesmo na diferença ou divergência
prezo por me desentender com clareza e sem ofender...e aprendo e aprendi muito
sobre isso desde o Orkut e em outros blogues..eu julgo que se vai constituindo
uma ética de redes sociais...apesar da turma do VALE TUDO ao lado ou contra
agente sistematicamente, mesmo sem refletir muito só por blague ou por hábito
de desdenhar do outro na cara dura...prefiro uma ironia mais fina do que
grosseria sem sentido, porque isso também é um gesto de delicadeza com o outro
e de respeito maior que a mera bangornada ou espinafrada...
Também acho uma rematada bobagem
a discussão sobre privacidade ou super exposição no facebook. E curiosamente
ela provém de pessoas que na prática ainda estão se adaptando a este tipo de
coisas e que expressam com um discurso teorizante ou moralizante da privacidade
alheia somente as suas inseguranças.
Não há nada que eu coloque aqui
que não pudesse ser colocado por qualquer outra pessoa deste mundo. E nem julgo
tão original assim, E mesmo que seja não é
a partir de mim que isto se definirá. E nem irá depender de minha
existência. Assim o que parece, para alguns, vaidade é para mim mera
simplicidade e a idéia de que sou um homem comum, em nada superior ou
extraordinária em relação aos demais. E - sem vaidade alguma - o que mesmo que
os outros escritores da história da humanidade escreviam ou diziam que não
sofreu censura prévia deles mesmos. Ou vamos julgar em que sentido que eles
“revelaram demais a si mesmos”?....ó glória...Vamos considerá-los vulgares por
isso ou aquilo? Dois exemplos que eu gosto muito Bukovski e Kerouac deveriam
servir para curar esta dor de barriga moral.
E se um ou outro escreveu e
publicou foi por opção deles. Você lê se quiser. Então, porque a censura à s
revelações alheias que você só acessa, se quiser.
Meus descuidos, assim, são todos voluntários
e já foram piores ou melhores e pouco da minha privacidade realmente aparece.
Quem, se for o caso, se importa com isso? Quem eu quero que se importe vai
acabar me dizendo, só isso. Dizem respeito estas coisas aos meus amigos e
amigas, e quem não gosta, basta não ler. Entro no cinema que eu quero e leio o
livro que eu quero ler. E gosto de escrever e escrevo.
para não falar de flores....
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