“A transição de um paradigma em crise para outro novo do qual pode surgir uma nova tradição de ciência normal, está longe de ser um processo de acumulação, ao qual se chega por meio de uma articulação ou uma ampliação do antigo paradigma. É melhor visto como uma reconstrução do campo, a partir de novos fundamentos, reconstrução que muda algumas das generalizações teóricas mais elementares do campo, assim como também muitos dos métodos e aplicações do paradigma. Durante este período de transição haverá uma grande coincidência, ainda que nunca completa, entre os problemas que se podem resolver com a ajuda dos dois paradigmas, o antigo e o novo; porém, haverá também uma diferença decisiva nos modos de resolução. Quando a transição é completa, a profissão acabará alterado a sua visão do campo, seus métodos e suas metas. Um historiador perspicaz, ao observar um caso clássico de reorientação da ciência mediante uma mudança de paradigma, o descreveu recentemente como “tomar o outro extremo do bastão”, um processo que envolve “manejar o mesmo conjunto de dados anteriores, porém situando-os em um novo sistema de relações concomitantes ao determiná-los em um ponto diferente deste conjunto.” Outros que tem notado este aspecto do avanço científico tem sublinhado sua semelhança com uma mudança em uma forma de visão: as marcas sobre o papel que se viam antes como um pássaro, se vê agora como um antílope ou vice-versa.”
Thomas Kuhn. A Estrutura das Revoluções Científicas. NO CAPÍTULO VIII: A RESPOSTA A CRISE.
Para uma Pequena e Modesta anotação sobre Educação, Avaliação e Conhecimento em um Registro Crítico, Democrático e Emancipatório.
Ou seja, os dois lados observam coisas diferentes a partir do mesmo objeto comum a ambos.
Sempre aprendendo na fronteira deste debate, porque é exatamente onde estamos hoje. Talvez esta seja a única forma de aprender mesmo.
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