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terça-feira, 30 de julho de 2013

MINHA AUTO-DESCRIÇÃO EM 1997 - PROVOCADA POR UM JORNALISTA PARA VARIAR


Um professor desempregado, um acadêmico que não consegue escrever um projeto decente, um homem miserável abandonado pelas mulheres da sua vida, escorraçado da casa do estudante, cujo prazo de validade expirou, chato, brigão e metido a besta, carregado de ilusões políticas e idealismos vãos, sem um tostão no bolso, morando na casa da mãe, sem grana nem para o pito, trabalhando de eletricista com o pai e abrindo canaletas em paredes todos os dias, cuja maior diversão e maior expressão de liberdade é escolher o que almoçar, que usa um boné invertido da Taurus na cabeça, como um mané, tão alegre e tão vibrante quanto um personagem secundário de uma obra secundária, inédita  e desconhecida e lateral e miserável de Franz Kafka. Obras esta que não chegou até nós porque provavelmente era tão ruim que Franz a deu para queimar na lareira de algum vizinho num dia outonal. Até bem pouco tempo atrás nada o motivava, nada o fazia sonhar e se emocionar, até que....SEGREDO

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