Penso muito mesmo sobre tudo que estamos debatendo aqui no tema da SAÚDE e conheço muitos médicos, enfermeiros, técnicos.
Tenho boas referências e experiências em comum com eles. Mas também tenho experiências que chegaram a um limite incontornável. Situações que foram levadas a um limite também ´por livre arbítrio das pessoas.
Não creio que é correto culpar somente a estrutura quando esta estrutura é toda invertida por conta da falta de prioridade à atenção básica. E esta falta de prioridade a atenção básica é produto de uma política de saúde que sempre foi tocada e centralizada na decisão dos médicos. Podes investigar todas as cidades e redes municipais de saúde do Brasil. Verás em todos os locais médicos com hegemonia na decisão e na direção das políticas de saúde. E agora chegou neste limite em que o sistema inteiro está em cheque também pelas ruas, também pelo fim da CPMF, também pelo aumento da classe média que quer ser tratada como gente e não como povão. A tigrada está acabando e vai acabar logo ali adiante para usar a gíria dos médicos. O sistema até então é este que responde ao interesse hospitalocêntrico, mas isto vai ter que mudar e não é necessário tirar diploma de médico ou de sanitarista para entender isto. Basta ler um pouco mais do que panfletos. Basta compreender as característica sdos agravos no Brasil. As cirurgias, anestesias, cesarianas e procedimentos de alta complexidade bem como as atividades especializadas são o foco de todo o sistema por força de uma ideia de modernidade e também de um interesse em rentabilidade. Não escapamos deste debate porque esta é a discussão. Só que as consequências e as causas dela não são ao meu ver - e ao nosso ver aqui, a partir de São Leopoldo, OS MÉDICOS COITADINHOS e o POVO QUE NÃO ENTENDE....é os MÉDICOS MUITO RICOS E ABASTADOS com diversas fontes de renda aqui na RMPA - REGIÃO METROPOLITANA DE PORTO ALEGRE, e um povo que mesmo assim não tem atendimento adequado. É esta uma situação incrível porque mesmo onde há estrutura faltam médicos. No caso de São Leopoldo trabalhei diretamente na luta por melhorar as estruturas e agora o atual prefeito deu aumento salarial aos médicos, mas mesmo assim faltam médicos. Ora a medicina hoje está completamente focada e orientada por leis de mercado, não há nenhuma orientação social vigente, mesmo os médicos em sua grande maioria que estão sendo formados em instituições públicas, e este é a dimensão vergonhosa do problema, não querem saber de medicina comunitária. O paralelo disso seria como se os estudantes das licenciaturas não quisessem ser professores públicos.
Então OS MÉDICOS NÃO SÃO COITADINHOS e o POVO NÃO É IGNORANTE. E tem bem mais de anotações e observações de onde sairam estas considerações. Começando por um diagnóstico da área da saúde em minha cidade, observações sobre a legislação e as normativas do SUS - que são praticamente sem par no mundo, e ainda um conjunto de vivências, experiências e iniciativas das quais tive conhecimento, apoio, acompanho e observo na área da saúde pública e privada que envolveram alguns familiares meus e muitos amigos querida. Então eu peço sempre quando debato a saúde pública para não subestimar a opinião e os juízos dos teus interlocutores só isso, porque as pessoas tem se envolvido e se interessado muito por isto. O que também é parte de um efeito positivo das manifestações e das redes sociais que começaram a difundir opiniões, discussões, troicas e análises de conceitos menos policiados e reprimidos sobre esta profissão e esta atividade anida vista como sagrada por alguns, mas que é num país como o nosso pública em sua formação e que deve ser pública em seus resultados. Não dá para ficar só com a parte boa do SUS, temos que tratar ele por inteiro para defender saúde integral e humanizada a todos os brasileiros. E digo isto com muito respeito pelos médicos e médicas, enfermeiros e enfermeiras e técnicos e todos os servidores que seguram e atuam neste setor fundamental.
Nenhum comentário:
Postar um comentário