Terminar o domingo dizendo algo que me veio à cabeça para dirimir certas diferenças, ódios, e impossibilidades e que me tocou e me embalou a semana inteira.
Já fui sindicalista - não sei se algum dia deixarei de ser - o que não depende de nenhuma opinião alheia, mas sim da minha ação e do meu discurso em relação à ela. Ainda que tenha sido eleito para ser isto um dia por seis anos.
Já fui gestor público - o que depende absolutamente da opinião e na nossa democracia de decisão da maioria - em experiências que se iniciaram no movimento estudantil e passaram por gestão pública, mas que também dependeram de nossa própria disposição e aceitação de uma tarefa perante um coletivo. Um grêmio estudantil, um DCE, um conselho escolar e universitário, a presidência de uma casa de estudante e outros espaços me parecem de gestão, ainda que possam ser vistos apenas como espaços de representação do movimento.
E sou, pelo menos desde que obtive o meu diploma em 1993, iniciando a carreira em 1995 como um professor em sala de aula de forma permanente, com pequena interrupção de um semestre em 1997 e nunca fiquei fora da sala de aula. É pouco tempo comparado com muitos colegas, amigos e minha esposa, mas nesta semana cheguei a uma convicção de que nenhum dos três, ou seja, nem o sindicalista, nem o gestor e nem o professor possuem alguma perspectiva privilegiada e sequer carregam um fardo menor ou maior.
Trabalhar com educação, lecionar, militar como sindicalista, ser gestor seja em governo, seja em escola, nos coloca a todos no mesmo barco e penso que entender esta perspectiva é um ponto de partida fundamental para conseguirmos superar os nossos desafios coletivos. A educação precisa mudar, para incluir mais socialmente, culturalmente, economicamente e politicamente e esta tarefa requer de todos nós um debate coletivo um dia´logo em que as diferenças de trincheira não nos coloquem em lados opostos, antagônicos ou em confronto.
Saibamos aprender e encarar as contradições que já são mesmo a base da nossa prática. Ou alguém crê que uma educação democrática, emancipatória, libertária, reformista ou mesmo revolucionária é possível sem debate, sem diálogo sem confronto de ideias e posições.
Então vou me despir - definitivamente - de qualquer prejuízo ou pré-concepção que me faça melhor por isto, aquilo ou aquilo outro, e vamos encarar este desafio, antes de sermos vencidos por aqueles que não querem fazer, por aqueles que não fazem ou por aqueles que não estão vendo ser feito.
E para fazer é preciso sim de todos os segmentos. Professores, alunos e pais e mães e todos os cidadãos. Boa semana e boas férias a todos os meus queridos colegas e camaradas.
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