Democracia Brasileira
(ESTE É UM ARTIGO INÉDITO DE 03 DE NOVEMBRO DE 2009 - BOA HORA PARA REPUBLICAR)
Em resposta ao artigo do VS (Jornal Vale dos Sinos, de 21 de outubro de 2009) do Sr., intitulado Torpor e Poder, precisamos tercear com palavras e idéias contra a democracia Brasileira. A conexão subjetiva entre torpor e poder deve ser efeito da curta quadra de democracia no Brasil, afinal são somente 20 anos de democracia plena neste país de 1989 a 2009. E é um sintoma disto o fato de que ainda há um discurso contra obras públicas, inaugurações e, também, contra a própria democracia.
O problema não é a oposição a este ou aquele governo, a este ou aquele partido, a este ou aquele projeto, o problema de fundo é a negação completa do sistema e de suas condições históricas e ambientais de existência.
A negação do direito do povo de decidir é a verdadeira síntese contra a democracia. O discurso de oposição, crítica e denúncia contra os governantes é elemento tradicional e comum da democracia, mas já há termômetros para medir o quanto este discurso corresponde à fatos ou, alternativamente, o quanto este discurso corresponde a insatisfações particulares frente à realidade.
E o caráter confessional e intencional deste e de outros discursos aparece na linguagem utilizada, na repetição sistemática ou monotemática da crítica que no mais das vezes traz consigo um conteúdo extremamente desrespeitoso, preconceituoso e deselegante. Mas não podemos deixar passar batida tal abordagem que, no fundo, reapresenta a intolerância com a democracia e a intolerância política e partidária, travestida de uma linguagem pseudo moral e pseudo culta.
Se a linguagem tivesse jaez e brilho genuínos, talvez a crítica fosse mais diplomática e eficaz. E não é este o resultado. O tom raivoso da crítica, a miscelânea de expressões desairosas, demonstram somente o quão distante esta crítica está da realidade atual da democracia brasileira.
Não há nenhuma relação entre as obras que no presente são realizadas pelo governo federal e alguma estranha ideologia ou teoria às avessas. Uma prova disto é a satisfação do povo e dos governantes e executivos de diversos partidos, instituições e organizações.
A oposição, lá onde realizações são concretizadas, concluídas e inauguradas, sobe ao palanque e corta a fita da inauguração, como deveria ser. O único elemento ideológico é o desenvolvimentismo nacional o qual, aliás, é compartilhado por amplo espectro político e não privilégio do partido do presidente.
Também temos dificuldades de apontar circunstâncias de omissão, anestesia e conivência dos cidadãos e cidadãs com as ações de governos melhores ou piores. Ao contrário, cidadãos protestam aqui no sul em diversos espaços políticos contra a circunstância estadual francamente entorpecedora, mas isto não chama a atenção do poeta. O problema para ele é o Governo Lula, os sindicalistas, as obras, as inaugurações e os êxitos do governo. Só o preconceito monotemático e o arrivismo político podem justificar isto. Toda vez que leio um discurso como este lembro-me do que li sobre Lacerda, UDN e outros golpismos. Se não ganhamos na democracia então que acabe-se com a democracia. E este discurso deu no que deu.
Ora, requentar e ressuscitar a súcia e torpe oposição ao bolsa família é um absurdo a esta altura do campeonato. É fazer-se de cego em meio a um cenário em que o Brasil passa a galope para ser a quinta economia do mundo em menos de dez anos. Não admitir os êxitos e sucessos coletivos e sociais do governo Lula é pura negação subjetiva. Pois é isto que parece, a condenação subjetiva e cega de um governo de obras, ações, programas e projetos que tem valor objetivo e real para o povo brasileiro e sua democracia.
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